No primeiro dia do ano, visitantes reclamaram de falta de sinalização, funcionários do aeroporto que não falam inglês e preços altos de hospedagem, alimentação e pontos turísticos
Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Movimentação de passageiros no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro - Ale Silva/Futura Press
No trem do Corcovado, havia, na manhã desta quarta-feira, fila de espera de pelo menos uma hora para embarcar. E a tarifa subiu, neste dia 1º, de 46 para 50 reais, uma elevação de 8,70%. Na véspera de réveillon, turistas tiveram de aguentar uma demora de até quatro horas e caos no trânsito para chegar ao Cristo Redentor. O casal Fernanda Seixas, 31 anos, e Fabio Dentillo, 33 anos, veio de São Paulo para passar a virada do ano e se decepcionou com os altos preços para visitar o Corcovado. Os dois também se queixavam de demora nas filas. Tentaram uma visita no último dia do ano, mas desistiram e voltaram no primeiro dia de 2014. "Conhecer dois pontos turísticos (Cristo e Pão de Açúcar) por 200 reais para um casal é muito caro. Tem hotel com diária a 2.500 reais", afirmou.
Fila para o trem do Corcovado no primeiro dia de 2014
Outro sinal do amadorismo que a cidade apresenta no trato aos turistas é a falta de fluência em inglês de funcionários no Aeroporto Internacional do Galeão. Essa não foi a única surpresa da sueca Sara Lindback, 28 anos, que veio ao Rio pela primeira vez neste fim de ano, para passar três semanas. "Não falavam inglês no balcão de informações do aeroporto. Ficamos surpresos também por achar que seria mais barato viajar no Brasil", afirmou.
Carlos Sérgio Picanço, 49 anos, que visitou a cidade com a esposa e o filho: diária de 400 reais em hotel "popular"
Outro turista doméstico que defende melhoras é o manauara Carlos Sérgio Picanço, 49 anos, que visitou a cidade com a esposa e o filho. Ele se surpreendeu com a diária de 400 reais em um hotel de uma rede "popular" no centro da cidade.
Paulo Roberto de Souza, 38 anos, veio de Presidente Prudente, no interior paulista, para passar a virada de ano e acabou tendo a identidade e o cartão de débito furtados na praia de Copacabana, em plena festa de réveillon. Ele também se sentiu inseguro para transitar na cidade, por falta de placas de sinalização. Até gostaria de voltar para a Copa de 2014, mas os preços altos de alimentação e hospedagem tornam o projeto inviável. "Não vou voltar na Copa por falta de dinheiro. Fiquei três horas perdido indo de Copacabana ao Centro de carro. Deveria ter mais placas de retorno", reclamou.
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