14 de jun. de 2012

CPI aprova convocação da mulher de Carlinhos Cachoeira

Dona de uma loja de lingeries em Goiânia, Andressa Mendonça será ouvida pela Comissão que está investigando os negócios de seu marido

Do Portal Terra
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as ligações de políticos com Carlinhos Cachoeira aprovou, nesta quinta-feira, por unanimidade, convocar a mulher do bicheiro, Andressa Mendonça. A data do depoimento de Andressa ainda não foi definida. A votação foi considerada simbólica, pois já existia um acordo para ela ir à comissão.
 
Ao todo, a CPI aprovou a convocação de 10 pessoas, entre elas o assessor especial do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), Lúcio Fiúza, e o jornalista Luís Carlos Bordoni. Responsável pela campanha eleitoral de rádio do governador de Goiás, Bordoni alega ter recebido recursos de uma empresa de fachada do esquema de Cachoeira. Fiúza teria intermediado o pagamento.
 
Carlinhos Cachoeira 
 
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.
 
Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais. Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
 
Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário. 
 
O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

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