
A chefe da diplomacia
europeia, Federica Mogherini, fala com os jornalistas durante um
Conselho dos Negócios Estrangeiros na sede da UE em Bruxelas, em 18 de
fevereiro de 2019
“Excluímos de forma categórica qualquer apoio da UE ou qualquer aceitação de uma escalada militar na Venezuela”, alertou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, ao final de uma reunião dos 28 chanceleres do bloco em Bruxelas.
O ministro espanhol Josep Borrell foi mais claro, afirmando que não compartilha a visão do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence: “Nossa posição continua sendo a de buscar uma solução que evite o uso da força. (…) Não somos a favor de uma intervenção militar”.
A reunião de chanceleres foi a primeira desde o lançamento em Montevidéu do Grupo de Contato Internacional (GCI), impulsado pela UE com países latino-americanos, e que na próxima quarta e quinta enviará uma missão técnica a Venezuela, confirmou Borrell.
A missão viajará para a Venezuela antes da data marcada pelo opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino e reconhecido por cerca de 50 países, para que a ajuda humanitária enviada por aliados como Estados Unidos entre no país, no próximo 23 de fevereiro.
“A ajuda humanitária deve chegar e ser distribuída em conformidade com os princípios que a regem: neutralidade, independência, imparcialidade e humanidade”, advertiu Borrell, expressando seu temor por uma eventual deterioração da situação. A UE prioriza trabalhar com ONGs no terreno.
Junto com essa ajuda humanitária esperam que entrem também os deputados do Partido Popular Europeu (PPE), aos que o governo venezuelano de Nicolás Maduro impediu entrar no país no domingo, acusando-os de “fins conspirativos”.
Mogherini afirmou que, durante a reunião, os países condenaram a decisão de não deixar os parlamentares entrarem, mas “reafirmaram o crucial que é dispor” do grupo de contato a fim de conseguir uma saída “democrática e pacífica” para a crise mediante eleições.
“Me parece desproporcional tomar medidas de caráter diplomático tão transcendentais como cancelar relações diplomáticas por isso”, disse o ministro social-democrata espanhol, reconhecendo que a Venezuela é também uma questão de “política interna” na Espanha.
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