Redução no imposto reforça a perspectiva de aumento na entrada de recursos estrangeiros no País
AEPara esses especialistas, o governo procura se antecipar à possível redução do programa de compra de ativos do Federal Reserve dos EUA e também está preocupado com o ritmo de crescimento da economia da China, que poderá ter impacto negativo nas exportações brasileiras. Além de conter a pressão excessiva sobre o câmbio interno, o governo e o Banco Central pretendem com essas medidas controlar a escalada da inflação e ainda amenizar o déficit em transações correntes do País.
Contudo, segundo um operador de tesouraria de um grande banco, o desmonte gradual do conjunto de medidas para conter ingressos especulativos de recursos no País ainda poderá limitar de alguma forma as entradas financeiras. Isso porque ainda está em vigor o IOF nas transações com derivativos, afirmou. Neste caso, um decreto define a cobrança de 1% de IOF sobre a diferença entre a posição vendida e a posição comprada em derivativos cambiais, a partir do dia da adoção do imposto em 27 de julho de 2011.
No mercado futuro, que já antecipou parcialmente no fim da sessão de ontem a possibilidade de redução do IOF, o dólar para julho de 2013 também começou a sessão hoje em patamar mais baixo, a R$ 2,100 (-1,80%). Até 9h53, esse vencimento da moeda norte-americana oscilou de R$ 2,0950 (-2,03%) a R$ 2,1140 (-1,15%).
No fim da tarde de ontem, quando o mercado à vista já estava fechado, surgiram rumores nas mesas de câmbio em torno da reunião entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a presidente Dilma Rousseff. Os investidores já cogitavam a possibilidade de redução do IOF, conforme foi noticiado pelo Broadcast há algumas semanas.
Além de conter a pressão excessiva recente sobre o câmbio interno, o governo e o Banco Central pretendem com o afrouxamento dessas medidas controlar a escalada da inflação e ainda amenizar o déficit em transações correntes do País.
Em abril, o Brasil registrou novo recorde negativo nas suas contas externas, com déficit de US$ 8,3 bilhões nas transações correntes, segundo dados do Banco Central (BC). Foi o sexto mês consecutivo em que o Investimento Estrangeiro Direto (IED), que ficou em US$ 5,7 bilhões em abril, foi insuficiente para cobrir o déficit em conta corrente. A previsão do BC é que isso se repita em maio, para quando é esperado déficit de US$ 5,2 bilhões e IED de US$ 2,8 bilhões.
Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), o resultado negativo acumulado em 12 meses atingiu em abril 3,04%, maior porcentual desde os 3,22% verificados em julho de 2002. No primeiro quadrimestre, o déficit praticamente dobrou em relação a 2012 (de US$ 17,4 bilhões para US$ 33,2 bilhões, enquanto os investimentos externos caíram de US$ 20,2 bilhões para US$ 18,9 bilhões.
No entanto, após os ajustes iniciais, os agentes de câmbio avaliam que a piora do cenário externo hoje pode adicionar pressão aos negócios domésticos, limitando o recuo da moeda norte-americana.
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