13 de mar. de 2017

E o brasileiro foi ao inferno

A conta do desastre petista chegou: entre 2014 e 2016, o PIB caiu alarmantes 9%. Foi a maior depressão econômica da história do País. Que sirva de lição para que jamais e em tempo algum essa tragédia se repita

E o brasileiro foi ao inferno
DESPEPERO Doze milhões de brasileiros engrossaram a fila do desemprego no governo petista
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou esta semana a queda de 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto). Esse número chega a chocantes 7,2% quando 2015 também entra na conta. Apesar de os dados serem alarmantes, eles comprovam o que a maior parte dos trabalhadores brasileiros vêm sentindo na pele nos últimos anos: o Brasil vive uma de suas piores recessões da história. Desde o segundo trimestre de 2014 até 2016, o PIB do País regrediu 9%. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apressou-se em dizer que os dados indicam apenas “o retrovisor” e que as perspectivas para um futuro próximo são melhores, em uma tentativa de não deixar o pessimismo contaminar o mercado. De fato, medições periódicas demonstram que, desde que o presidente Michel Temer assumiu a presidência, a economia começou a melhorar e já iniciou a escalada rumo à saída do poço.
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Mas por que olhar para o retrovisor agora deve ser tão indispensável? O espelho do IBGE, que estampa os últimos quilômetros de estrada percorridos até aqui, servem como advertência, para que os próximos governantes não se esqueçam de que impor a política econômica com o autoritarismo e a arrogância de quem não sabe o que está fazendo pode custar 12 milhões de empregos. E este preço é muito alto.
No meio do caminho, a gestão petista resolveu abandonar a política econômica baseada no tripé econômico, que priorizava a meta de inflação, o câmbio flutuante e a responsabilidade fiscal. A “nova” matriz econômica imposta nos últimos anos pelo governo do ex-presidente Lula – e turbinada nos mandatos de sua sucessora, Dilma Rousseff – arruinaram a economia. Derrocaram famílias que se deixaram levar pelo estímulo do consumo desenfreado e hoje nadam em dívidas. A desgovernada concessão da “bolsa empresário”, que distribuiu, sem critérios, subsídios para os mais variados setores, trouxe nada menos que um efeito rebote. Hoje, assistimos ao menor nível de investimentos em cerca de 20 anos.
A opção perdulária de gastar muito mais do que arrecada levou o País a aumentar suas dívidas e, consequentemente, gastar mais com juros. O intervencionismo do Estado aos moldes bolivarianistas, que à época de Dilma já vinha sendo duramente criticados, inviabilizou empreendimentos públicos e privados. Assim como a manipulação artificial de preços como o da gasolina e da energia elétrica, que não passaram de manobras eleitoreiras. A fatura chegou e está sendo paga pelo consumidor. Isso sem contar em práticas levadas a limites estratosféricos, como o inchaço da máquina pública, fisiologismo e corrupção.
O novo modelo econômico populista da era petista já dava sinais de ruína em 2014, ano de eleição presidencial. Justamente quando a verdade sobre o fracasso das opções governamentais não poderia vir à tona. Isso faz lembrar a desastrosa frase do então ministro da Fazenda, em 1994, Rubens Ricupero. Em uma conversa informal com um jornalista, mas captada sem querer pelos sinais de parabólica, ele disse: “Eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura. O que é ruim a gente esconde”. Por esse escândalo, Ricupero caiu. Não foi o que Dilma disse, mas foi o que Dilma fez. Com as chamadas “pedaladas fiscais” e “contabilidade criativa”, ela maquiou os números do desastre anunciado. Essa e outras medidas levaram o a nação perder o selo de “bom pagador”, conferido por agências internacionais de risco, causando a fuga de investidores.
ESTELIONATO ELEITORAL
É bom que o retrato do passado captado pelo IBGE volte até a campanha presidencial de 2014. Ou, para ter mais exatidão, ao estelionato eleitoral protagonizado pela petista e pelo marqueteiro João Santana. A presidente, a equipe econômica e o publicitário sabiam que a economia afundava como um Titanic. Mas em vez de avisar aos navegantes do rombo no casco e do iminente naufrágio, distribuindo orientações de evacuação e boias, preferiu enganar os passageiros e mandou-os dormir tranquilamente, enquanto as águas inundavam os porões sob suas camas.
A manipulação artificial de preços, como da gasolina e da energia, não passou de manobra eleitoreira
Agora, sem esquecer do passado, o desafio é seguir adiante com cautela. Assim como indica a equipe econômica de Temer, as perspectivas são melhores e indicam uma retomada ao caminho certo. O economista Luis Paulo Rosenberg, disse em entrevista ao âncora da Rádio Bandnews e colunista da ISTOÉ Ricardo Boechat que as perspectivas dos especialistas é de crescimento em 2017 da ordem de, no máximo, 1%. “Os indícios são favoráveis”, ele avalia. E destaca que a inflação dá sinais de que continuará em declínio. A liberação gradual de saque de recursos do FGTS inativo serve como uma espécie de “motor de arranque” para iniciar um novo círculo virtuoso. Como a recuperação da economia depende, em parte, de expectativas, o Congresso detém nas mãos um papel essencial para ditar a dinâmica da melhora do cenário econômico. A aprovação da PEC dos gastos, que proibiu o governo gastar mais do que arrecada, já foi um avanço. Porém, matérias essenciais estão na agenda dos parlamentares, como a Reforma da Previdência, vista como primordial para ajudar na recuperação fiscal do País.

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