De acordo com o ministro da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff está "absolutamente tranquila" com as medidas de ajuste fiscal
AE
De acordo com o ministro, a presidente Dilma Rousseff está
"absolutamente tranquila e confortável em relação às medidas que estão
sendo adotadas". Vale ressaltar que o ministro Levy nunca mencionou
tantas vezes, como fez hoje, o nome da presidente Dilma Rousseff nos
seus discursos anteriores. " É claro que algumas medidas têm de ser
consultadas ao maior sócio do governo, que é o Congresso", disse.
O ministro também aproveitou para defender a presidente ao afirmar
que "Quando a presidente (Dilma) diz que o mundo mudou, não é uma
desculpa". Joaquim Levy participou, na manhã desta segunda-feira, 16, de
evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Levy cita Roubini e diz que 'quem não quer ajuste é suicida'
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu o programa do governo
de melhoria da gestão das contas públicas e parafraseou o economista
Nouriel Roubini para defender as mudanças propostas pelo Planalto. "Como
disse Roubini, quem não quer ajuste (fiscal) é suicida, ou quer jogar
bomba para outro", comentou o ministro durante palestra na Associação
Comercial de São Paulo, na manhã desta segunda-feira, 16. O comentário
faz referência a uma entrevista que Roubini deu à Folha de S.Paulo, em
que disse que "se a presidente não for irracional ou suicida
politicamente, e não acho que ela seja, o ajuste será feito."
O ministro ressaltou que "se a gente tiver coragem, esse negócio
não será difícil". Uma referência ao ajuste defendido pelo governo Dilma
neste momento. Disse que o governo trabalha para evitar cenários
econômicos que justifiquem as agências de rating rebaixarem a
classificação de risco do Brasil. "Estamos trabalhando para evitar
cenários de downgrade e inflação alta". Por isso, diz, "a realidade
exige ação rápida, criar estabilidade para a gente voltar a crescer".
Levy diz que o governo teve de mudar o "jogo" fiscal porque o
Brasil não vinha crescendo há dois anos. "O ajuste fiscal existe por
causa do crescimento e não o contrário", afirmou. Ainda segundo ele, a
agenda do desenvolvimento será de simplificação, de maior transparência.
"A agenda não terá programa para cada setor, senão criamos uma situação
cada vez mais complexa. Nossa agenda é de realismo de preço para as
pessoas terem confiança. A agenda tem grande disciplina fiscal para que
os preços caiam", reforçou. Por fim, colocou as contas públicas em
primeiro plano no quesito de itens necessários para se ter confiança no
País.
Setor privado
Joaquim Levy lembrou ser importante que as condições da economia
sejam oportunas para que o setor privado possa atuar, investir e
empregar, especialmente com confiança sobre a perspectiva do País.
"Capitalismo de Estado não dá muito certo para uma democracia", disse
Levy. Ele ressaltou que boa parte do financiamento do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberado nos últimos anos foi
feito via emissão de títulos públicos, como as NTN-Bs.
Confrontado por um empresário, segundo o qual a alta rotatividade
do emprego se dá pelo fácil acesso ao FGTS, Levy disse que não sabe se o
FGTS é a real fonte de problemas causadora da rotatividade do emprego.
Afirmou que os ajustes empreendidos pelo governo não tratam de retirar
direitos e que medidas como a do seguro-desemprego são universais. Disse
que dá para fazer o ajuste fiscal sem tomar longos períodos. "Acertando
no começo (o ajuste fiscal), começa logo a evoluir", concluiu.
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