Apenas neste domingo foram retirados do mar 83 corpos, diz agência.
Ministra italiana disse que são necessárias políticas de prevenção.
Imagem
feita neste domingo mostra policiais segurando corpo de vítima do
naufrágio ocorrido na última quinta-feira. (Foto: Antonio
Parrinello/Reuters)
De acordo com a agência France Presse, apenas neste domingo (6) foram encontrados 83 corpos.
No sábado e sexta-feira, as operações foram suspensas devido ao mau tempo. Mergulhadores conseguiram continuar os trabalhos apenas na manhã deste domingo e descreveram como “pesadelo” as cenas vistas durante o resgate das vítimas, que ficaram presas ao barco a 50 metros de profundidade.
A embarcação clandestina havia zarpado da Líbia e afundou na quinta após um incêndio acidental. As autoridades temem um balanço final de entre 300 e 360 mortos. No total, 155 pessoas foram resgatadas com vida.
Imigração em debate
Antes de viajar a Lampedusa, a ministra italiana da Integração, a italiano-congolesa Cecile Kyenge, pediu em uma entrevista ao jornal "Corriere della Sera" que não aconteçam mais tragédias como esta e afirmou que são necessárias políticas de prevenção.
Kyenge defendeu políticas de imigração menos rígidas e anunciou que triplicará o número de vagas nos centros italianos para imigrantes, "de 8.000 a 24.000".
O centro de recepção de Lampedusa está saturado, com apenas 250 vagas para mil pessoas, em um ano no qual 30.000 imigrantes chegaram à Itália. Roma incluiu o tema imigração na reunião do conselho de ministros do Interior da UE na terça-feira em Luxemburgo.
O Papa Francisco pediu neste domingo aos fiéis que o acompanhavam na Praça de São Pedro uma oração pelos imigrantes que morreram no naufrágio.
"Gostaria de lembrar junto a vós as pessoas que perderam a vida em Lampedusa na quinta-feira passada: rezemos todos em silêncio por esses irmãos e irmãs nossos, mulheres, homens, crianças. Deixemos nosso coração chorar, rezemos em silêncio", disse Francisco.
Durante a reza do Ângelus, o pontífice interrompeu seu discurso e pronunciou uma nova mensagem sobre a tragédia, que classificou nesta semana como "vergonha".
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