Na ocasião, Bolsonaro chegou a dizer que Galvão era “mentiroso” e que estaria a serviço de ONGs internacionais. Os dados do Inpe constatam um aumento expressivo nos focos de desmatamento nos últimos meses. A tendência de aumento das queimadas foi confirmada também por dados da Agência Espacial Americana, a Nasa.
Galvão afirmou que as ofensas do presidente não foram um ataque apenas ao Inpe, mas à toda a ciência brasileira. Por isso, disse, tinham que ser respondidas à altura. “Pensei muito no que ia dizer, nas palavras que ia usar, não reagi por conta da emoção”, revelou. “Eu sabia que seria exonerado, mas tinha que enfrentar o bom combate.”
O seminário Sistemas de Monitoramento de Cobertura e Usos da Terra, sobre o monitoramento do desmatamento da Amazônia, reuniu alguns dos maiores nomes da ciência brasileira, como o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ildeu Moreira, o presidente da ABC, Luiz Davidovich, e o organizador do evento, o climatologista Carlos Nobre, um dos maiores especialistas em Amazônia, além do americano Matthew Hansen, que trabalha com dados da Agência Espacial Americana, a Nasa.
O presidente da ABC elogiou a postura de Galvão e afirmou que já era tempo de alguém por um limite nas “fake news”, na “arrogância”, na “intolerância” e no “obscurantismo” do atual governo. “Já era tempo de colocar um limite nessa insanidade”, disse. O cientista americano Matthew Hansen, que trabalha com dados da Nasa, confirmou a tendência de alta no desmatamento da Amazônia.
Para ele, o problema é de vontade política, não de tecnologia, como chegou a argumentar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. “Nós gostamos de novas tecnologias, mas elas não são necessárias para o gerenciamento do uso da terra”, afirmou. “Se tivéssemos tecnologia de dez anos atrás, poderíamos combater o desmatamento, que depende, basicamente, de vontade política.”
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