3 de ago. de 2015

Operação militar causa incidente diplomático com Paraguai

Governo paraguaio faz queixa contra Brasil por invasão de soberania. Itamaraty nega que militares tenham navegado em águas paraguaias

A presidente Dilma Rousseff e o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, acenam para fotógrafos durante a cerimônia de boas-vindas da Cúpula do Mercosul, no Palácio do Itamaraty, Brasília
A presidente Dilma Rousseff e o presidente do Paraguai, Horacio Cartes: incidente diplomático(Wenderson Araujo/AFP)
O porta-voz da marinha paraguaia, o capitão de corveta Miguel Salum, disse neste domingo que lanchas militares brasileiras entraram duas vezes em território paraguaio, no Lago Itaipu. Além disso, segundo ele, houve troca de tiros, incidente que motivou uma nota de descontentamento do Paraguai em relação ao Brasil. O governo paraguaio afirmou que o acontecimento foi "um grave ato contra a soberania paraguaia".
De acordo com Salum, a primeira incursão em águas paraguaias aconteceu na terça-feira em Puerto Tigre e a segunda, um dia depois, em Puerto Adela, no departamento de Canindeyú. Ambos os pontos estão localizados na parte paraguaia do Lago de Itaipu.
Os militares brasileiros envolvidos integram a operação Ágata, lançada há duas semanas para reprimir crimes na área da fronteira.
"Toda a informação que temos, de acordo com o depoimento dos pescadores da região, evidenciam que entraram em águas soberanas paraguaias", declarou o capitão.
No local, houve uma troca de tiros entre militares brasileiros, contrabandistas e militares paraguaios.
A marinha em Puerto Adela informou que as lanchas do Brasil abriram fogo contra os marinheiros paraguaios, que responderam com disparos para o alto. "Nossa equipe disparou para o ar com fins intimidatórios", disse.
Por causa do episódio, na sexta, o embaixador brasileiro em Assunção foi convocado à chancelaria paraguaia para ouvir as queixas do governo. O Ministério de Relações Exteriores do Paraguai enviou uma carta de conteúdo semelhante ao Itamaraty lamentando os incidentes.
De acordo com o governo brasileiro, toda a ação ocorreu em território nacional.
(com agências internacionais)

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