29 de fev. de 2016

A ciclovia mais cara do mundo

Ministério Público pede a cassação do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, por superfaturamento na construção de ciclovias


O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), tenta fazer da construção de ciclovias uma marca de sua gestão. O paulistano pode até vir a gostar da ideia. Mas a questão é que as ciclovias de Haddad são as mais caras do mundo. E isto tem chamado atenção do Ministério Público. O custo médio de cada quilômetro construído sai por estratosféricos R$ 650 mil. Supera, por exemplo, cinco vezes o valor pago por Paris. É maior também do que o desembolsado por cidades díspares, como Nova York e Buenos Aires. Uma destas ciclovias desperta ainda mais atenção do MP pelo seu impressionante superfaturamento. Trata-se da Ceagesp-Ibirapuera, uma obra simples e plana, com apenas faixas vermelhas de sinalização. Cada um de seus 12,4 quilômetros custou R$ 4,4 milhões aos cofres públicos. Na gestão anterior, a mesma empresa cobrou R$ 617 mil por quilômetro. Promotores paulistas acusam Haddad e seu secretário de Transportes, Jilmar Tatto, entre outros, de terem causado um prejuízo de cerca de R$ 47 milhões só nesta obra. Para os promotores, a prefeitura não realizou a licitação de maneira adequada. Justificando urgência, eles fracionaram as obras em seis contratos. Evitaram, assim, a necessidade de certame, o que é ilegal. Agora, o Ministério Público pede para que o prefeito seja retirado do cargo, tenha os seus direitos políticos suspensos e devolva ao erário os prejuízos causados por ele e seus secretários.
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EXPLICA, HADDAD
Prefeito de São Paulo (abaixo) terá dificuldades para
justificar como efetuou gastos tão acima do padrão
nas  obras da ciclovia Ceagesp-Ibirapuera (acima)
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A operação Lava Jato também promete dar dor de cabeça ao petista. Na última semana, o marqueteiro responsável por tornar possível a sua vitória, João Santana, foi preso. É acusado de ser pago fora do país por empreiteiras pela realização de campanhas. Há suspeitas que a de Fernando Haddad à prefeitura paulistana seja uma delas. Estão, entre os indícios, anotações de empreiteiros implicados pela PF. Um dos donos de construtora envolvida nos desvios do Petrolão já havia relacionado o pagamento de propina a doações para Haddad. Ricardo Pessoa, da UTC, disse, em sua delação premiada, ter desembolsado despesas de R$ 2,6 milhões da campanha petista à Prefeitura de São Paulo. Com tantas acusações, Haddad terá de pedalar muito para fugir dos escândalos. 
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