Operação da Força Nacional de Segurança começou no sábado; um dos principais mandantes dos ataques foi preso na madrugada desta terça-feira
Júlio Castro - O Estado de S. Paulo
FLORIANÓPOLIS
- As diligências feitas pela Força Nacional de Segurança, atuante no
Estado desde a madrugada de sábado, 16, junto à Polícia Civil, já
resultaram nas prisões de 147 suspeitos de participação nos atentados em
Santa Catarina. Maykon Aurélio Saturnino, de 29 anos, foi preso em ação
cumprida pela Diretoria de Investigações Criminais (Deic) na madrugada
desta terça-feira. Ele foi detido às 4h em apartamento de cobertura no
bairro João Paulo, considerado de classe média alta de Florianópolis.
Maykon,
conforme o diretor da Deic Akira Sato, suspeito de ser o principal
mandante, em liberdade, dos atentados é cunhado de Rodrigo Oliveira, o
"Rodrigo da Pedra", conhecido traficante catarinense, um dos líderes da
facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e incluído entre os
40 presos que foram transferidos para um presídio federal no último
sábado. A sogra e a mulher de Rodrigo da Pedra já haviam sido presas no
último sábado por suspeitas de participação em atentados. No apartamento
de Maykon, a polícia encontrou munição de calibre 9mm de uso restrito.
Desde o
último sábado mais de 70 mandados de prisão foram cumpridos durante a
Operação Divisas anunciada, sábado passado, pelo ministro da Justiça
José Eduardo Cardozo. Entre suspeitos de envolvimento com a PGC e com os
autores de atentados estão quadro advogados. Eles serão encaminhados
ainda nesta terça-feira para uma sala do 8º Batalhão da Polícia Militar
de Joinville, onde há seis dias encontra-se a advogada Fernanda Fleck,
presa em janeiro por suposto envolvimento na morte da agente
penitenciária Deise Alves. A vítima era esposa do diretor da
Penitenciária de São Pedro de Alcântara. O assassinato ocorreu no ano
passado.
A
Agência de Inteligência da PM ainda não associou à onda de atentados em
Santa Catarina as cinco ocorrências registradas na noite de segunda e
madrugada desta terça-feira. Os ataques foram contra automóveis
particulares nas cidades de São Francisco do Sul, Joinville, Canoinhas,
Chapecó e Tubarão.
Conforme
o Centro de Comunicação Social da PM, as ações criminosas foram
isoladas e sem características de atentados. A PM considera como
vandalismo os sinistros das últimas horas e cita o caso de São Francisco
do Sul onde duas crianças foram vistas por populares fugirem do local
onde foi incendiado um carro no terreno de seu proprietário. O tipo de
artefato inflamável utilizado - geralmente de pouca combustão - está
entre os critérios que fazem a PM descaracterizar as últimas ações.
Relatório oficial dá conta que 111 atentados já foram praticados em 36
municípios catarinenses nas últimas três semanas.
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