Trecho que liga Minas Gerais ao Espírito Santo não recebe propostas, enquanto BR-050, de Minas a Goiás, teve oito interessados
BR-262: nenhum investidor se mostra interessado
(Cristiano Mariz)
Borges afirmou desconhecer os motivos da desistência dos empresários. "Os comentários eram de que os dois trechos eram atrativos. A BR-050 se confirma, mas a BR-262 não se confirma", afirmou. Para o ministro, ainda é cedo para declarar o que o governo fará agora com o lote rodoviário. "A BR-262 poderá ser licitada em outro momento, ou poderá não ser mais leiloada. Mas essas ainda são só possibilidades."
Apesar da frustração do governo, o ministro afirmou que o cronograma de leilões de rodovias segue normalmente. "Vamos avaliando os lotes um a um. A falta de concorrentes em uma só rodovia não alterará o nosso cronograma", garantiu, lembrando que, inicialmente, o leilão do trecho baiano da BR-101 está mantido para 23 de outubro.
Mesmo decepcionado com a falta de concorrentes para a BR-262, Borges se disse satisfeito com a BR-050. "Saímos empatados, tivemos um sucesso e um insucesso. Mas com oito concorrentes na BR-050, esperamos ter um bom deságio no leilão." Deságio é o jargão econômico para explicar a diferença paga pelo investidor no leilão em relação ao valor mínimo estabelecido pelo governo.
O último trecho leiloado pelo governo federal, a BR-101 no Espírito Santo, no início de 2012, apresentou deságio de mais de 45%.
O trecho da BR-050 tem 436 quilômetros de extensão, desde o entroncamento com a BR-040, em Cristalina (GO), até a divisa de Minas Gerais e São Paulo, no município de Delta. A estrada tem 218,1 quilômetros duplicados.
O trecho da BR-262 tem 375,6 quilômetros do entroncamento com a BR-101 no município de Viana (ES) até a BR-381 em João Monlevade (MG), sendo que 180,5 quilômetros de duplicação estão a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
O governo vem fazendo uma verdadeira ofensiva para atrair investidores para os projetos de infraestrutura no país. Em meados de 2012, quando os planos foram anunciados, as baixas taxas de retorno (inferiores a 7% ao ano) espantaram os investidores estrangeiros. O governo se viu obrigado a melhorar a rentabilidade, mas, mesmo assim, a atratividade continuou abaixo do esperado devido às condições de financiamento e à piora da conjuntura econômica do Brasil.
O ministro da Fazenda Guido Mantega fez road shows em Londres e Nova York para explicar os projetos de infraestrutura aos investidores. Na quarta-feira, Mantega conseguiu costurar, no último minuto, um acordo com bancos públicos, privados e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) garantir financiamento para as obras. Ao que parece, mesmo assim, os esforços não foram suficientes.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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