Secretaria de Segurança catarinense descarta o uso da Força Nacional para conter a crise de criminalidade que já atingiu 25 municípios em todo o estado
Luciano Bottini Filho
Carro
incendiado por um homem que passava de bicicleta na rua Enedina D'Avila
Ferreira, em Itajaí, Santa Catarina - Marcelo Camargo/ABr
Trinta e dois ônibus já foram incendiados. Na noite de quinta-feira, em São José, na Grande Florianópolis, quatro adolescentes armados queimaram parcialmente um coletivo, depois de renderem o cobrador e motorista. Os suspeitos conseguiram escapar. Nas últimas 24 horas houve incêndios a veículos particulares também em Navegantes, São Bento do Sul e Chapecó.
Nos dez dias de ataques, 25 munícipios catarinenses tiveram ocorrências. Joinville, onde surgiu um vídeo com cenas de agentes prisionais agredindo detentos em um penitenciaria, concentra o maior número de crimes, com quinze registros. Florianópolis está em segundo lugar com onze incidentes.
A Secretaria de Segurança Pública, na tarde de quinta-feira, explicou por que não aceitou a ajuda da União com o envio da Força Nacional para manter a ordem pública. De acordo com a pasta, os casos são espalhados por todo o estado e o auxílio não surtiria efeito. No momento, a cooperação das inteligências das polícias catarinenses e do governo federal é, segundo a secretaria, o maior apoio contra a crise.
Segundo secretário de Segurança do estado, César Grubba, os ataques devem diminuir. Ele afirmou também que o governo catarinense já esperava uma nova onda de ataques em março, como ocorreu em novembro do ano passado. A data marca os dez anos de existência da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC), a mesma ligada às escutas que confirmaram que as ordens de atentados saíram de dentro do presídio de São Pedro de Alcântara em 2012.
Na primeira série de ataques, as ocorrências pararam depois que o ex-diretor da penitenciária em São Pedro de Alcântara, Carlos Alves, se afastou do cargo. A esposa dele, agente prisional na unidade, foi morta por detentos e, segundo uma acusação de presidiários, Alves era responsável por casos de maus tratos dentro do local.
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