Trabalho dos 200 homens do Exército, da Aeronáutica e da Marinha teve início em Ceilândia. Alvos na segunda são quatro cidades
Mariana Moreira
O mosquito da dengue acaba de ganhar um inimigo de farda, coturno e com muita disposição para o combate. Depois do treinamento teórico, realizado na última quarta-feira, os 200 militares cedidos pelas Forças Armadas para ajudar na luta contra a doença passaram o dia de ontem em campo. Divididos em grupos de oito pessoas, acompanhados por agentes de Vigilância Ambiental, eles começaram as visitas de casa em casa. O trabalho da força-tarefa teve início por Ceilândia.
O diretor da Vigilância Ambiental, Laurício Monteiro Cruz, acompanhou as atividades durante a manhã. Segundo ele, o objetivo do dia era dar aos militares uma chance de observar e aprender. “Estamos mais preocupados em passar a informação com qualidade, para que eles possam atuar com mais autonomia a partir de segunda-feira”, afirmou. Mesmo assim, no meio da tarde, a maioria do efetivo já se arriscava a interagir com os moradores. Segundo um dos agentes responsáveis pelo acompanhamento dos militares, João Batista Ferreira, 56 anos, no começo do dia, eles estavam inibidos. Mas, aos poucos, foram se acostumando à função. “Eles vão dar conta do recado”, acredita o agente.
Um dos homens escalados para a missão, o soldado Michael Lima, 22 anos, não está encontrando dificuldades. Ele afirma não ter muitas dúvidas sobre o assunto e, sempre que surge um impasse, recorre ao agente de Vigilância Ambiental que o acompanha. O soldado admite ter consultado, durante as visitas, o material didático distribuído pelo Ministério da Saúde, mas mostra ter decorado a cartilha de atuação.
Ao entrar no terreno da dona de casa Marilete Brito, 32 anos, o soldado Michael colocou em prática sua primeira lição: pediu a ela para prender os cachorros. Em seguida, orientou a dona da casa a virar uma lata de tinta de cabeça para baixo. “Nesta região, não temos encontrado muitos focos. Os problemas mais frequentes são ralos e esgotos”, ensina. Em seguida, ele e o colega, o soldado Elder Ribeiro, 22 anos, perguntaram se havia caixa d’água na casa. Diante da negativa, se ofereceram para falar sobre os sintomas de dengue. “A visita é muito importante. Nem tinha visto aquela lata. Mesmo achando que já sabe, a gente sempre aprende um pouco mais com eles”, afirma Marilete Brito.
Exemplo
Do outro lado da rua, os militares encontraram um quintal limpo, com vasos de planta sem pratinhos de água. A única ressalva foi limpar a calha a cada 15 dias, para evitar entupimento. Um pouco mais adiante, um morador convidou o grupo a fazer a visita em sua casa. Durante a manhã, quando a equipe tocou a campainha, o aposentado Manuel Francisco da Silva, 70 anos, não estava. “Quando vi o ônibus do Exército, fiquei na expectativa, porque vi na televisão que eles iriam ajudar no combate à dengue”, revelou.
A farda é um poderoso aliado na hora de mobilizar os moradores. “Em uma das casas, um homem viu os militares fardados e começou a se recordar dos tempos de quartel. Como a organização já é conhecida da sociedade, eles não enfrentam problemas”, afirma o agente João Batista Ferreira. “Eles conseguiram entrar em casas que nós não entramos”, admitiu o agente da Vigilância Ambiental Anivaldo José de Souza.
Na próxima semana, 50 militares do Exército estarão na Estrutural. Os outros 50 representantes da corporação continuarão os trabalhos em Ceilândia. Já os 50 da Marinha e os 50 da Aeronáutica estarão em Planaltina e em São Sebastião, respectivamente. Com o reforço na equipe, ficará mais fácil repetir as visitas (1)às casas que estiveram fechadas durante a primeira tentativa ou que os moradores não permitiram a entrada de agentes.
1 - Trabalho dobrado
Ainda é preciso visitar novamente 1.500 domicílios na Vila Planalto, em Planaltina, no Itapoã, no Paranoá e em São Sebastião. Durante esta semana, as equipes tiveram acesso a 1.200 residências nesses locais.
Mariana Moreira
O mosquito da dengue acaba de ganhar um inimigo de farda, coturno e com muita disposição para o combate. Depois do treinamento teórico, realizado na última quarta-feira, os 200 militares cedidos pelas Forças Armadas para ajudar na luta contra a doença passaram o dia de ontem em campo. Divididos em grupos de oito pessoas, acompanhados por agentes de Vigilância Ambiental, eles começaram as visitas de casa em casa. O trabalho da força-tarefa teve início por Ceilândia.
O diretor da Vigilância Ambiental, Laurício Monteiro Cruz, acompanhou as atividades durante a manhã. Segundo ele, o objetivo do dia era dar aos militares uma chance de observar e aprender. “Estamos mais preocupados em passar a informação com qualidade, para que eles possam atuar com mais autonomia a partir de segunda-feira”, afirmou. Mesmo assim, no meio da tarde, a maioria do efetivo já se arriscava a interagir com os moradores. Segundo um dos agentes responsáveis pelo acompanhamento dos militares, João Batista Ferreira, 56 anos, no começo do dia, eles estavam inibidos. Mas, aos poucos, foram se acostumando à função. “Eles vão dar conta do recado”, acredita o agente.
Um dos homens escalados para a missão, o soldado Michael Lima, 22 anos, não está encontrando dificuldades. Ele afirma não ter muitas dúvidas sobre o assunto e, sempre que surge um impasse, recorre ao agente de Vigilância Ambiental que o acompanha. O soldado admite ter consultado, durante as visitas, o material didático distribuído pelo Ministério da Saúde, mas mostra ter decorado a cartilha de atuação.
Ao entrar no terreno da dona de casa Marilete Brito, 32 anos, o soldado Michael colocou em prática sua primeira lição: pediu a ela para prender os cachorros. Em seguida, orientou a dona da casa a virar uma lata de tinta de cabeça para baixo. “Nesta região, não temos encontrado muitos focos. Os problemas mais frequentes são ralos e esgotos”, ensina. Em seguida, ele e o colega, o soldado Elder Ribeiro, 22 anos, perguntaram se havia caixa d’água na casa. Diante da negativa, se ofereceram para falar sobre os sintomas de dengue. “A visita é muito importante. Nem tinha visto aquela lata. Mesmo achando que já sabe, a gente sempre aprende um pouco mais com eles”, afirma Marilete Brito.
Exemplo
Do outro lado da rua, os militares encontraram um quintal limpo, com vasos de planta sem pratinhos de água. A única ressalva foi limpar a calha a cada 15 dias, para evitar entupimento. Um pouco mais adiante, um morador convidou o grupo a fazer a visita em sua casa. Durante a manhã, quando a equipe tocou a campainha, o aposentado Manuel Francisco da Silva, 70 anos, não estava. “Quando vi o ônibus do Exército, fiquei na expectativa, porque vi na televisão que eles iriam ajudar no combate à dengue”, revelou.
A farda é um poderoso aliado na hora de mobilizar os moradores. “Em uma das casas, um homem viu os militares fardados e começou a se recordar dos tempos de quartel. Como a organização já é conhecida da sociedade, eles não enfrentam problemas”, afirma o agente João Batista Ferreira. “Eles conseguiram entrar em casas que nós não entramos”, admitiu o agente da Vigilância Ambiental Anivaldo José de Souza.
Na próxima semana, 50 militares do Exército estarão na Estrutural. Os outros 50 representantes da corporação continuarão os trabalhos em Ceilândia. Já os 50 da Marinha e os 50 da Aeronáutica estarão em Planaltina e em São Sebastião, respectivamente. Com o reforço na equipe, ficará mais fácil repetir as visitas (1)às casas que estiveram fechadas durante a primeira tentativa ou que os moradores não permitiram a entrada de agentes.
1 - Trabalho dobrado
Ainda é preciso visitar novamente 1.500 domicílios na Vila Planalto, em Planaltina, no Itapoã, no Paranoá e em São Sebastião. Durante esta semana, as equipes tiveram acesso a 1.200 residências nesses locais.
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