13 de jun. de 2013

Hotéis no Rio cobram R$ 994 por dia na Copa; governo vê "preço abusivo"

Valor é 2,5 vezes maior do que o cobrado em Johanesburgo na final da Copa do Mundo de 2010

Terra
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Mal começou a oferta por hospedagem para a Copa do Mundo de 2014 e o governo brasileiro já verificou aumento "abusivo" no preço das diárias dos hotéis e decidiu recorrer nesta quarta-feira à Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça. Segundo levantamento da Embratur, a média das tarifas de hotéis no Rio de Janeiro durante a competição é de US$ 461 (cerca de R$ 994), ante US$ 198 (R$ 426) para julho deste ano e US$ 212 (R$ 456) na temporada da Copa das Confederações.
A média das diárias dos hotéis cariocas durante toda a competição, por exemplo, é 2,5 vezes maior do que cobrado pelo hotéis de Johanesburgo na final da Copa do Mundo de 2010. "Nada justifica que a tarifa brasileira seja mais que o dobro da tarifa da final na África do Sul, ou maior do que Berlim, na Alemanha, onde naturalmente os preços são mais altos", afirmou o presidente da Embratur, Flávio Dino.
Na final da última Copa do Mundo, a tarifa média era de US$ 200. Em Berlim, na final de 2006, a média da final era US$ 300. O levantamento da Embratur foi feito a partir do site da Fifa, com dados desta quarta. A entidade máxima do futebol mundial fez acordos por meio de uma empresa tercerizada com mais de 800 hotéis para oferecer leitos nas 12 cidades-sede, pagando 70% da chamada tarifa de balcão (para quem não faz reserva antecipada).
Por se tratar de um contrato entre entes privados, o governo não sabe se a alta é decorrente do que os hotéis cobraram na venda dos quartos a Fifa ou se foi a entidade que aumentou a margem de lucro. Na avaliação do presidente da Embratur, o risco para o País com a cobrança de preços muito superiores é a imagem do Brasil como um destino turístico caro - o que pode desestimular a vinda de turistas no futuro - e também o impacto da inflação na economia brasileira. "Teremos um efeito dominó na cadeia produtiva do turismo", afirmou Dino.

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