Cremerj diz que locais não têm condições de receber novas internações.
Secretaria diz que relatório é superficial e 'desvinculado da realidade'.

Na sala de emergência pediátrica também não havia leitos livres, segundo o relatório. Alguns pacientes estavam internados, de forma improvisada, em cadeiras, poltronas e macas de transporte na emergência. A fiscalização foi em 5 de julho.
Os fiscais também identificaram a falta de alguns medicamentos e de equipamentos para monitorar o estado de saúde de pacientes em estado grave.
Na vistoria no Hospital Salgado Filho, no Méier, vistoriado em 7 de julho, os fiscais encontraram superlotação e pacientes graves internados em unidades intermediárias, como mostrou o G1. Além disso, os médicos também encontraram pessoas internadas nos corredores e medicamentos fora do prazo de validade.


Escala desfalcada
Segundo o Cremerj, o Hospital Lourenço Jorge, que é referência para os eventos que acontecerão na Barra da Tijuca, não conta com atendimento de urgência e emergência em neurocirurgia, sendo necessário o transporte do paciente até o Hospital Municipal Miguel Couto para ser avaliado. A unidade foi fiscalizada em 8 de julho.
Ainda segundo os médicos, as salas de emergência destinadas a pacientes adultos com média e alta gravidade estavam superlotadas; três pacientes estavam internados no corredor da emergência; unidade semi-intensiva estava desativada por conta da falta de pessoal; faltavam médicos também no CTI e equipamentos para atenção aos pacientes graves; e o aparelho de endoscopia digestiva estava quebrado havia mais de seis meses.

Os médicos destacaram a falta de profissionais no CTI adulto e, durante a fiscalização, havia apenas um pediatra de plantão. O setor de emergência está em obras e a sala de trauma contava com tapumes e espaço considerado insuficiente entre os leitos. O local conta com dois pacientes sob custódia judicial.
Relatório gera controvérsia
O vice-presidente do Cremerj, Nelson Nahom, afirma que os profissionais do Cremerj chegaram a levar o relatório com os apontamentos sobre o parecer a entidade sobre os cinco hospitais municipais da cidade para o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, mas afirma que foram acusados de estarem elaborando um parecer político.
“Pedimos a reunião há 30 dias, ele que relutava em marcar. Não foi uma atitude polícia, a nossa visão é técnica. A realidade é que a situação da saúde do Rio é muito ruim”, explicou Nahom.
Resposta prefeitura
Procurada pelo G1, a Secretaria Municipal de Saúde questionou a versão do Cremerj e disse que só foi procurada 11 dias após a divulgação do relatório.
O órgão afirmou que trabalha em parceria com o Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde, a Empresa Olímpica e o Comitê Rio 2016 há quatro anos em um plano de operação para a Olimpíada, com mais de 1,5 mil profissionais envolvidos, sem a contribuição do Cremerj e, por isso, questiona o plano do conselho.
Ainda segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o relatório do Cremerj seria superficial e desvinculado da atual realidade do sistema público de saúde.


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