Cerca de 20 apoiadores do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, entraram armados na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, a capital hondurenha. As armas foram recolhidas na terça-feira, um dia depois da chegada de Zelaya à embaixada.
- Foi o próprio presidente Zelaya quem conversou com seus apoiadores e lhes pediu que nos entregassem as armas. Ele argumentou que lá fora os homens estavam armados com fuzis e outras armas muito mais pesadas e que, se houvesse uma invasão da embaixada e encontrassem pessoas armadas, poderia haver um banho de sangue. Ele disse que não queria sangue - afirmou o brasileiro Wilson Batista, responsável pelo serviço de comunicação da Embaixada do Brasil.
Segundo Batista, os hondurenhos entregaram as armas sem resistências e elas foram colocadas num cofre, em uma área secreta da embaixada.
- Não há nenhuma possibilidade de essas armas serem utilizadas por alguém - afirmou o funcionário da embaixada.
Ao condenar ontem a ocupação da Embaixada do Brasil em Honduras por simpatizantes de Zelaya, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse ter recebido informações de que algumas pessoas estariam armadas. Logo depois, Azeredo recebeu um telefonema do chanceler brasileiro Celso Amorim, que lhe informou o esforço do governo brasileiro para esvaziar a embaixada em Honduras e evitar seu uso político por parte de Zelaya.
De acordo com o senador mineiro, Amorim teria lhe informado que o número de ocupantes da embaixada brasileira teria caído para 60 pessoas. Para Azeredo, porém, esse número continua sendo inaceitável.
- No máximo, a embaixada poderia abrigar Zelaya e a família. Mais ninguém - disse Azeredo.
Brasileiros temem ataques zelayistas
Documento de repúdio às medidas do governo Lula circula na internet
SÃO PAULO. Integrantes da comunidade brasileira em Honduras afirmaram ontem que não estão sendo hostilizados no país, mas temem ataques de zelayistas. Eles apoiam o golpe militar contra Manuel Zelaya e têm se manifestado contrários à medida do governo brasileiro. Parte dos cerca de 350 brasileiros que vivem em Honduras lançou ontem um abaixo-assinado de repúdio às medidas brasileiras.
"Fazemos diretamente responsável o governo brasileiro pelas eventuais consequências negativas, represálias ou ataques em nossas vidas, empresas, residências e propriedades, que podem acontecer em resultado desse abuso de poder sem precedentes na política externa do Brasil", diz o documento, que começou a circular ontem na internet em Honduras, segundo a presidente do Comitê de Damas do Rotary e ex-presidente da Associação de Brasileiros em Honduras, Sandra Estrada.
- Na verdade, podemos ser ameaçados pelos apoiadores de Zelaya, que não passam de pessoas contratadas pelo (presidente da Venezuela) Hugo Chávez. Estão recebendo dinheiro para se manifestar em favor de Zelaya e são hostis. Nós apoiamos o novo presidente e somos queridos dos hondurenhos. Não foi um golpe. Zelaya foi posto para fora dentro das leis de Honduras porque tentou mudar a Constituição e aqui a regra é essa - disse a brasileira Sandra Estrada.
Para Sandra, faltam informações ao governo brasileiro sobre a situação jurídica de Honduras:
- Zelaya é um profano da Justiça, burlou todas as leis deste país que nos adotou. Dói em nós, brasileiros, ver nosso querido presidente Lula tomando o partido errado, fazendo nossa embaixada de palanque, com pessoas armadas sendo pagas por Chávez, com quem ele fala o tempo todo por telefone - disse Sandra, ontem à tarde, ao voltar de uma marcha contra Zelaya na capital de Honduras.
Filha do poeta João Cabral de Melo Neto, Isabel Cabral é uma das funcionárias da embaixada brasileira em Honduras que conseguiu sair na terça-feira e voltar para casa. Já em casa, explicou que ela, sua família e amigos brasileiros não estão sofrendo represálias.
- Ninguém nos destratou. Ouvi dizer que algumas pessoas estão com medo, mas não soube de caso de conflitos - disse a brasileira. (Soraya Aggege)
- Foi o próprio presidente Zelaya quem conversou com seus apoiadores e lhes pediu que nos entregassem as armas. Ele argumentou que lá fora os homens estavam armados com fuzis e outras armas muito mais pesadas e que, se houvesse uma invasão da embaixada e encontrassem pessoas armadas, poderia haver um banho de sangue. Ele disse que não queria sangue - afirmou o brasileiro Wilson Batista, responsável pelo serviço de comunicação da Embaixada do Brasil.
Segundo Batista, os hondurenhos entregaram as armas sem resistências e elas foram colocadas num cofre, em uma área secreta da embaixada.
- Não há nenhuma possibilidade de essas armas serem utilizadas por alguém - afirmou o funcionário da embaixada.
Ao condenar ontem a ocupação da Embaixada do Brasil em Honduras por simpatizantes de Zelaya, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse ter recebido informações de que algumas pessoas estariam armadas. Logo depois, Azeredo recebeu um telefonema do chanceler brasileiro Celso Amorim, que lhe informou o esforço do governo brasileiro para esvaziar a embaixada em Honduras e evitar seu uso político por parte de Zelaya.
De acordo com o senador mineiro, Amorim teria lhe informado que o número de ocupantes da embaixada brasileira teria caído para 60 pessoas. Para Azeredo, porém, esse número continua sendo inaceitável.
- No máximo, a embaixada poderia abrigar Zelaya e a família. Mais ninguém - disse Azeredo.
Brasileiros temem ataques zelayistas
Documento de repúdio às medidas do governo Lula circula na internet
SÃO PAULO. Integrantes da comunidade brasileira em Honduras afirmaram ontem que não estão sendo hostilizados no país, mas temem ataques de zelayistas. Eles apoiam o golpe militar contra Manuel Zelaya e têm se manifestado contrários à medida do governo brasileiro. Parte dos cerca de 350 brasileiros que vivem em Honduras lançou ontem um abaixo-assinado de repúdio às medidas brasileiras.
"Fazemos diretamente responsável o governo brasileiro pelas eventuais consequências negativas, represálias ou ataques em nossas vidas, empresas, residências e propriedades, que podem acontecer em resultado desse abuso de poder sem precedentes na política externa do Brasil", diz o documento, que começou a circular ontem na internet em Honduras, segundo a presidente do Comitê de Damas do Rotary e ex-presidente da Associação de Brasileiros em Honduras, Sandra Estrada.
- Na verdade, podemos ser ameaçados pelos apoiadores de Zelaya, que não passam de pessoas contratadas pelo (presidente da Venezuela) Hugo Chávez. Estão recebendo dinheiro para se manifestar em favor de Zelaya e são hostis. Nós apoiamos o novo presidente e somos queridos dos hondurenhos. Não foi um golpe. Zelaya foi posto para fora dentro das leis de Honduras porque tentou mudar a Constituição e aqui a regra é essa - disse a brasileira Sandra Estrada.
Para Sandra, faltam informações ao governo brasileiro sobre a situação jurídica de Honduras:
- Zelaya é um profano da Justiça, burlou todas as leis deste país que nos adotou. Dói em nós, brasileiros, ver nosso querido presidente Lula tomando o partido errado, fazendo nossa embaixada de palanque, com pessoas armadas sendo pagas por Chávez, com quem ele fala o tempo todo por telefone - disse Sandra, ontem à tarde, ao voltar de uma marcha contra Zelaya na capital de Honduras.
Filha do poeta João Cabral de Melo Neto, Isabel Cabral é uma das funcionárias da embaixada brasileira em Honduras que conseguiu sair na terça-feira e voltar para casa. Já em casa, explicou que ela, sua família e amigos brasileiros não estão sofrendo represálias.
- Ninguém nos destratou. Ouvi dizer que algumas pessoas estão com medo, mas não soube de caso de conflitos - disse a brasileira. (Soraya Aggege)
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