Os presentes não gostaram da resposta que a presidente deu em relação à distribuição dos royalties do petróleo e cobraram mais parceria do governo
Dilma foi duramente cobrada pelos prefeitos ao participar de encontro em Brasília
(Wilton Jr/AE/VEJA)
A presidente Dilma Rousseff foi vaiada ao encerrar o seu discurso na
cerimônia de abertura da 15ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios,
que reúne prefeitos de várias cidades do país nesta terça-feira em um
hotel de luxo em Brasília. Quando o discurso da presidente estava
próximo do fim, os prefeitos começaram a cobrar uma declaração de Dilma
sobre royalties. "Royalties! Royalties", gritavam."Vocês não vão gostar do que eu vou dizer", respondeu Dilma. "Não acreditem que vocês conseguirão resolver a distribuição de hoje para trás. Lutem pela distribuição de hoje para a frente", afirmou a presidente, encerrando abruptamente o discurso, demonstrando irritação.
Cobranças - Dilma já vinha sendo cobrada durante o discurso do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. "Vejo o Congresso há anos debatendo a reforma política, há anos falando de reforma tributária e eu diria que precisamos fazer a bisavô das reformas, que é a reforma da Federação. Enquanto isso não for feito, vivemos um estrangulamento federativo", afirmou Ziulkoski. Dirigindo-se à presidente, acrescentou: "Estamos aqui para ser parceiros, mas para ser parceiro às vezes precisamos dizer alguma coisa".
Ziulkoski também cobrou a sanção do Código Florestal, tal como aprovado na Câmara dos Deputados, e questionou a distribuição dos royalties do petróleo: "Não existe município nem estado produtor. O que tem é confrontante. Duzentos quilômetros de extensão, o que aquele estado fez (para ter o petróleo)? Aquilo é nosso, da União, é de todos, não é produtor coisa nenhuma", disparou.
O presidente da CNM também questionou como está sendo feita política de construção de creches públicas no país, que estaria sobrecarregando as contas municipais. "Só nós estamos gastando. No cálculo de custo de 600 reais por criança, estamos colocando do orçamento do município 400 reias. Vamos colocar por ano mais de 4 bilhões de reais, como vamos fazer isso?", afirmou o presidente da CNM.
(Com Agência Estado)
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