Além da Petrobras, aparecem como alvos da Agência de Segurança Nacional (NSA), do Departamento de Defesa dos EUA, o Google e a diplomacia francesa
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(Ricardo Moraes/Reuters)
O nome da gigante do petróleo nacional aparece logo no início de um tópico sobre como invadir redes privadas de uma apresentação (em Powerpoint ou algo do gênero) feita para novos agentes da NSA. Além da Petrobras, aparecem como alvos da Agência de Segurança Nacional (NSA), do Departamento de Defesa dos EUA, o Google, gigante da internet que já foi apontado como colaborador com a NSA, a diplomacia francesa, com acesso à rede privada do Ministério das Relações Exteriores da França, e a rede do Swift, a cooperativa que reúne 10.000 bancos de 212 países. Qualquer remessa de dinheiro ao exterior, por qualquer país, passa pelo Swift.
Ainda segundo a matéria, o documento, classificado como “ultrassecreto”, é acessível apenas ao grupo chamado pelo governo americano de Five Eyes – os próprios EUA, Inglaterra, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, aliados na espionagem. “Ninguém tem dúvida de que os EUA, como todos os países, têm direito de fazer espionagem para proteger a segurança nacional. Mas há informação de espionagem de inocentes ou pessoas que não têm nada a ver com terrorismo ou questões industriais”, diz Greenwald.
Sônia Bridi, repórter do Fantástico que assina a matéria junto com Greenwald, frisa que não há informação sobre a extensão da espionagem realizada pela NSA nem se sabe se ela conseguiu o que desejava obter, mas que é certo que a Petrobras foi alvo da agência americana, que tinha, entre os seus “clientes”, a diplomacia dos Estados Unidos, os serviços secretos e a Casa Branca. Nos mesmos documentos, há menção a informações diplomáticas, políticas e econômicas que provam que a NSA não teria apenas atuado contra o terrorismo, para o qual se dedicaria.
Em nota enviada ao programa da Globo, a agência americana diz que não tentou “roubar segredos comerciais”. "Nós não usamos nossa capacidade de espionagem internacional para roubar segredos comerciais de companhias estrangeiras para dar vantagens competitivas a empresas americanas", diz o texto. Questionada sobre as razões da espionagem à Petrobras, a NSA se limitou a dizer que a nota enviada era tudo o que a agência teria a declarar no momento. A Petrobras não quis comentar o caso.
A presidente Dilma Rousseff aguarda para esta semana uma posição do governo americano sobre a denúncia feita na semana passada pela TV brasileira. Edward Snowden vazou milhares de documentos da NSA em junho passado. O ex-analista da agência americana hoje se encontra asilado na Rússia.
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