17 de fev. de 2013

Parentes e advogados eram mensageiros de quadrilha


Detidos funcionavam como "pombo-correio" do grupo que já realizou 106 ataques no estado. Buscas por suspeitos continuam

Gabriel Castro, de Florianópolis
Suspeitos presos neste sábado (16), em Santa Catarina
Suspeitos presos neste sábado (16), em Santa Catarina - Petra Mafalda/Mafalda Press/Folhapress
A Polícia Civil de Santa Catrina acredita que, com a prisão de 25 pessoas neste sábado, a capacidade de articulação do grupo que realizou 106 atentados desde 30 de janeiro está comprometida. Dentre os presos, além de quatro advogados, estão namoradas e familiares de criminosos."Todos os envolvidos têm indícios de autoria nos ataques e na difusão dos 'salves'", diz o delegado Akira Sato, coordenador do Departamento de Investigação Criminal (Deic) da Polícia Civil catarinense.
O delegado Antônio Cláudio Seixas, que participou da operação, confirma: "Eles serviam como pombo-correio, trazendo informações da cadeia", afirma.

Os advogados detidos são Simone Vissotto, Francine Bruggermann, Gustavo Becker e João de Souza Barros. Os presos devem ser indiciados por formação de quadrilha, tráfico de drogas, incêndio, dano ao patrimônio público e corrupção de menores.

Dos 97 mandados judiciais emitidos a pedido da polícia catarinense, 45 diziam respeito a criminosos que já estão em presídio. Os investigadores conseguiram cumprir 25 dos 52 restantes. As autoridades prometem continuar as buscas pelos outros 27 suspeitos nos próximos dias:"Não vamos dar trégua", diz o delegado Akira Sato.

Na manhã deste sábado, 40 presos ligados ao Primeiro Grupo Catarinense (PGC) foram transferidos de presídios estaduais para unidades federais, em uma tentativa de desarticular a facção criminosa.

106º ataque - O número de ataques no estado chegou a 106 neste sábado. Por volta de 6h, a casa da irmã de um policial civil foi parcialmente incendiada em Balneário Rincão, no sul catarinense. Três garrafas de álcool vazia foram encontradas no local. O fogo atingiu apenas parte da fachada e do forro da casa. Ninguém foi preso.

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