26 de mai. de 2012

Rebeldes criticam a ONU após novo massacre na Síria

Grupo opositor denunciou a morte de cem pessoas em Hula, na sexta-feira

Sírios protestam contra Bashar Assad e Kofi Annan, na cidade de Hula Sírios protestam contra Bashar Assad e Kofi Annan, na cidade de Hula (Shaam News Network / AFP)
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal grupo de oposição ao regime de Bashar Assad na Síria, pediu neste sábado a realização de uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU após o massacre de civis perpetrado na cidade de Hula, perto de Homs. Segundo o grupo, o ataque provocou a morte de cem pessoas.


Entenda o caso


  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
"Algumas das vítimas foram atingidas por disparos de artilharia, outras, famílias inteiras, foram massacradas", afirmou Bassma Kosmani, responsável por relações exteriores do CNS. O rebelde acrescentou que pelo menos metade dos mortos eram crianças.

O balanço de vítimas dado pelo CNS é o dobro do comunicado horas antes pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que falava em 50 mortos e centenas de feridos. "O CNS pede ao Conselho de Segurança da ONU que convoque uma reunião de emergência para estudar a situação em Hula e determinar as responsabilidades da ONU frente a estes massacres", diz um comunicado.

Críticas - Se os grupos opositores divergem no número exato de mortos, eles concordam nas críticas à postura da ONU, incapaz de conter a violência no país. “É um verdadeiro massacre, que ocorre enquanto os observadores da ONU guardam silêncio”, denunciou Rami Abdel Rahman, chefe do OSDH. "Fala-se desde o meio-dia de bombardeios e nenhum observador com base em Homs se mexeu", completou, questionando o papel dos inspetores das Nações Unidas mobilizados em abril para vigiar o cessar-fogo acordado na Síria - e violado diariamente desde a sua implantação.


(Com Agência France-Presse)

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