7 de mar. de 2017

Trump assina novo decreto e exclui Iraque

O FBI investiga 300 pessoas que entraram nos Estados Unidos como refugiados por suspeita de terrorismo
Presidente estadunidense acusou seu antecessor, Barack Obama, de ter colocado escutas em seu telefone durante a campanha de 2016 para a Casa Branca; Rússia desdenha e chama de assunto "doméstico" ( Foto: AFP )

Washington. Donald Trump retomou ontem sua ofensiva em termos de imigração e segurança interna com a assinatura de um novo decreto contra viajantes de seis dos sete países muçulmanos inicialmente atingidos, mas isentando estrangeiros com visto e 'green card'.
O presidente estadunidense assinou o documento longe das câmeras, no Salão Oval da Casa Branca, após ter passado o fim de semana acusando seu predecessor, Barack Obama, de ordenar escutas telefônicas contra a Trump Tower durante a campanha eleitoral.
O Iraque não faz mais parte dos países cujos cidadãos foram proibidos de entrar nos Estados Unidos, e seu governo já comemorou. O decreto entra em vigor em 16 de março, por 90 dias, segundo documentos publicados ontem pelo departamento de Segurança interna.
A suspensão da entrada de refugiados por 120 dias também passará a valer, mas aqueles com viagem aos Estados Unidos já programada poderão entrar no país. O assunto corresponde às promessas de campanha do republicano, que está comprometido com a implementação de "verificação extrema" para evitar a entrada de extremistas.
Seu primeiro decreto, assinado uma semana depois de chegar ao poder, havia provocado um clamor global, sendo Donald Trump acusado de discriminação contra os muçulmanos, potencialmente inconstitucional.
Os outros seis países que continuam visados são Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria, Iêmen.
Mas desta vez, os detentores de 'green cards' e vistos serão explicitamente protegidos.
E os iraquianos deixaram de fazer parte das nacionalidades proibidas. "Recebemos a garantia do governo iraquiano que poderemos realizar as verificações necessárias", declarou uma autoridade americana.
Novas medidas
Outra mudança diz respeito aos refugiados. Inicialmente, a entrada estava suspenso durante 120 dias, mas no caso de refugiados sírios, a suspensão era indefinida. Agora, os sírios não serão tratados de forma diferente de outros refugiados.
Para Washington, as novas medidas são necessárias em nome da segurança nacional. As autoridades revelaram que cerca de 300 refugiados presentes nos Estados Unidos eram investigados pelo FBI por terrorismo.
O FBI, a polícia federal americana, está investigando 300 pessoas que entraram nos Estados Unidos como refugiados por causa de suspeitas de atividades ligadas ao terrorrismo, informou a Segurança Interna.
Grampo
A Casa Branca disse que o presidente quer que o Congresso investigue o vazamento de informações secretas, assim como alegações infundadas de que o ex-presidente Barack Obama grampeava seu telefone. O porta-voz Sean Spicer disse que conversou com Trump sobre essa questão e ele indicou que gostaria que o Congresso ampliasse o escopo das investigações.
A denúncia feita pelo presidente dos EUA de que seu predecessor teria colocado escutas eu seu telefone durante a campanha de 2016 à Casa Branca é uma questão "puramente doméstica", afirmou o porta-voz do presidente Vladimir Putin.
O Kremlin "não deve de forma alguma estar ligado a questões domésticas dos EUA", afirmou Dmitry Peskov, acrescentando que o governo "não tem a menor inclinação ou intenção de se associar a estes eventos".
Em ocasiões passadas, autoridades russas defenderam Trump, criticando seus oponentes por supostamente querer minar as tentativas de estreitar os laços do novo presidente.

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