Peritos questionam a veracidade das informações de petistas sobre os tiros contra dois ônibus da caravana de Lula no Paraná
No ônibus petista o furo da
bala mostra que o tiro foi dado de perto. Num carro que recebeu um tiro
de longe (abaixo), a bala rasga a lataria (Crédito: Marcos Alves)
Autoridades
federais e especialistas em balística passaram a desconfiar da versão
de dirigentes petistas sobre os quatro tiros que teriam atingido dois
dos três ônibus da caravana de Lula numa estrada entre Quedas do Iguaçu e
Laranjeiras do Sul, no Paraná, na terça 27. Isso porque, pelas marcas
deixadas pelas perfurações, os disparos foram feitos à curta distância e
com o veículo parado. Os petistas haviam dito que os ônibus estavam em
movimento, a 55 quilômetros por hora. Peritos dizem que se os veículos
estivessem em movimento, os furos das balas deixariam um aspecto de
rasgo na lataria, enquanto que nos ônibus da caravana petista os
supostos tiros deixaram marcas no exato diâmetro de uma bala,
redondinhas, comprovando que os disparos foram feitos quando os veículos
estavam parados e quase que à “queima roupa”. Quando os tiros são
disparados de longe, o buraco fica mais largo. A perita criminal
Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística de São Paulo,
explica, inclusive, que somente a conclusão da perícia, que ainda levará
alguns dias, poderá dizer se os buracos foram feitos com arma de fogo
ou não.
A veracidade das informações é questionada não apenas por peritos,
mas também por opositores dos petistas. O deputado federal Jair
Bolsonaro, candidato a presidente da República, que esteve no Paraná
logo após o incidente, foi um dos primeiros a levantar a hipótese de que
os tiros foram dados pelos próprios integrantes da equipe petista. “É
tudo mentira. Está na cara que alguém deles deu os tiros. A perícia
deverá apontar a verdade”, disse Bolsonaro em Curitiba. A perícia
O primeiro a lançar desconfiança foi o perito Peter Leal. Com
formação em gestão em segurança pública, ele comparou as fotos dos tiros
no ônibus com imagens na internet semelhantes ao suposto atentado
sofrido pela caravana petista. Peter observou que em imagens de carros
em movimento, a lataria foi rasgada pelas balas. “Se me fosse
apresentada uma lataria com perfuração semelhante à dos ônibus da
caravana de Lula, eu diria que o atirador estaria perto do veículo e com
os ônibus parados”, analisou. De qualquer forma, a Polícia Civil do
Paraná investiga o caso. Como (quase) tudo o que envolve o PT e
congêneres, é bom sempre desconfiar da primeira impressão.
Publicação no Diário Oficial regulamenta o uso de débito e crédito para regularizar situação de veículos
Por
ESTADÃO CONTEÚDO
O Denatran editou portaria para
regulamentar o uso de cartão de débito ou crédito no pagamento parcelado
de multas - Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia
Brasília - O
Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) editou portaria para
regulamentar o uso de cartão de débito ou crédito no pagamento parcelado
de multas de trânsito, conforme autorizou o Conselho Nacional de
Trânsito (Contran) em outubro do ano passado. Publicada no Diário
Oficial da União (DOU) desta terça-feira, a portaria define ações que
devem ser adotadas pelos órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito para pôr a medida em prática.
Para começar a oferecer o serviço, órgãos como Detrans,
prefeituras, Polícia Rodoviária, DER e DNIT estão autorizados a firmar
acordos de parcerias técnico-operacionais com administradoras de cartão.
Os órgãos também podem efetuar credenciamento ou habilitação dessas
empresas. O objetivo é implantar um sistema informatizado que faça a
gestão da arrecadação das multas e de outros débitos do veículo.
Esses credenciamentos ou acordos com as empresas terão
vigência pelo prazo máximo de 60 meses, admitidas prorrogações, e
poderão ser cancelados mediante denúncia motivada. As parcerias, no
entanto, não podem gerar ônus para o órgão ou entidade de trânsito.
O sistema a ser implantado deve dar aos donos de
veículos as opções de pagamento à vista ou em parcelas mensais, com a
garantia de imediata regularização da situação de seu veículo. Porém,
esclarece a portaria, a arrecadação para os órgãos "será exclusivamente à
vista e de forma integral", sendo o compromisso financeiro do infrator
ou proprietário do veículo de responsabilidade da administradora do
cartão de débito ou crédito.
O texto diz ainda que a empresa credenciada ou
habilitada poderá instalar nas localidades indicadas pelo órgão ou
entidade de trânsito equipamentos que permitam a realização das
transações por meio de operadores contratados pela empresa e em
Terminais de Autoatendimento (ATM).
Os tiros foram disparados enquanto a caravana percorria o trecho entre cidades de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul
Por
ESTADÃO CONTEÚDO
Ônibus da caravana de Lula foram atingidos por tiros - Reprodução/ Facebook
Rio Grande do Sul
- Depois de enfrentar ovos, pedradas e bloqueio de estradas, a caravana
do ex-presidente Lula pela Região Sul foi alvejada por tiros nesta
terça-feira. Dois dos três ônibus usados pelos apoiadores do petista
foram atingidos na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul,
no Paraná. O ônibus em que estava o ex-presidente Lula, no entanto, não
foi atingido e ninguém ficou ferido.
Um dos veículos, no qual viajavam jornalistas de blogs e
sites independentes, além de repórteres estrangeiros, levou dois tiros
na lataria e um no vidro. O veículo também foi atingido por 'miguelitos'
- objetos pontiagudos usados para furar pneus. O atentado foi noticiado
em sites de jornais no exterior. O outro ônibus, atingido por um tiro,
levava convidados da caravana.
O perfil 'Lula pelo Brasil' no Twitter publicou uma
série de postagens sobre o atentado, além de fotos dos ônibus alvejados.
"Se querem me derrotar, é simples: me enfrentem nas urnas e ganhem de
mim. Eu vou aceitar como sempre fiz. Eles é que não aceitam, porque não
sabem governar para o povo", disse um dos posts. Em outro, o
ex-presidente disse que o Paraná foi o único estado em que a caravana
não contou com escolta policial.
A caravana do ex-presidente Lula pelo Sul do país
acaba de ser alvejada por ao menos três tiros enquanto percorria - sem
escolta policial - o trecho entre as cidades de Quedas do Iguaçu e
Laranjeiras do Sul (PR). Dois ônibus foram atingidos, ninguém foi
ferido. #LulaPeloSul pic.twitter.com/uiHszdG78P
— Lula pelo Brasil (@LulapeloBrasil) 27 de março de 2018
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann,
classificou o episódio como uma emboscada. Ela cobrou um posicionamento
das autoridades federais e estaduais. "Vamos deixar a política se
transformar nisso? Vai virar bang-bang partidário?", disse. "Isso não é
disputa política. É atentado, é ódio".
O coordenador da caravana, Márcio Macedo, atribuiu o
atentado a apoiadores do deputado Jair Bolsonaro, caracterizando os
grupos como milícias armadas.
Homens armados já haviam sido flagrados em outras
manifestações violentas durante a passagem do petista. O ato de
encerramento da caravana, programado para hoje, está mantido. O
ex-presidente também publicou duas fotos com os ônibus alvejados. "Se
eles acham que fazendo isso vão nos assustar, estão enganados. Vai nos
motivar. Não podemos permitir que depois do nazismo esses grupos
fascistas possam fazer o quiser", escreveu Lula.
"Esperamos que quem está no governo estadual e federal,
seja golpista ou não, assuma a responsabilidade. Atacaram o ônibus que
estava a imprensa", disse também. "Se querem brigar, briguem comigo nas
urnas. Mas vamos respeitar a democracia, a convivência na diversidade",
afirmou. "O que eu estou vendo agora é quase o surgimento do nazismo. O
que estamos vendo agora não é política, porque se quisessem derrotar o
PT, iriam para as urnas."
Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá está fechada nos dois sentidos
Por
O Dia
Agentes da segurança pública fazem operação no Complexo do Lins de Vasconcelos - Reprodução / TV Globo
Rio - Homens do
Exército e da polícias Militar e Civil realizam, na manhã desta
terça-feira, uma operação nas favelas do Complexo do Lins de
Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. Neste momento, a Autoestrada
Grajaú-Jacarepaguá está fechada nos dois sentidos. As opções para os
motoristas são a Linha Amarela ou o Alto da Boa Vista.
Em nota oficial, o Comando Conjunto diz que "a ação
envolve cerco, estabilização dinâmica da área e desobstrução de vias.
Serão cumpridos mandados de prisão por parte da Polícia Civil".
A Polícia Militar bloqueia vias de acesso à comunidade a
fim de impedir fuga de criminosos e coibir roubos de veículos e de
cargas em geral. São empregados 3.400 militares das Forças Armadas, 150
policiais militares e 350 policiais civis, com apoio de meios blindados,
aeronaves e equipamentos pesados de engenharia.
Ainda de acordo com a nota, algumas ruas e acessos na
região poderão ser interditados, e setores do espaço aéreo poderão ser
controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves
civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos.
Agentes da segurança pública fazem operação no Complexo do Lins de Vasconcelos - Reprodução / TV Globo
Agentes da segurança pública fazem operação no Complexo do Lins de Vasconcelos - Reprodução / TV Globo
Agentes da segurança pública fazem operação no Complexo do Lins de Vasconcelos - Reprodução / TV Globo
Agentes da segurança pública fazem operação no Complexo do Lins de Vasconcelos - Reprodução / TV Globo
Agentes da segurança pública fazem operação no Complexo do Lins de Vasconcelos - Reprodução / TV Globo
Manifestantes
usaram faixas e cartazes. Ato também homenageou Marechal, morador da
Rocinha que foi morto em tiroteio na última quarta-feira
Por
JONATHAN FERREIRA
O policial Djair Ferreira levou 11 tiros e hoje é dado como inválido - Maíra Coelho/Agência O Dia
Rio - Um ato promovido
por entidades que defendem bombeiros e policiais civis e militares,
caminhou na Praia de Copacabana, para chamar a atenção de autoridades e
da sociedade sobre o alto índice de mortes de policiais e denunciar a
falta de estrutura de trabalho dos profissionais da segurança pública.
O movimento teve início às 10h, na altura do Posto 5.
Os manifestantes, incluindo familiares de policiais vítimas da violência
do Rio de Janeiro, usaram faixas e cartazes como forma de protesto.
Também foi estendido um cartaz agradecendo ao morador da Rocinha,
Antônio Ferreira da Silva, conhecido como “Marechal”, morto na última
quarta-feira, durante uma troca de tiros entre PMs e bandidos, que
culminou, ainda, na morte do soldado Felipe Santos de Mesquita.
Policiais militares e parentes fazem ato contra morte de agentes - Maíra Coelho/Agência O Dia
A mãe do soldado Mesquita, Ana Cissa, clamou por mais
valorização do poder público aos policiais. “Preciso que haja Justiça,
para que outras mães não passem pelo que eu estou passando agora. Só
quem perde um filho sabe a dor. Enquanto os políticos defendem os
bandidos, meu filho estava defendendo a pátria e a cidade dele. Agradeço
a deus por tudo que ensinei ao filho. Ele dizia que se fosse para
morrer, que fosse defendendo meu país e minha cidade”, desabafou.
Um dos organizadores do ato, o tenente Nilton da Silva,
que é presidente do movimento S.O.S. Polícia, defendeu penas mais
rigorosas para pessoas que cometem crimes contra policiais. Ele criticou
as audiências de custódia e disse que os criminosos estão agindo com a
sensação de impunidade. Da Silva ressaltou a importância do ato. "É uma
forma de chamar atenção não só das autoridades, mas da sociedade como um
todo. Se nós estamos sendo vítimas, como iremos assegurar a vida do
cidadão comum?", questionou.
A viúva do sargento Hudson Silva de Araújo, Fernanda
Ursolino, esteve no ato acompanhada de sua filha, que estendeu um cartaz
com a foto do pai, morto por criminosos em julho do ano passado,
durante um patrulhamento na comunidade do Vidigal, na Zona Sul do Rio.
Ela criticou a falta de apoio do estado e ressaltou a dificuldade para
criar as duas filhas sem o marido.
“Hoje eu sou pai e mãe. A presença do pai e marido faz
muita falta. Não ter presença masculina em casa faz falta. É difícil
educar duas meninas sem os pais. A falta do pai é sentida por elas a
todo momento”, desabafou. Ursolino ressaltou a importância dos policiais
militares e clamou por justiça. “Se com eles(Policiais) já está ruim,
imagina sem eles. Perdi o meu há oito meses, mas a minha luta por
resposta e Justiça continua. Quero que o nome dele não caia no
esquecimento”, ressaltou. Ela lembrou que três suspeitos pelo crime
foram presos, mas que ainda outros três ainda seguem foragidos.
O sargento reformado Djair Ferreira, de 55 anos, é um
dos policiais que foi vítima de criminosos pelo fato de vestir a farda
da corporação. Ele estava fora de serviço quando foi alvo de 11 tiros de
criminosos, após ter sido reconhecido como policial militar. O caso
aconteceu em 2001, em Vigário Geral. “Fui assaltado em um sinal de
trânsito em Parada de Lucas. Dentro do carro os bandidos acharam minha
carteira da PM, me levaram para a entrada da comunidade e me deram 11
tiros. Tive que colocar uma prótese no quadril. Infelizmente, a polícia
não tem um setor que nos ampare e que fique em cima para acompanhar o
problema do policial”, lamentou.
O professor de MMA, Henrique Alves, que perdeu os
movimentos da perna, após ser alvejado por criminosos em um assalto, em
Cordovil, em janeiro de 2016, também participou do ato para apoiar os
amigos que são policiais militares. Ele continua mantendo a rotina de
treinos, dentro da unidade do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de
Praças da PM (Cfap). “Eu era atleta, e estava indo trabalhar, quando
dois meliantes que estavam em uma moto, puxaram minha mochila dizendo
que eu havia perdido. Estava na calçada e cai em cima do bandido que
estava armado. Ele se assustou e atirou. Perdi os movimentos da perna na
hora”, contou.
As investigações apuram o pagamento de propina de agentes públicos e atos de lavagem de dinheiro
por FolhaPress
Os agentes federais cumprem três mandados de busca e apreensão nas cidades de Salvador (BA), Campinas e Paulínia (SP)
( Foto: Agência Brasil )
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (23) a 50ª fase da Operação Lava-Jato,
batizada de Sothis II. Os agentes federais cumprem três mandados de
busca e apreensão nas cidades de Salvador (BA), Campinas e Paulínia
(SP).
A operação está relacionada às investigações da 47ª fase, a Sothis. Ela apura o pagamento de propina de agentes públicos e atos de lavagem subsequentes em contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras que atua na área de transporte.
Em Salvador, a PF cumpre os mandados na casa de Ana Vilma Fonseca de
Jesus, mulher do ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus, que foi
preso na 47ª fase e se encontra na Superintendência da Polícia Federal
em Curitiba. Em São Paulo, os mandados tem como alvo empresas
investigadas na operação.
Familiares e intermediários do ex-gerente são suspeitos de operacionalizar o recebimento de R$ 7 milhões
de propinas pagas pela empresa de engenharia NM entre setembro de 2009 e
março de 2014, dissimulando a origem ilícita dos recursos, por meio de
depósitos em contas bancárias.
Segundo os procuradores, o ex-gerente teria pedido, inicialmente, o
pagamento de 1% do valor dos contratos da NM com a Transpetro como
propina, mas o acerto final ficou em 0,5%. Esse valor teria sido pago
mensalmente em benefício do PT e não tinha relação com os pagamentos feitos pela mesma empresa ao PMDB a pedido da presidência da Transpetro.
De acordo com o MPF, o ponto de partida das investigações da 47ª fase foi a colaboração premiada de executivos, entre eles a de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.
Além do Ceará, pelo menos 12 estados do Norte e Nordeste foram atingidos pela falta de energia elétrica
Clique na imagem para ampliar e ver o detalhes
por Thatiany Nascimento e Lucas Ribeiro Albuquerque - Repórteres
Em Fortaleza, com 670 semáforos apagados em vários bairros,
sobraram problemas para pedestres, motoristas, motociclistas e usuários
do transporte público. Os congestionamentos se espalharam pela Cidade
( Foto: Kid Júnior )
O apagão que atingiu o Ceará e outros 12 estados do Norte e Nordeste
brasileiro, ontem, alterou completamente a rotina de milhares de
pessoas. Em Fortaleza, se no início da falta de energia, por volta das
15h48, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), ainda
havia luz solar e os transtornos estavam relacionados ao tráfego urbano,
ao comprometimento da oferta de serviços e a realização das atividades
produtivas e domésticas, com o avançar das horas, a escuridão
generalizada afetou qualquer tentativa de deslocamentos e permanência
nas ruas. Na capital cearense, a população sofreu por pelo menos 2h
horas a ausência de energia. Em determinadas regiões da cidade, por
volta das 20h, o apagão ainda persistia. Em outras, após retornar, a
energia apresentou oscilações e novas quedas.
O apagão, segundo o ONS, órgão responsável pela coordenação e controle
da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica
no Sistema Interligado Nacional (SIN), ocorreu devido uma falha no
disjuntor na subestação Xingu, no Pará. Esta ocorrência provocou o
desligamento automático de diversas linhas de transmissão, componentes
dos troncos de interligação, sobretudo, no Nordeste - com os nove
estados afetados - e no Norte, em que foram atingidos Amapá, Amazonas,
Pará e Tocantins.
A frequência nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste também foram
atingidas, no entanto, as cargas interrompidas nessas regiões foram
restabelecidas, em cerca de 20 minutos por conta da atuação do Esquema
Regional de Alívio de Carga (ERAC). Impactos
No Ceará, segundo a Enel Distribuição Ceará, o fornecimento de energia
só foi normalizado em todos os municípios por volta das 20h54. Um
ausência de energia que perdurou por 5h06. Nesse intervalo de tempo,
muitos foram os transtornos. Na Capital, os obstáculos iam desde as
tentativas de regressar para casa a simples travessia das ruas. Quem
precisou se deslocar ontem durante o apagão teve que redobrar os
cuidados, a atenção e a paciência. Na capital cearense, a população sofreu por, pelo menos, duas horas
a ausência de energia. Em determinadas regiões da cidade, no entanto,
por volta das 20 horas, o apagão ainda persistia (Foto: Natinho
Rodrigues)
Em Fortaleza, dos 850 semáforos, 670 distribuídos em todos os bairros
ficaram sem funcionar e sobraram problemas para pedestres, motoristas,
motociclistas e usuários do transporte público. Do total, cerca de 180
semáforos continuaram funcionando normalmente após o apagão por conta do
nobreak, um dispositivo instalado pela Prefeitura de Fortaleza que
garante o pleno funcionamento do sistema por até 3h. Por volta das
21h30, 92% da rede semafórica foi restabelecida e voltou a operar dentro
da normalidade em Fortaleza, conforme a AMC.
Por conta do apagão, todo o efetivo da AMC juntamente com os
orientadores de tráfego, teve que ir às ruas, segundo a Pasta. Os
agentes foram distribuídos nos cruzamentos das principais vias da
Cidade. Conforme apurado pelo Diário do Nordeste foram registrados
engarrafamentos extensos nas avenidas Desembargador Moreira, Virgílio
Távora, Pontes Vieira, Antônio Sales, Bezerra de Menezes, Treze de Maio,
Heráclito Graça, Rogaciano Leite, Aguanambi, Washington Soares e
Domingos Olímpio.
Um dos pontos complicados que contava com a presença da AMC era o
cruzamento da Av. Domingos Olímpio com a Rua Barão de Aratanha. No
local, por volta das 18h30 veículos circulavam em três sentidos e apenas
um agente tentava orientar e controlar o trânsito. Usuários de
transporte público também foram prejudicados.
Na Av. Heráclito Graça, próximo ao cruzamento com a Av. Rui Barbosa,
passageiros aguardavam a condução por quase 40 minutos. "A gente viu o
trânsito começar a piorar por volta de 15h50, quando os semáforos
apagaram. Aí tá essa confusão", diz Elenice Nascimento, que tentava
voltar para sua casa no bairro Tancredo Neves. Aldenice da Rocha, que
seguia para o Mucuripe, afirma que cogitou ir a pé até outro ponto, na
tentativa de encontrar o ônibus no caminho.
Já o motorista da Uber Luiz Carlos, de 35 anos, tentava cancelar uma
viagem que aceitou 25 minutos antes, porém, sem sucesso: a queda de
energia também comprometeu a Internet móvel do celular, impedindo o
acesso ao aplicativo. "Deixei o carro numa vaga aqui na Heráclito Graça e
comecei a andar pela rua para tentar conseguir sinal. Agora, só quero
chegar em casa", disse o motorista, que mora no bairro Cidade 2000.
No Centro, diversas lojas foram fechadas e os trabalhadores liberados.
"Eu saio geralmente por volta das 18h, mas hoje, quando perceberam que
era um apagão, liberaram todo mundo. Lá, são uns 14 empregados", contou a
funcionária de uma empresa de empréstimos consignados, Fabíola Firmeza.
Liberada por volta das 16h30, ela esperava o esposo que iria busca-lá,
porém, a comunicação com ele também foi afetada. "Meu esposo vem do
Papicu, mas eu nem consigo ligar pra ele. Só consegui falar por
mensagem", reforçou.
Em relação o tráfego nas rodovias, a Polícia Rodoviária Federal
informou que equipes foram acionadas para orientação de trânsito
principalmente nos locais mais afetados. Nos limites de Fortaleza, o
trânsito ficou crítico na BR-222, nas proximidades da Lagoa do Tabapuá.
Outros transportes afetados foram as linhas de metrô. A operação da
Linha Sul do Metrofor - que liga o Centro de Fortaleza a Pacatuba foi
suspensa, no final da tarde, em decorrência do apagão. O funcionamento
normal da Linha é de 5h30 às 21h. As demais linhas operadas pela Cia
Cearense de Transportes Metropolitano (Linha Oeste, VLT Cariri e VLT
Sobral) tiveram operação encerrada mais cedo, às 17h30. Já o Aeroporto
Internacional Pinto Martins, na Capital, registrou 10 minutos sem
energia. Depois, as operação foram retomadas. Mas, estacionamento,
escadas rolantes e elevadores ficaram sem operação. (Colaborou Bárbara
Câmara) Fique por dentro
O que causou a queda de energia em parte do País
De acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS), Luiz Eduardo Barata Ferreira, a queda no fornecimento de energia
foi causada em razão de falha em um disjuntor na Subestação Xingu, no
Pará, responsável pela distribuição da maior parte da carga gerada pela
Usina de Belo Monte para a Região Sudeste.
Quando o disjuntor foi desligado, houve um excesso de geração de
energia para a Região Norte, disparando uma proteção automática em todo o
sistema e separando as regiões Norte e Nordeste (entre si) e do resto
do país. O blecaute também afetou as regiões Sul e Sudeste, mas sem
maior gravidade.
O apagão se iniciou às 15h48, provocando interrupção do suprimento de
energia elétrica e levando transtornos a mais de 70 milhões de
brasileiros. Ainda não se sabe o que provocou a falha no disjuntor, mas a
ONS descartou sobrecarga no sistema, fatores climáticos ou queimadas.
Todas as empresas responsáveis diretamente pelo sistema afetado farão
reunião na sexta-feira (23) ou na segunda-feira (26) para detalhar os
fatores que contribuíram para a falha no disjuntor.
As armas e munições serão disponibilizadas para a Secretaria Estadual de Segurança e Secretaria de Administração Penitenciária
Por
GUSTAVO RIBEIRO
Rio recebe doações de fuzis e
munições. Doações são das empresas Forjas Taurus e CBC (Companhia
Brasileira de Cartuchos) e serão entregues pelo Gabinete de Intervenção
Federal à Secretaria de Estado de Segurança e à Secretaria de Estado de
Administração Penitenciária (Seap). A cerimônia de entrega do armamento
aconteceu na tarde de hoje no Forte de Copacabana, na Zona Sul, e contou
com a presença do interventor federal na Segurança Pública do Estado do
Rio, General Braga Netto. FOto: Daniel Castelo Branco / Agência O Dia -
Foto: Daniel Castelo Branco
Rio - O general Braga
Netto recebeu, nesta terça-feira, no Forte de Copacabana, fuzis e
munições doados pelas empresas Forjas Taurus e Companhia Brasileira de
Cartuchos (CBC) para o Exército Brasileiro no âmbito da intervenção
federal. Foram entregues 100 fuzis T4 da Taurus e 100 mil munições
calibre 5.56 da CBC.
Além do interventor federal, participam da entrega
o secretário de Segurança, Richard Nunes, o presidente da Taurus,
Salesio Nuhs e o presidente da CBC, Fabio Luiz Munhoz Mazzaro. Braga
Netto permaneceu por cerca de um minuto na solenidade, posando para
fotos com os representantes das companhias.
Segundo o coronel Roberto Itamar, assessor do Comando
Militar do Leste (CML), o valor comercial da doação é de 1,5 milhão. As
armas e munições serão disponibilizadas para a Secretaria de
Administração Penitenciária e Secretaria Estadual de Segurança, para que
destine o uso às policias Civil e Militar. "Esses fuzis já são testados
pela fábrica, são novos, que têm o seu uso imediato", disse Itamar,
acrescentando que a sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope) será
vistoriada na manhã desta quarta-feira. A ação é semelhante a que
ocorreu no 14º BPM (Bangu), na semana passada.
No fim do ano passado o Ministério Público Federal
(MPF) em Sergipe ajuizou uma ação contra a Taurus por defeitos
apresentados pelas pistolas da fabricante com agentes de segurança de
diversos estados. A própria Polícia Civil fez testes com pistolas em
2015, que apontaram problemas com as armas.
"Nós não podemos prever problemas. O que aconteceu com
pistolas é coisa do passado. Toda garantia das armas Taurus será
fornecida também para essa doação que nós estamos entregando, a exemplo
do que a gente faz com todos os nossos armamentos". O objetivo ação,
segundo Nuhs, é o compromisso das duas empresas (Taurus e CBC), como
sendo brasileiras, com a segurança pública do Rio de Janeiro.
"As duas empresas são empresas estratégicas de defesa.
Nós fazemos parte dessa questão de arsenal nacional, de suprimento das
Forças Armadas brasileirAs e sentimos que a nossa obrigação é colaborar
com a intervenção no Rio de Janeiro também", completou Nuhs.
Fuzil T4
O fuzil T4 foi lançado pela Taurus no meio do ano
passado. É uma plataforma já existente no mundo desde a década de 60,
sendo usada por mais de 80 países no mundo. Segundo o presidente da
empresa, é uma arma leve, portátil, para emprego urbano, tem menos de
3kg e capacidade para 30 munições no carregador.
O presidente da Taurus afirmou que a empresa fornece
informações para o Exército, para que sejam usadas no treinamento dos
policiais e militares que porventura forem utilizar as armas. "Esses
fuzis serão destinados à Secretaria de Estado de Segurança e à
Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para que possam ter um
reforço em seu equipamento para combate à criminalidade no Rio".
Caso Marielle
O gabinete da intervenção acompanha as investigações,
que são conduzidas pela Secretaria de Estado de Segurança através da
Delegacia de Homicídios (DH). "Tenho confiança que num prazo muito
próximo teremos esse crime desvendado para que toda a população do Rio e
do Brasil conheça o que realmente aconteceu", disse o coronel Roberto
Itamar.
Saída da Vila Kennedy
"A Vila Kennedy está sendo o modelo de atuação. Foi
feita uma estabilização da área com o emprego das tropas federais, a PM
vem aos poucos reassumindo esse papel ostensivo de policiamento da
comunidade, foi feita uma ação social e pretendemos que essas ações
continuem na comunidade. Paulatinamente, a contribuição das Forças
Armadas vai sendo retirada e substituída pelo patrulhamento da Polícia
Militar, que tem o dever constitucional de realizar o policiamento em
todo o Estado", revelou Itamar, acrescentando que a próxima favela que
receberá ação militar ainda não será divulgada.
Recursos do governo
"A questão dos recursos, que foi publicada ontem, é uma
totalização global das necessidades. Parte desse recurso de R$ 3,1 bi
será correspondente ao orçamento do Estado do Rio, e a outra parte o
governo federal poderá aportar. Desse montante, R$ 1,6 bilhão é para
sanar dívidas passadas. Ou seja, dívidas que existem no Estado. Desses
R$ 1,6 bi, 1 bi são destinados ao pagamento de pessoal e somente o
próprio Estado pode fazer esse pagamento. Os outros R$ 600 milhões podem
ser assumidos em parte pelo Estado ou recursos federais", finalizou
Itamar.
Rio
recebe doações de fuzis e munições. Doações são das empresas Forjas
Taurus e CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) e serão entregues pelo
Gabinete de Intervenção Federal à Secretaria de Estado de Segurança e à
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). A cerimônia
de entrega do armamento aconteceu na tarde de hoje no Forte de
Copacabana, na Zona Sul, e contou com a presença do interventor federal
na Segurança Pública do Estado do Rio, General Braga Netto e
representantes das empresas que doaram os armamentos. Foto: Daniel
Castelo Branco / Agência O Dia
Foto: Daniel Castelo Branco
Presidente disse que o Ministério da Segurança Pública também deve receber um aporte de R$ 3 bilhões
Por
ESTADÃO CONTEÚDO
Forças Armadas na Vila Kennedy - Estefan Radovicz / Agência O Dia
Brasília - O presidente
Michel Temer disse nesta segunda-feira que a verba para ações da
intervenção na segurança do Rio de Janeiro deve ficar entre R$ 600 e R$
800 milhões. Segundo o presidente, os valores serão liberados via medida
provisória que deve ser editada ainda esta semana, possivelmente
quarta-feira. Temer disse ainda que o Ministério Extraordinário da
Segurança Pública deve receber um aporte de R$ 3 bilhões.
As declarações do presidente foram feitas a jornalistas
convidados para almoço após cerimônia de abertura do Fórum Mundial da
Água no Palácio do Itamaraty, e confirmadas ao Broadcast pela assessoria
da Presidência.
Ontem, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, já
havia informado que o governo irá publicar medida provisória para abrir
crédito extraordinário à segurança pública do Rio. O ministro não citou o
valor total, mas afirmou que deve ultrapassar R$ 1 bilhão.
Hoje pela manhã, o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, destacou, em entrevista à Rádio CBN, a relevância do projeto
que trata da reoneração da folha de pagamento das empresas como fonte de
recursos para projetos prioritários, inclusive para a segurança do Rio
de Janeiro. O projeto está em tramitação no Congresso.
Meirelles afirmou também que despesas relacionadas à
União ou ajudas mais específicas estão sendo agora avaliadas. As Forças
Armadas, de acordo com ele, ainda não deram um número. "Mas o ministro
(Dyogo Oliveira) indicou ontem que isso pode ser na casa de R$ 1 bilhão,
mas são ainda avaliações preliminares. Não tem ainda uma definição
clara", ponderou o ministro da Fazenda.
Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro; ela era militante do movimento negro e denunciava violência policial
Marielle Franco foi a quinta vereadora mais votada na eleição de 2016 na capital fluminense
( Foto: Reprodução Twitter )
A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta
na noite desta quarta (14) na rua Joaquim Palhares, no Estácio, zona
norte do Rio. Ela e o seu motorista foram baleados. A Polícia interditou
a rua e realiza uma perícia no local.
Nascida e criada no Complexo da Maré, uma das regiões mais violentas da
cidade, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições
de 2016 com 46.502 votos. Na Câmara, presidia a Comissão da Mulher. Na
Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), assessorou o deputado
estadual Marcelo Freixo na coordenação da Comissão de Defesa dos
Direitos Humanos.
Socióloga e mestre em administração pública, escolheu a UPP (Unidade de
Polícia Pacificadora) como tema da tese de mestrado na UFF
(Universidade Federal Fluminense) -o título do trabalho é "UPP: a
Redução da Favela a Três Letras".
Em seu site, ela afirma ter iniciado sua militância em direitos humanos
após ingressar no curso pré-vestibular da comunidade e perder uma
amiga, "vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e
traficantes no Complexo da Maré".
Marielle era contra a intervenção federal na segurança pública do Rio.
No mês passado, ela disse que a intervenção militar era uma farsa. "E
não é conversa de hashtag. É farsa mesmo. Tem a ver com a imagem da
cúpula da segurança pública, com a salvação do PMDB, tem relação com a
indústria do armamentismo", afirmou.
Até as 22h30 não estava esclarecido se a vereadora foi alvo de assaltantes ou se foi vítima de uma execução.
eronave de empresa de turismo caiu em rio de Nova York
Por
AFP
Agentes trabalham no local onde um helicóptero caiu no East River em Nova Iorque. - AFP
Nova York, Estados
Unidos - Cinco pessoas morreram neste domingo na queda de um helicóptero
de turismo no East River, em Nova York. O helicóptero da empresa
Liberty caiu no rio com seis pessoas a bordo, incluindo o piloto, perto
do Upper East Side às 19h da noite, 20h, no horário de Brasília.
"Cinco pessoas morreram", afirmou uma fonte do
Departamento de Polícia de Nova York, que confirmou que as vítimas
fatais eram passageiros do helicóptero.
Após o acidente, "o piloto conseguiu se soltar, as outras cinco pessoas não", afirmou o comandante dos bombeiros, Daniel Nigro.
"Todos estavam com cintos de segurança bem ajustados que precisaram ser cortados e removidos", explicou.
Mergulhadores chegaram rapidamente ao local e libertaram os passageiros, mas dois deles já estavam mortos.
Os outros três foram levados a um hospital em condições críticas.
O chefe de polícia da cidade, James O'Neill, afirmou que o helicóptero havia sido alugado por fotógrafos.
De acordo com a imprensa, o piloto teria enviado um
sinal de auxílio pouco antes da queda na qual mencionava um problema com
o motor.
As autoridades abriram uma investigação sobre o caso.
O presidente Vladimir Putin afirmou que o míssil voa a uma velocidade 10 vezes superior a do som
O presidente Vladimir Putin chamou o míssil de "arma ideal"
( Foto: Alexei Druzhinin / Sputnik / AFP )
AFP
A Rússia anunciou neste domingo(11) que lançou com sucesso um míssil hipersônico, que o presidente Vladimir Putin chamou de "arma ideal" quando apresentou uma série de armas de nova geração, no começo do mês.
O míssil de alta precisão Kinzhal (Punhal) foi lançado
de um avião supersônico MiG-31 que decolou de uma base do distrito
militar sul da Rússia, anunciou o ministério da Defesa.
"O lançamento aconteceu como se esperava, o míssil hipersônico alcançou o objetivo", afirmou o ministério.
O míssil Kinzhal integra a série de novas armas da Rússia que Putin revelou no início de março, poucos dias antes da eleição presidencial de 18 de março.
Putin afirmou na ocasião que o míssil voa a uma velocidade 10 vezes superior a do som.
O ápice do esquema de corrupção na
Petrobras aconteceu quando José Sérgio Gabrielli e Graça Foster
presidiram a estatal, mas eles – inexplicavelmente – permanecem impunes
MAU CHEIRO
Graça nada fez para impedir pagamento de propina num contrato da BR
Distribuidora por saber que “iria feder” (Crédito: Adriano Machado)
Tábata Viapiana
AÇÃO ENTRE AMIGOS
Gabrielli direcionou contrato da Petrobras à Schahin para compensar
empréstimo ilegal feito por amigo de Lula (Crédito: Sergio Lima)
A Operação Lava Jato completa quatro anos no próximo dia 17 de março.
Nesse período, foram descobertos desvios milionários na Petrobras, com
envolvimento direto dos mais altos hierarcas da estatal. A corrupção
contaminou as principais diretorias – destaque para a de Abastecimento,
Serviços e Área Internacional. Não à toa, figuras de proa da empresa
foram parar atrás das grades, como os ex-diretores Paulo Roberto Costa,
Nestor Cerveró e Renato Duque, todos já condenados pelo juiz Sergio
Moro. Mais recentemente, a Lava Jato prendeu pela primeira vez um
ex-presidente da petroleira: Aldemir Bendine, acusado de cobrar R$ 3
milhões da Odebrecht. É aí que mora o aspecto mais esquizofrênico disso
tudo: enquanto Bendine, alçado ao comando da estatal aos 45 do segundo
tempo da gestão Dilma, já foi condenado por Moro na última quarta-feira 7
a 11 anos de prisão, os dois ex-presidentes que comandaram a estatal no
apogeu do esquema de corrupção, José Sérgio Gabrielli e Graça Foster,
seguem livres, leves e, o que é pior, soltos.
Gabrielli foi nomeado presidente da Petrobras em julho de 2005 pelo
ex-presidente Lula. Permaneceu no cargo por quase sete anos e foi
sucedido por Graça Foster, indicada em 2012 pela ex-presidente Dilma
Rousseff. Graça comandou a estatal por três anos. Mas até agora, em
quatro anos de Lava Jato, nenhum dos dois foi convocado a prestar
esclarecimentos sobre o que acontecia debaixo de seus narizes. Não foram
alvos de nenhuma etapa da operação e também não foram denunciados,
embora sejam investigados em vários procedimentos da Polícia Federal.
Com tanta roubalheira na Petrobras, é difícil imaginar que Graça e
Gabrielli não sabiam de nada. O Ministério Público Federal não se
manifesta por que os dois estão blindados e ainda não respondem a
processos no âmbito judicial. Bendine
foi condenado a 11 anos de prisão, mesmo sendo o último dos moicanos da
Petrobras, enquanto os cabeças do esquema sobrevivem incólumes (Crédito:Divulgação)
O espantoso é que o próprio Tribunal de Contas da União (TCU) já
condenou Graça e Gabrielli. Junto com Cerveró, Gabrielli foi condenado a
ressarcir a Petrobras em US$ 79 milhões por dano ao erário na compra da
Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O negócio foi cercado de
irregularidades e está sendo investigado pela força-tarefa da Lava Jato
no Paraná. A compra da refinaria, em condições precárias, causou um
prejuízo à estatal superior a US$ 700 milhões. Gabrielli também foi
condenado a pagar multa de R$ 10 milhões. Já Graça Foster foi multada,
pelo tribunal, em R$ 35 mil por irregularidades nas obras de tubulação
do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Os dois
ex-presidentes ainda foram acusados pela Comissão de Valores
Mobiliários, em dezembro de 2017, por supostas irregularidades na
contratação de três navios-sonda.
Integrantes da PF ouvidos por ISTOÉ evitaram avançar sobre os
detalhes das apurações contra Graça Foster e Gabrielli na Lava Jato, mas
asseguram que essas apurações estão em andamento. Até porque ambos já
foram citados ao longo das investigações. Previsão de punição, no
entanto, não há. No início de fevereiro, Renato Duque, ex-diretor de
serviços da Petrobras, que tenta fechar delação premiada há mais de um
ano, implicou Graça Foster em depoimento à PF. Segundo relatou Duque,
Graça teria se negado a realizar auditoria no contrato de aluguel de um
prédio da BR Distribuidora, com receio do que poderia ser ali apurado.
Duque contou que foi procurado por Graça em 2006, quando ela presidia a
BR Distribuidora, para que conseguisse baixar o valor do aluguel do
prédio. “Ela acreditava que esse contrato teria envolvido o pagamento de
propina, dado o seu valor desproporcional”, disse o ex-diretor. Um dos
envolvidos na assinatura do contrato era Rodolfo Landin, ex-presidente
da BR Distribuidora, ligado à Dilma Rousseff. Justamente por causa dessa
proximidade, Graça rejeitou a auditoria no contrato, conforme explicou
Duque: “Por conta disso, ela não mexeria no contrato porque ‘iria
feder’”. Uma mão lava a outra
Gabrielli foi citado por mais de um delator da Lava Jato. O
ex-gerente da área internacional da Petrobras, Eduardo Musa, disse que o
ex-presidente tentou direcionar um contrato de US$ 1,6 bilhão para a
Schahin Engenharia como compensação pelo empréstimo fraudulento de R$ 12
milhões feito pelo pecuarista José Carlos Bumlai (amigo pessoal de
Lula) junto ao banco Schahin. O empréstimo foi contraído para pagar
dívidas de campanhas do PT. O valor nunca foi pago. A Schahin recebeu
uma contrapartida, através desse contrato bilionário com a Petrobras. O
operador do MDB, o lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano,
também delatou Gabrielli. Disse que o ex-presidente sabia dos pagamentos
de propina na estatal. “Duque comentou comigo, assim como Nestor
Cerveró, que Gabrielli tinha conhecimento dos acertos políticos”,
afirmou Baiano.
Um dos pressupostos da Lava Jato é o sacrossanto combate à impunidade.
Portanto, a blindagem de quem quer que seja representa um passo atrás no
cumprimento de seus propósitos mais louváveis.
“Duque foi indicado para afastar nomes de FHC das diretorias”, diz Dirceu Joédson Alves
O ex-ministro José Dirceu afirmou, em depoimento ao juiz Sergio Moro,
que Renato Duque foi indicado ao cargo de diretor de serviços da
Petrobras para afastar nomes ligados ao ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso das diretorias da estatal. Dirceu foi ouvido na segunda-feira 5
como testemunha de defesa do ex-secretário-geral do PT, Sílvio Pereira.
De acordo com o ex-ministro, Duque foi escolhido em 2003, durante
reunião com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff. “Os outros dois
nomes citados eram integrantes da administração anterior, do FHC. Houve
uma consulta à Casa Civil. Do ponto de vista político, não havia porque
manter dois nomes da administração anterior se nós estávamos mudando a
orientação da empresa. Nesse sentido, se optou pela indicação do Renato
Duque”, afirmou. O ex-diretor de serviços (que ficou no cargo de 2003 a
2012) disse à Lava Jato ter sido apadrinhado por Dirceu e pelo PT.
Ex-governador do Ceará disse ainda que o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) seria 'vice dos sonhos'
Ao participar da reunião da executiva nacional pedetista, Ciro
Gomes afirmou que a prioridade de um eventual governo dele seria superar
a desigualdade
( Foto: AE )
por Ana Carolina Curvello - Repórter
Brasília/Sucursal. O ex-governador do Ceará, Ciro
Gomes, foi indicado, ontem, por unanimidade, como pré-candidato à
Presidência da República pela executiva nacional do PDT.
Para representar o Ceará no Senado, o partido estuda a possibilidade de
lançar a candidatura do deputado André Figueiredo e do ex-governador
Cid Gomes.
A sigla definiu, também ontem, em Brasília, outros pré-candidatos que
disputarão às eleições de outubro nas esferas federal e estaduais.
Durante o evento, o presidente da legenda, Carlos Lupi, disse que a
candidatura de Ciro é "irreversível", e o lançamento oficial será no dia
20 de julho, primeiro dia do prazo para a realização das convenções
partidárias.
Em coletiva, Lupi contou ainda que esteve com o ex-presidente Lula (PT)
e disse que a situação política e jurídica do petista "machucava", mas
reforçou a intenção do partido de ter candidato próprio. "Acho que o
Lula nesse processo foi injustiçado e machuca vê-lo sofrer".
Questionado por jornalistas, Lupi disse que gostaria de ter o PT
apoiando Ciro na disputa presidencial. O pré-candidato comentou as
críticas recentes que fez a Lula, mas ponderou que sempre esteve ao seu
lado nos últimos anos. "Ao longo de 16 anos, não faltei uma vez com Lula
e eu estou vendo o que está acontecendo no País, e o PT tem direito de
lançar candidato".
Ciro admitiu que Fernando Haddad é um quadro respeitável, que seria um
vice dos sonhos, mas lembrou que ele é do PT e disse que seria
desrespeitoso querê-lo como vice se o seu partido terá candidato
próprio.
Ciro disse que a prioridade do seu governo, se ganhar as eleições, é
superar a desigualdade e a miséria. "O Brasil precisa retomar o
desenvolvimento. Estamos perdendo nossos filhos para o crime
organizado", disse
Aos jornalistas, Ciro também fez críticas à intervenção federal na área de segurança no Rio.
Para o pedetista, a ação é "politiqueira e mal intencionada".
"Não foi uma intervenção planejada e não tem orçamento". Visão local
Vários representantes do PDT estadual, como o presidente da Assembleia
Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque, e o presidente da Câmara
Municipal de Fortaleza, Salmito Filho, compareceram. O líder do PDT na
Câmara, deputado André Figueiredo, disse que Ciro representa esperança.
"Estamos trabalhando na busca de novos parceiros e alternativas que
sejam viáveis e o Ciro consegue materializar tudo isso", declarou.
Para o deputado estadual Sérgio Aguiar, o eventual impedimento de Lula "abre um leque de oportunidades para Ciro".
Os mistérios que rondam a história da falsificação de passaportes brasileiros emitidos para Kim Jong-un e seu pai, Kim Jong-il
NOME FALSO
Passaportes foram emitidos em 1996, na República Checa. Kim Jong-un usou
o nome de Josef Pwag em viagens para o Brasil, Japão e Hong Kong
(Crédito: Wong Maye-E)
Camila Brandalise
Isolada do mundo, a Coreia do Norte vive sob uma ditadura
pontuada por histórias quase folclóricas. Elas vão desde a
obrigatoriedade do corte de cabelo igual ao do líder Kim Jong-un ao dia
em que é proibido sorrir por ser a data de falecimento do fundador da
nação norte-coreana. Agora, um novo caso envolve o Brasil. O ditador Kim
Jong-un e o pai, Kim Jong-il, falsificaram passaportes brasileiros para
conseguir vistos em viagens internacionais, segundo noticiado pela
agência Reuters. O documento foi emitido em 1996 pela embaixada do
Brasil em Praga, na República Tcheca. Os nomes usados: Josef Pwag e
Ijong Tchoi, ambos registrados como se tivessem nascido em São Paulo. O
Itamaraty informou que está investigando o caso. Disneylândia
Os passaportes, com dez anos de validade, teriam sido usados para
conseguir vistos de pelo menos dois países, de acordo com a Reuters.
Também foram usados em viagens ao Brasil, ao Japão e a Hong Kong. Em
2011, uma reportagem do jornal japonês “Yomiuri Shimbun” afirmava que
Jong-un já teve um passaporte brasileiro e que, inclusive, havia viajado
com o documento para conhecer a Disneylândia de Tóquio. Ainda não há
explicação sobre o porquê de os passaportes terem sido emitidos em
Praga. Mas não é de hoje que pai e filho se disfarçam para não serem
reconhecidos ao redor do mundo. O atual ditador estudou em uma escola em
Berna, na Suíça, e fingia ser filho de um chofer da embaixada da Coreia
do Norte. Uma fonte de segurança que não quis se identificar disse à
agência que a falsificação foi feita não apenas para que pudessem
viajar, mas também para garantir uma rota de fuga quando necessário.
O passaporte brasileiro é bastante visado no mercado negro por causa
das características da população, com influência de diferentes raças e
nacionalidades (confira no quadro). Essa pode ser uma explicação para a
escolha dos ditadores em emitir o documento, que venceu em 2006, na
tentativa de se passar por brasileiros. Com um passaporte norte-coreano é
quase impossível obter visto para o exterior – em parte em função da
reciprocidade internacional ao isolamento do país. Mesmo quem consegue
visto para entrar na Coreia do Norte é proibido de circular sozinho.
Além disso, o próprio governo de Kim Jong-un, empenhado em mostrar a
seus compatriotas que vivem em uma grande nação, dificulta ao máximo a
saída de suas fronteiras.
Rio - O Exército
Brasileiro emitiu parecer favorável para que a Polícia Civil do Rio
receba 15 fuzis AR-10 (que têm calibre 7,62 por 51 milímetros),
apreendidos em uma operação no Aeroporto do Galeão em junho do ano
passado. Por outro lado, foi negada a doação de outros 45 fuzis do
modelo AK-47 (de calibre 7,62 por 39 milímetros).
Conforme o Decreto 5.123/2004, as armas de fogo
apreendidas no Brasil, quando não mais interessam à investigação
criminal e ao processo penal, devem ser encaminhadas pela Justiça ao
Exército, que tem um prazo de 48 horas para destruí-las ou doarem a
órgãos de segurança ou a uma das Forças Armadas. Conforme o Artigo 65 da
norma, as doações devem levar em conta “o padrão e a dotação de cada
órgão”.
A instituição solicitou os 60 fuzis. O Exército
informou nesta terça, em nota, que o repasse dos 15 fuzis AR-10 foi
autorizado no final do ano passado “por não haver nenhuma divergência
entre o solicitado e a legislação vigente”. Por outro lado, o parecer
apontou que não há previsão de dotação institucional de armas com
calibre 7,62 por 39 milímetros, como os fuzis AK-47, para as polícias
civis no Brasil.
No entanto, a doação dos fuzis AK-47 ainda pode
ocorrer. O Comando do Exército vai avaliar um estudo elaborado pela
Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) que poderá
levar à atualização da portaria que estabelece o quadro de dotação de
armas para as polícias civis de todo o país. “Em assim sendo, tal ação
viabilizará a doação daquelas 45 armas, atendendo o aspecto legal
exigido”, registra a nota.
A reportagem também fez contato com a Polícia Civil, mas não obteve retorno.
Operação
A operação no Aeroporto do Galeão em junho do ano
passado resultou na maior apreensão de armas já ocorrida em um terminal
aéreo do país. Os 60 fuzis estavam escondidos em aquecedores
provenientes dos Estados Unidos.
Segundo indícios, o armamento teria sido enviado por
Frederick Barbieri. Preso há pouco mais de uma semana na Flórida, ele é
apontado pela polícia como o maior traficante de fuzis dos Estados
Unidos para o Brasil. O governo federal já apresentou solicitação para
sua extradição.
edida acontece após bandidos recolocarem barreiras retiradas pelos militares
Por
O Dia
Forças Armadas vão voltar à Vila Kennedy para retirar obstáculos colocados por traficantes - Reprodução / Factual RJ
Rio - As Forças Armadas
vão voltar a Favela da Vila Kennedy, em Bangu, na Zona Oeste do Rio,
para fazer uma nova retirada dos obstáculos colocados por traficantes
após a saída dos militares da comunidade. A informação foi confirmada
pelo coronel Carlos Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste.
Ainda segundo o coronel, a ação ainda não tem data para
acontecer. "Quando ainda não está certo, mas é claro que em algum
momento isso acontecerá", disse Cinelli ao DIA.
A medida ocorrerá após a morte do idoso Valdir Vieira
da Silva, de 66 anos, que foi baleado durante um confronto entre
traficantes e policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no
domingo. No mesmo conflito, uma mulher, de 40 anos, foi ferida na coxa
esquerda. As duas vítimas chegaram a ser levadas para o Hospital
Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Valdir morreu na unidade e a
mulher recebeu alta após o atendimento.
Desde que a intervenção federal no Rio foi iniciada, as
Forças Armadas já fizeram cinco operações: uma na Vila Kennedy; uma no
Jardim Catarina, em São Gonçalo; duas na Kelson's, na Penha; e uma na
Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri.
Entre as lições também estão o uso de fuzis e granadas, camuflagem e adoção de técnicas de combate em alto nível
Na Vila Kennedy, zona oeste do Rio, as forças militares ocuparam
a entrada da favela, revistaram moradores, vasculharam veículos em
busca de armas e drogas, dentro do plano de combate ao crime organizado
após a intervenção federal
( FOTO: AFP )
Rio de Janeiro. Os serviços de inteligência das Forças
Armadas e da Polícia do Rio investigam ex-militares que estão treinando
integrantes de facções criminosas com táticas usadas pelo Exército e
pela Marinha. O jornal "Estado de S.Paulo" apurou que esses instrutores,
principalmente ex-paraquedistas e ex-fuzileiros navais, recebem de R$ 3
mil a R$ 5 mil por hora de aula - valor que pode chegar a R$ 50 mil em
uma boa semana. Eles preparam bandidos no uso de fuzis, pistolas e
granadas, para atuar em áreas urbanas irregulares, como favelas, e a
definir rotas de fuga.
Há cerca de cinco meses, durante operação de cerco no Morro da Rocinha,
o comportamento dos traficantes fortemente armados chamou a atenção do
setor de inteligência. "Seguia claros padrões profissionais, até no
gestual de comando", relatou um oficial do Exército.
Em grupos de 8 a 12 homens, os criminosos se deslocavam de forma
coordenada, fazendo disparos seletivos e evitando o contato direto,
"exatamente como faria a tropa em um ambiente adverso". Entre as lições
ensinadas pelos ex-militares também estão o emprego da camuflagem e
técnicas de enfrentamento.
Já foram rastreados entre 10 e 12 ex-combatentes, na faixa dos 28 anos.
O número pode ser maior. O temor de que ex-militares sejam cooptados
por facções foi explicitado pelo novo ministro da Defesa, o general da
reserva Joaquim Silva e Luna, no Rio.
Segundo ele, as Forças Armadas dispensam entre 75 mil e 85 mil
reservistas todos os anos. "Esse pessoal passa pelas Forças, é treinado,
adestrado, preparado e, quando sai, às vezes volta ao desemprego. E
eles podem se tornar vulneráveis nesse momento, podem ser cooptados".
Os militares que passam pelo Batalhão de Operações Especiais dos
Fuzileiros Navais fazem cursos e estágios de guerra na selva e na
caatinga. Aprendem a saltar de paraquedas e a executar tiros de
precisão, combate e ações anfíbias. São oficiais, subtenentes e
sargentos. Guerrilha
No Comando de Operações Especiais do Exército, o ciclo mais abrangente
prepara por 25 semanas para missões de reconhecimento, contraterrorismo,
resgate, evasão, sabotagem, guerrilha e contraguerrilha. Por isso são
tão valorizados pelas facções no treinamento de seus "soldados".
Para um analista, ex-oficial da PM fluminense, "dar adestramento para
manusear os armamentos é um recurso das facções para evitar os disparos a
esmo, aumentar o poder de fogo e reduzir a perda de material, afinal,
um fuzil AK-47 novo, posto no morro, custa R$ 30 mil".
A assessoria especializada dos ex-militares também orienta aquisições
dos contrabandistas e evita desperdícios. "Até recentemente, os
'xerifes' do tráfico compravam tudo o que aparecesse. Em um depósito em
Manguinhos foi achado um projétil de artilharia de 155 mm. Enorme,
impressionante e totalmente inútil para quem não tem um canhão", contou o
ex-PM.
Hoje, a composição do arsenal das facções é mais rigorosa. Abrange
fuzis de calibre 7.62mm e 5.56mm, pistolas 9mm, granadas de alto poder
letal em pequeno raio (de 5 a 15 metros) e explosivos plásticos.
Os comandos do Exército e da Marinha tratam esses casos como assunto
policial. "São criminosos comuns, perderam o vínculo com as Forças.
Depois de presos, são submetidos à Justiça comum. É isso o que
acontece", explicou um general. Na avaliação do oficial, com larga
experiência na missão de estabilização do Haiti, "não há gente de ponta
entre esses marginais: os melhores quadros ficam na tropa, mesmo depois
de cumprido seu termo de trabalho".
Esse treinamento por ex-militares foi detectado no Rio pela primeira
vez em 2000. Desde então, houve cinco casos em que os protagonistas
foram identificados. Um deles - o ex-paraquedista Marcelo Soares
Medeiros, o Marcelo PQD- acabou evoluindo no crime Passou de instrutor e
intermediador na compra de armas a gerente e, depois, controlador de um
ponto de distribuição de drogas no Morro do Dendê, na Ilha do
Governador.
Preso desde 2007, cumpre pena em Bangu. Há um ano, foi apontado como o
responsável pela construção de um túnel, com iluminação, ventilação e
sistema de drenagem, que seria usado em uma fuga. Marcelo PQD (a sigla
identifica os paraquedistas) esteve alinhado ao Comando Vermelho, mas,
na prisão, mudou de facção e agora integraria o PCC, grupo paulista.
Pagamentos serão feitos de junho a dezembro na ordem de entrega da declaração
Por
Agência Brasil
Restituição do Imposto de Renda será paga por ordem de declaração. - Reprodução
Brasília - As restituições
do Imposto de Renda serão pagas de junho a dezembro, seguindo a ordem
de entrega da Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, de
acordo com o cronograma divulgado nesta sexta-feira pela Receita
Federal.
De acordo com a publicação no Diário Oficial da União,
os contribuintes com idade igual ou superior a 60 anos terão prioridade,
sendo assegurada prioridade especial aos maiores de 80 anos.
Contribuintes portadores de deficiência física ou mental, portadores de
moléstias graves e contribuintes cuja maior fonte de renda seja o
magistério também serão priorizados.
A restituição será paga em sete lotes. O valor será
colocado à disposição do contribuinte na agência bancária indicada na
declaração.
Veja o cronograma:
1º lote, em 15 de junho de 2018
2º lote, em 16 de julho de 2018
3º lote, em 15 de agosto de 2018
4º lote, em 17 de setembro de 2018
5º lote, em 15 de outubro de 2018
6º lote, em 16 de novembro de 2018
7º lote, em 17 de dezembro de 2018
Declaração
A declaração deste ano pode ser preenchida por meio do
programa baixado no computador ou do aplicativo Meu Imposto de Renda
para tablets e celulares. O download do programa pode ser feito no site
da Receita. É obrigado a declarar quem recebeu, em 2017, rendimentos
tributáveis em valor superior a R$ 28.559,70. No caso da atividade
rural, deve declarar quem teve receita bruta acima de R$ 142.798,50.
Neste ano, é obrigatória a apresentação do Cadastro de
Pessoa Física (CPF) para dependentes a partir de 8 anos de idade,
completados até 31 de dezembro de 2017. Outra mudança é a possibilidade
de impressão do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf)
para pagamento de todas as cotas do imposto, inclusive as que estão em
atraso.
Também estão obrigadas a declarar as pessoas físicas
residentes no Brasil que receberam rendimentos isentos, não tributáveis
ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40
mil; as que obtiveram, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de
bens e direitos, sujeito à incidência do imposto ou que realizaram
operações em bolsas de valores; que pretendem compensar prejuízos com a
atividade rural; que tiveram, em 31 de dezembro de 2017, a posse ou a
propriedade de bens e direitos, inclusive terra nua, em valor total
superior a R$ 300 mil; que passaram à condição de residentes no Brasil
em qualquer mês e assim se encontravam em 31 de dezembro; ou que optaram
pela isenção do IR incidente sobre o ganho de capital com a venda de
imóveis residenciais para a compra de outro imóvel no país, no prazo de
180 dias contados do contrato de venda.
Em encontro com os governadores, Temer ofereceu uma linha de crédito de R$ 42 bi para investimentos na área
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), participou da
reunião no Planalto e ressaltou necessidade de envolvimento federal no
combate ao crime
( Foto: Governo do Estado do Ceará )
Brasília. Durante reunião com governadores, no Palácio
do Planalto, o presidente Michel Temer anunciou, ontem, uma linha de
financiamento de R$ 42 bilhões para investimentos em segurança pública,
como o reequipamento das polícias estaduais. Os empréstimos serão
oferecidos pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele
disse que a medida foi um pedido dos próprios chefes dos executivos
estaduais.
"Os senhores poderão aparelhar os setores da segurança pública. Não são
poucos os governadores que me procuram e procuram os ministros para
falar (na necessidade) de reaparelhar a segurança pública. Temos um
plano já delineado na noite de ontem (quarta) de maneira que possamos
ajudar a financiar os Estados para o reequipamento das policiais locais,
estaduais".
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que caberá à
equipe econômica e ao BNDES a palavra final sobre a possibilidade de
Estados em dificuldade financeira tomarem empréstimos na nova linha de
crédito do banco de fomento destinada a financiar a área da segurança, o
"BNDES Segurança".
O governador do Ceará, Camilo Santana, também participou da uma reunião
no Palácio do Planalto. Em rede social, o governador disse que "há
muito tempo, já alertava sobre a necessidade do envolvimento do Governo
Federal com a violência".
Segundo ele, o combate ao tráfico de drogas e armas e a proteção das fronteiras são competências da União.
"É inadmissível que esse assunto tenha sido ignorado por tanto tempo", afirmou Camilo.
O chefe do Executivo cearense ainda defendeu um sistema único para
segurança pública, como o da saúde e educação, e a criação de um fundo
financeiro de apoio aos estados.
O encontro teve também a presença dos presidentes do BNDES, Paulo
Rabello, da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia. Penitenciárias
Temer também pediu que os governadores dos Estados se "esforcem" para
abrir novas vagas no sistema penitenciário. Segundo ele, os Estados
receberão uma verba suficiente para a construção de 30 penitenciárias,
sendo 25 estaduais e cinco federais.
A verba citada por Temer faz parte do Plano Nacional de Segurança
Pública, apresentado pelo governo no início de 2017, como resposta a uma
série de chacinas no sistema penitenciário. O montante não teria sido
utilizado e, agora, vai voltar para os governantes estaduais.
'Angustiante'
O presidente ainda chamou de "angustiante" a situação da violência no
País e quis comparar as cidades brasileiras com Lisboa, em Portugal, e
Madri, na Espanha. Ele defendeu que o esforço dos governadores passará a
"sensação" de que todos estão unidos para resolver o problema.
"Estamos dando uma demonstração de que Brasil está unido. Isso causará
uma sensação de que todos estão preocupados com o tema", afirmou.
A criação do "Programa Nacional de Segurança Pública" deve destinar
cerca de R$ 42 bilhões a Estados e municípios em cinco anos. Desse
montante, R$ 33,6 bilhões serão oriundos dos cofres do BNDES, que criou
essa nova linha de financiamento.
Desse total, Jungmann afirmou que R$ 10 bilhões serão destinados aos
prefeitos. "Sou grande defensor da participação das prefeituras", disse.
Jungmann ressaltou que Estados e municípios terão até oito anos para
pagar os empréstimos, dois dos quais de carência. Em razão das eleições,
os empréstimos só poderão ser tomados até 6 de julho. Colaborou Carolina Curvello