Desdobramento foi anunciado em janeiro e causou mal-estar na Argentina
Britânicos se despedem do HMS Dauntless no porto de Portmouth (Luke MacGregor / Reuters)
O destróier 'HMS Dauntless', um dos navios de guerra mais modernos da Grã-Bretanha, zarpou nesta quarta-feira do porto inglês de Portmouth rumo ao Atlântico Sul, no meio da tensão com a Argentina pela soberania das Ilhas Malvinas. O desdobramento do navio, anunciado em janeiro, acontece dois dias após os 30 anos do início da guerra entre Grã-Bretanha e Argentina pelas Malvinas, quando 900 pessoas - a maioria argentinos - morreram.
Entenda o caso
- • As Ilhas Malvinas - Falkland, em inglês - ficam a cerca de 500 quilômetros do litoral argentino, mas são administradas e ocupadas pela Grã-Bretanha desde 1833.
- • O arquipélago foi motivo de tensão entre os dois países até que, em 1982, o ditador argentino Leopoldo Galtieri comandou uma invasão ao território.
- • O governo britânico reagiu rapidamente, enviando às ilhas uma tropa quase três vezes maior do que a da Argentina, que se rendeu dois meses depois.
- • Na guerra morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.
Várias pessoas, algumas com bandeiras britânicas, estiveram no porto de Portmouth para dizer adeus à tripulação do 'HMS Dauntless', um dos seis novos destróieres Tipo 45 da Marinha britânica que está equipado com um avançado sistema de navegação que o torna praticamente invisível aos radares. Esta é a primeira operação naval do 'HMS Dauntless' desde que foi encomendado pela Marinha Real (Royal Navy) em 2010.
O 'HMS Dauntless', que substituirá o navio britânico 'HMS Montrose' e levará aproximadamente um mês para chegar ao Atlântico Sul, deve fazer escala em alguns países do oeste e do sul da África antes de chegar às águas próximas das Malvinas, onde permanecerá seis meses, segundo informou o Ministério da Defesa britânico. Londres insiste que o envio do destróier não representa uma militarização do Atlântico Sul, mas uma operação de 'rotina' que faz parte da contínua presença britânica na região.
Operação - O capitão da embarcação, Will Warrender, disse ao canal britânico BBC que a tripulação 'trabalhou muito duro no último ano a fim de preparar-se para sua primeira operação'. "Agora estamos prontos para que nossa presença dê segurança à região e para proteger os interesses britânicos", afirmou. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reiterou na segunda-feira o compromisso de seu país em defender a autodeterminação dos quase 3.000 malvinenses que querem seguir sob a soberania do país.
Argentina - No entanto, o anúncio do desdobramento da embarcação causou mal-estar no governo argentino, que disse que a Grã-Bretanha militarizaria o Atlântico Sul e na terça voltou a acusar Londres de 'colonialismo'. O governo argentino apresentou uma queixa formal perante a ONU para denunciar o que considera a militarização da área das Malvinas e ainda condenou a presença na ilha em fevereiro do príncipe William, o segundo na linha de sucessão ao trono britânico, para completar um treinamento militar.
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