Os
aplicativos de celular vêm ganhando força e popularidade ao oferecer
serviços inusitados e práticos do dia a dia, além de gerar empregos
Por
Teo Cury
Especialista em desenvolvimento Android do
Google Neto Marin, conta que os apps que oferecem serviços de pessoas
para pessoas trazem oportunidades para quem está parado
(Thinkstock/VEJA)
A estrela mais recente da indústria de aplicativos para celulares, os apps, é o fenômeno
Pokémon Go.
O jogo faz uso da chamada realidade aumentada, em que o usuário precisa
sair para as ruas e colocar o celular à frente dos olhos para encontrar
e caçar pokémons que estão escondidos em diferentes locais. Mas nem só
de jogos vivem os apps. Essa indústria, que deve gerar receita de 77
bilhões de dólares no mundo até 2017, segundo a
consultoria em tecnologia Gartner, tem feito florescer outros nichos, como a de trocas de serviços e favores entre pessoas.
Foi com esse intuito que surgiram aplicativos como o Goleiro de
Aluguel, o Click Babá e o GetNinjas. Além de atender demandas dos
usuários – seja um encanador ou um sempre escasso goleiro de pelada – já
são o meio de subsistência ou uma fonte extra de renda para muita
gente.
Neto Marin, especialista em desenvolvimento Android do Google,
afirma que os apps que oferecem serviços de pessoas para pessoas trazem
oportunidades para quem está parado. “Esses aplicativos pegam pessoas
ociosas e as conectam a quem precisa”, diz. “Com o smartphone na mão de
todos, fica muito mais fácil.”
Confira abaixo apps – alguns, inusitados – de “aluguel de gente”:
Aplicativos para "aluguel de pessoas"
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1. Click Babá
(/Divulgação)
Não tendo com quem deixar
os filhos quando saíam à noite, Taric Andrade e Luciana Pereira criaram o
ClickBabá. Hoje com 52 babás e 318 pais usando a ferramenta com
frequência, o aplicativo ajuda a quebrar a desconfiança com quem vai
cuidar das crianças, explica Luciana. São recrutadas professoras e
enfermeiras que recebem de 20 reais a 55 reais por hora. Tudo é feito
por meio do app. Ao final do serviço, o pagamento é realizado via pay
pal.
Renata Marques, professora há 11 anos, faz do serviço uma renda extra.
Em um mês e meio, ela fez doze atendimentos, que totalizaram 1.100
reais. “Os pais não querem apenas uma babá que chegue e coloque o filho
sentado na frente da TV, tablet ou computador", diz. "Eu atuo com
planejamento pedagógico, com atividades de acordo com faixa etária da
criança.”
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2. The Snuggery
(/Divulgação)
A estudante americana
Jacqueline Samuel sempre acreditou no poder de cura por meio do contato
humano, do toque. Dessa convicção ela fez surgir o Snuggery, um serviço
de "conchinha particular". Isso mesmo: em momentos de solidão ou
carência, é possível alugar o serviço de uma pessoa para deitar
abraçado. Os preços variam de 50 dólares, por 45 minutos, a 90 dólares,
por 90 minutos. O pernoite - sem sexo, frise-se - começa às 22h30 e
termina às 7 horas e sai por 425 dólares.
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3. Goleiro de Aluguel
(/Divulgação)
Atletas de pelada (ou
"baba", como se diz na Bahia) sabem de uma grande verdade do futebol
entre amigos: goleiro é artigo raro. Os curitibanos Samuel Toaldo e
Eugen Braun aproveitaram essa demanda e criaram o app Goleiro de
Aluguel. “No país, é tradição a galera não gostar de ser goleiro. Criei
uma página e comecei a receber muitos convites para defender. Pensei:
‘vou começar a cobrar’”, explica Toaldo.
Depois de um mês, o desenvolvedor de sites já não dava conta de tanta
solicitação. O "Uber dos goleiros" é simples: basta solicitar um
goleiro, que é encontrado por proximidade, que ele vem. Terminada a
partida, o arqueiro confirma o fim do jogo e o sistema desconta 30 reais
do contratante. Desse total, 18 reais ficam para o goleiro e 12 reais
para os sócios do aplicatico, que usam parte do valor parar pagar os
custos operacionais do sistema e doar para uma escola de goleiro em
Mali, na África, que oferece três aulas semanais gratuitas a crianças.
No ano passado, a dupla patrocinou a seleção feminina de futsal de
surdos na Copa do Mundo.
O atual recordista de jogos em um único mês é André Negrelo. O
supervisor de vendas de uma autopeça de Curitiba defendeu em 42 jogos em
junho, faturando 756 reais. “Eu levo como hobbie. Não é meu foco, mas o
fato de ter retorno financeiro acaba me fazendo querer usufruir disso.”
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4. Hug Me
(/Divulgação)
O aplicativo oferece o
conforto do abraço de um desconhecido. O sistema localiza “abraçadores”
disponíveis em volta do solicitante e o notifica. Simples assim: o bom
gesto sai da tela diretamente para os braços das pessoas, literalmente.
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5. GetNinjas
(/Divulgação)
Essa plataforma de
contratação de serviços, criada por Eduardo L'Hotellier, reúne 100.000
profissionais de mais de 300 profissões em mais de 3.000 cidades do
país. Com serviços que vão de pedreiros a mágicos e animadores de festa
infantil, o aplicativo faz a intermediação de negócios que movimentam,
em média, 15 milhões de reais por mês.
O app localiza os profissionais de acordo com a região do solicitante. A
partir daí, trabalhador e cliente negociam o valor com o cliente - os
donos do aplicativo não recebem porcentuais de cada serviço, mas sim
quando existe interação entre as partes. Ainda que seja uma das
plataformas do gênero mais bem-sucedidas no mundo, no ano passado, os
desenvolvedores do GetNinjas deram início a uma campanha para levantar
100.000 dólares para melhorias no serviço - e arrecadaram apenas 50
dólares, de um único doador. Faltou amor nesse abraço.
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6. Spoonr
(/Divulgação)
Outro aplicativo de quem
quer espalhar a ternura pelo mundo por meio do abraço. A plataforma
encontra os participantes de acordo com sua localização e mostra para
ambos o nome, imagem e seus históricos de abraços. Se os dois
concordarem com o que encontrarem no app, eles passam a conversar por
mensagem dentro do aplicativo para poderem se identificar (dizendo como
estão vestidos, com que corte de cabelo e cor de roupa). Depois do
abraço, cada um dos usuários avalia como foi o afago. A nota entra no
histórico de cada um.
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7. Bumpla
(/Divulgação)
Assim como GetNinjas, o
Blumpa é uma plataforma que conecta contratantes de serviços. O que o
diferencia do GetNinjas é o foco em provedores de serviços de limpeza
para residências e escritórios. O aplicativo permite que o usuário
selecione o tipo de serviço, agende-o de acordo com sua preferência e
pague online. Todos os profissionais do serviços têm experiência com
limpeza, trabalham próximos do local onde residem e têm o histórico e
antecedentes checados.
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8. Doordash
(/Divulgação)
O app americano nada mais é
do que um delivery por meio de terceiros. Para ser um "dasher", deve-se
ter ao menos 18 anos e um smartphone com sistema Android ou iOS. O
sistema identifica o usuário que estiver próximo do restaurante que
precisar fazer uma entrega naquele momento. É possível utilizar carros,
motocicletas, bicicletas ou até mesmo ir a pé, dependendo da distância. A
remuneração varia de 10% a 50% do valor do pedido do cliente. A gorjeta
é toda do dasher, que não precisa dividi-la com a empresa.
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9. Tem Açúcar?
(/Divulgação)
O app, criado por Camilla
Moraes, é uma plataforma de empréstimos entre vizinhos. Basta pesquisar o
item que procura, perguntar aos vizinhos das redondezas, combinar as
condições do empréstimo e avaliar a experiência assim que finalizar o
uso. Assim como os outros aplicativos, o algoritmo localiza os usuários
em um raio pré-estabelecido por quem necessita do serviço, buscando
sempre os mais próximos.
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10. Chololi
(/Divulgação)
De fato, parece que há
aplicativos para tudo. Sabe aquele amigo ou colega de trabalho que está
com um pelo saindo da narina? Você tem vontade de avisá-lo, mas a
sistuação é um tanto embaraçosa. Por meio do Chololi, você manda uma
mensagem anônima para seu amigo dizendo qual de suas narinas está com o
bendito pelo, quantos são no total, qual a sua relação com ele (se é
amigo, namorado, chefe ou parente) e a gravidade da situação. O app é
japonês e não tem custo algum.
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11. Rent a Local Friend
(/Divulgação)
Alice Kuntz Moura criou o
app para suprir sua necessidade de viajante que quer conhecer os lugares
sem ser turista. O app, que tem quatro anos de vida e 2.500 pessoas
cadastradas em todo o mundo, funciona da seguinte forma: o usuário cria
um perfil do que gosta, seja em temas como gastronomia, esporte ou arte,
e descreve seu perfil. O viajante acessa o aplicativo, escolhe a cidade
que gostaria de visitar e depois de escolher seu Local Friend, reserva
as datas dela ou dele para quando estiver na cidade. Cada local friend
define seu preço.
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