Com seis novas ocorrências, total de ataques sobe para 91 em treze dias
Luciano Bottini Filho
O governador
de Santa Catarina, João Raimundo Colombo, se reúne com o ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo em Brasília para negociar transferência de
presos e liberação de recursos - Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
A nova série de atentados, que seriam ordenados por detentos de dentro do sistema prisional, teve uma pequena “trégua” na sexta-feira de Carnaval. Esta é a segunda onda de ataques no estado em três meses.
Na madrugada desta segunda, o município de São Miguel d´Oeste, no extremo oeste do estado, entrou na lista de cidades com incidentes registrados. Um ônibus escolar foi incendiado no pátio da empresa de transporte, mas nenhum suspeito foi localizado. Uma carreta que estava ao lado do veículo ficou parcialmente destruída.
Em Florianópolis, dois adolescentes armados com um facão renderam um motorista e um cobrador de ônibus e queimaram o veículo. Nenhum deles foi apreendido. Na mesma cidade, um homem de 24 anos atacou uma base da PM com um rojão. O homem, que tem passagens na polícia por tráfico de drogas e roubo, estava em liberdade condicional.
Nas últimas 24 horas, também foram registradas ocorrências em Criciúma, com um carro da polícia apedrejado, e em Palhoça, onde a sala de um cartório eleitoral foi queimada.
Histórico - Em resposta aos atentados, o governo de Santa Catarina anunciou na noite de sexta-feira que pelo menos 20 presos de alta periculosidade que atualmente estão em unidades estaduais vão ser transferidos para presídios federais fora do estado. A medida foi tomada em reposta à onda de atentados criminosos que assola o estado há dez dias e visa isolar os detentos apontados pela polícia como os responsáveis por ordenar os ataques.
A data exata da transferência dos detentos e suas identidades não foram reveladas pelo governo, que alegou razões de segurança. O anúncio da transferência ocorreu após o governador do estado, Raimundo Colombo (PSD) ter se reunido com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que ofereceu as vagas em presídios federais. Os ataques também obrigaram a polícia a fazer a escolta de ônibus convencionais em diversas linhas municipais do estado.
Nova onda - Em novembro de 2012, durante um período de sete dias, foram registradas 58 ocorrências em 16 municípios do Estado durante um período de sete dias. Naquela ocasião, criminosos incendiaram 27 ônibus e 12 automóveis e realizaram dez ataques com arma de fogo contra PMs e agentes prisionais. Ao todo, 47 pessoas foram presas e três suspeitos morreram em confronto com a polícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário