4 de dez. de 2015

Wagner diz que Cunha é "mentiroso" e sai "derrotado" após aceitação de impeachment

Ministro da Casa Civil rebate presidente da Câmara, diz que ele, e não Dilma, conversou com deputado; petista também critica pedido de afastamento da presidente

Estadão Conteúdo

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O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou rebateu nesta quinta-feira, 3, as declarações dadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ministro disse que o peemedebista é quem mentiu e que, com a deflagração do processo de impeachment, o governo se livrou de chantagem. "Agora isso tudo sai da coxia e vai para o palco; acaba a chantagem", afirmou o ministro, em coletiva no Palácio do Planalto.

Mais cedo, Cunha acusou a presidente Dilma Rousseff de mentir em seu pronunciamento na noite de ontem ao negar ter tentado fazer barganha para barrar o prosseguimento do processo de impeachment. O peemedebista disse que, à sua revelia, foram oferecidos os três votos do PT no Conselho de Ética em troca da aprovação da CPMF ao deputado André Moura (PSC-SE), um de seus principais aliados. O parlamentar do PSC teria sido levado à presidente Dilma pelo ministro Jaques Wagner.

O ministro confirmou que se encontrou com o deputado André Moura, mas negou que ele tenha sido levado até a presidente Dilma. "O deputado André Moura esteve comigo e eu sempre discuti com ele, como emissário do presidente da Câmara, pauta econômica, a DRU, a CPMF, a repatriação", afirmou. Wagner citou também o PLN5, que revisava a meta fiscal e foi aprovado ontem. "Nessa matéria felizmente tive êxito, porque conseguimos aprovar."

Wagner disse ainda que nunca conversou com Moura sobre pedido de impeachment. "Ele seguramente vai confirmar isso."

Fim da chantagem

O ministro destacou que sempre defendeu a tese de que o governo não poderia se sustentar o tempo todo ameaçado pela abertura do impeachment. "Sempre disse: o presidente da Casa que decida o que ele quiser e nós colocaremos o número (no Congresso) para barrar", afirmou.

Wagner disse ainda que o tema "virou pauta única de alguns segmentos" e que desde o início do segundo mandato de Dilma estavam procurando algo para tentar encaixar a presidente num pedido de impeachment. "Eles andaram o ano inteiro com lanterna na mão procurando para encaixar Dilma no impeachment", disse. "Todo mundo sabe que não há dolo, má fé e nada de errado com a presidente."

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