A invasão da Polônia pelas tropas nazistas em 1º de setembro de 1939 teve feição no mínimo prosaica. O pretexto para a agressão foi o simulacro de um ataque de poloneses a uma rádio alemã situada na fronteira dos dois países. Consumada a ocupação, o país já se achava, poucos dias depois, integralmente dominado pela máquina de guerra alemã. Com base em cláusulas do Pacto Germano-Soviético, mais conhecido como Pacto Molotov-Ribbentrop, que versava inclusive sobre a partilha do país, à União Soviética deveria caber o leste polonês. A previsão veio posteriormente a se efetivar. Os soviéticos ficaram com a porção estipulada no tratado.
Em 3 de setembro do mesmo ano, a França e a Inglaterra, ato contínuo, declararam guerra à Alemanha. A data registra o início da Segunda Guerra Mundial, a mais terrível das tragédias da humanidade. É esse cruel acontecimento que o planeta, na próxima semana, consternadamente comemora. De sua eclosão até hoje se passaram 70 anos, período que, malgrado longo, o mundo jamais pôde esquecer. O saldo legado deixou enorme passivo a ser administrado. Paradoxalmente, não se pode negar que, do embate, advieram novos horizontes para o mundo.
O ajuste celebrado entre os dois países — URSS e Alemanha — teve duração efêmera. Embora ambos os líderes envolvidos — Stalin e Hitler — aparentemente se odiassem, há bibliografia dando conta de que se admiravam. Houve mais apreço de Stalin ao fürher do que deste a ele. Prova mais evidente da constatação é que, invadido o território soviético pelos alemães em 22 de junho 1941, Stalin teimou em não acreditar no fato. Custou a entender que as incursões nazistas ao território da URSS não eram atos acidentais, involuntários, mas ocupação intencionalmente belicosa. Hitler deu à invasão o nome de Operação Barbarossa, em homenagem a Frederico Barbarossa, um dos líderes da Terceira Cruzada, perpetrada no final do século 12. Dias após a consumação do ataque, e da teimosia stalinista com seus generais, com muitos dos quais se indispôs, convencera-se afinal de que o pacto com a Alemanha não existia mais.
A Segunda Guerra Mundial que, do lado aliado, contava apenas com a França, Inglaterra e países da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), passou a contar também com a URSS. Com parque industrial incapaz de suportar a refrega, a Inglaterra e os EUA tiveram de supri-la não só de material bélico, mas também de alimentos, botas, agasalhos e diversos outros itens. Stalin cobrava com insistência que os EUA e Inglaterra abrissem uma segunda frente de batalha contra a França ocupada, possivelmente partindo de Dover em direção à Calais. Os EUA, com o bombardeio de Pear Harbor, já haviam ingressado definitivamente na guerra. A Inglaterra e os EUA preferiram antes, entretanto, combater os alemães incursionados na África do Norte. Grandes contingentes de soldados, aviões e navios foram para lá deslocados. Só mais tarde, em 6 de junho de 1944 — o Dia D —, é que houve a travessia, não mais via Calais, mas, sim, surpreendendo os alemães, pela Baía do Sena, na costa da Normandia.
Não sendo neste espaço possível a descrição dos principais eventos da Segunda Guerra Mundial, é bom deixar expresso que dois fatos definitivamente se responsabilizaram pelo desfecho do confronto. O primeiro deles foi a retomada da França iniciada em seguida ao Dia D; o segundo, foi a derrota da Wehrmacht pelos soviéticos na Batalha de Stalingrado. Os sucessivos êxitos obtidos pelos aliados tanto do lado ocidental quanto do leste acabaram pondo fim à maior guerra vivida pela humanidade.
Três líderes mundiais estiveram no comando da guerra: Roosevelt, Stalin e Churchill. Cada um possuía suas malícias e truques. Todos eram idiossincráticos. Stalin, ao contrário do que se supõe, era homem de leitura e espirituoso. Fala-se que, na Conferência de Yalta, Churchill desejava conversar a sós com Stalin, livre da presença de Roosevelt. Sentaram-se num sofá para um café. Sobre o desenvolvimento da guerra, confiante, Churchill teria dito a Stalin: “Deus está do nosso lado. Pelo menos fiz todo o possível para tê-lo a nosso lado.” Ao que Stalin respondeu: “E o diabo está a meu lado porque, obviamente, como todo o mundo sabe, o diabo é comunista, e Deus, sem dúvida, é um legítimo conservador.”
Churchill protestou contra a decisão de Eisenhower, comandante dos aliados, e confirmada por Roosevelt, de que Berlin tinha que ser reservada para ocupação do Exército Vermelho, como foi. Mantinha severas divergências com Stalin. Sabia onde pretendia chegar. Não foi sem razão que, no discurso de Fulton, no Mississipi, nos EUA, ao lado de Truman, confirmou o que antes já dissera: “De Stettin no Báltico a Trieste no Adriático, uma cortina de ferro baixou através do Continente.” Deu no que deu.
Roosevelt, o idealista da Organização das Nações Unidas (ONU), não pôde assistir ao término da guerra. Doente, faleceu antes. O Japão viveu a experiência atômica. Milhares de pessoas morreram em Hiroshima e Nagasaki. É dor de que a humanidade jamais se desfez. O 3 de setembro de 1939 deve servir de alerta a todos. A fim de que o mal não prevaleça contra os que ainda acham que a guerra é a melhor solução.
Em 3 de setembro do mesmo ano, a França e a Inglaterra, ato contínuo, declararam guerra à Alemanha. A data registra o início da Segunda Guerra Mundial, a mais terrível das tragédias da humanidade. É esse cruel acontecimento que o planeta, na próxima semana, consternadamente comemora. De sua eclosão até hoje se passaram 70 anos, período que, malgrado longo, o mundo jamais pôde esquecer. O saldo legado deixou enorme passivo a ser administrado. Paradoxalmente, não se pode negar que, do embate, advieram novos horizontes para o mundo.
O ajuste celebrado entre os dois países — URSS e Alemanha — teve duração efêmera. Embora ambos os líderes envolvidos — Stalin e Hitler — aparentemente se odiassem, há bibliografia dando conta de que se admiravam. Houve mais apreço de Stalin ao fürher do que deste a ele. Prova mais evidente da constatação é que, invadido o território soviético pelos alemães em 22 de junho 1941, Stalin teimou em não acreditar no fato. Custou a entender que as incursões nazistas ao território da URSS não eram atos acidentais, involuntários, mas ocupação intencionalmente belicosa. Hitler deu à invasão o nome de Operação Barbarossa, em homenagem a Frederico Barbarossa, um dos líderes da Terceira Cruzada, perpetrada no final do século 12. Dias após a consumação do ataque, e da teimosia stalinista com seus generais, com muitos dos quais se indispôs, convencera-se afinal de que o pacto com a Alemanha não existia mais.
A Segunda Guerra Mundial que, do lado aliado, contava apenas com a França, Inglaterra e países da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), passou a contar também com a URSS. Com parque industrial incapaz de suportar a refrega, a Inglaterra e os EUA tiveram de supri-la não só de material bélico, mas também de alimentos, botas, agasalhos e diversos outros itens. Stalin cobrava com insistência que os EUA e Inglaterra abrissem uma segunda frente de batalha contra a França ocupada, possivelmente partindo de Dover em direção à Calais. Os EUA, com o bombardeio de Pear Harbor, já haviam ingressado definitivamente na guerra. A Inglaterra e os EUA preferiram antes, entretanto, combater os alemães incursionados na África do Norte. Grandes contingentes de soldados, aviões e navios foram para lá deslocados. Só mais tarde, em 6 de junho de 1944 — o Dia D —, é que houve a travessia, não mais via Calais, mas, sim, surpreendendo os alemães, pela Baía do Sena, na costa da Normandia.
Não sendo neste espaço possível a descrição dos principais eventos da Segunda Guerra Mundial, é bom deixar expresso que dois fatos definitivamente se responsabilizaram pelo desfecho do confronto. O primeiro deles foi a retomada da França iniciada em seguida ao Dia D; o segundo, foi a derrota da Wehrmacht pelos soviéticos na Batalha de Stalingrado. Os sucessivos êxitos obtidos pelos aliados tanto do lado ocidental quanto do leste acabaram pondo fim à maior guerra vivida pela humanidade.
Três líderes mundiais estiveram no comando da guerra: Roosevelt, Stalin e Churchill. Cada um possuía suas malícias e truques. Todos eram idiossincráticos. Stalin, ao contrário do que se supõe, era homem de leitura e espirituoso. Fala-se que, na Conferência de Yalta, Churchill desejava conversar a sós com Stalin, livre da presença de Roosevelt. Sentaram-se num sofá para um café. Sobre o desenvolvimento da guerra, confiante, Churchill teria dito a Stalin: “Deus está do nosso lado. Pelo menos fiz todo o possível para tê-lo a nosso lado.” Ao que Stalin respondeu: “E o diabo está a meu lado porque, obviamente, como todo o mundo sabe, o diabo é comunista, e Deus, sem dúvida, é um legítimo conservador.”
Churchill protestou contra a decisão de Eisenhower, comandante dos aliados, e confirmada por Roosevelt, de que Berlin tinha que ser reservada para ocupação do Exército Vermelho, como foi. Mantinha severas divergências com Stalin. Sabia onde pretendia chegar. Não foi sem razão que, no discurso de Fulton, no Mississipi, nos EUA, ao lado de Truman, confirmou o que antes já dissera: “De Stettin no Báltico a Trieste no Adriático, uma cortina de ferro baixou através do Continente.” Deu no que deu.
Roosevelt, o idealista da Organização das Nações Unidas (ONU), não pôde assistir ao término da guerra. Doente, faleceu antes. O Japão viveu a experiência atômica. Milhares de pessoas morreram em Hiroshima e Nagasaki. É dor de que a humanidade jamais se desfez. O 3 de setembro de 1939 deve servir de alerta a todos. A fim de que o mal não prevaleça contra os que ainda acham que a guerra é a melhor solução.
2 comentários:
este assunto é da hora
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