22 de jan. de 2015

Brasil importa energia da Argentina um dia após apagão

Medida foi tomada pela primeira vez no governo Dilma para complementar o atendimento da demanda durante pico de consumo, de acordo com o ONS

Brasil não recorria a países vizinhos para comprar energia desde 2010
Brasil não recorria a países vizinhos para comprar energia desde 2010 (Reinaldo Canato/VEJA)
(Atualizado às 21h30)
Um dia após o apagão que atingiu 11 Estados e o Distrito Federal (DF), o Brasil importou energia da Argentina pela primeira vez no governo Dilma para complementar o atendimento da demanda no período de pico de consumo, de acordo com o informativo preliminar diário do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado nesta quarta-feira. A medida mostra que a entidade busca alternativas para atender o crescimento do consumo de energia no país, já que o Brasil não recorria a países vizinhos desde 2010.
Segudo o ONS, o intercâmbio de eletricidade ocorreu na terça-feira a pedido do próprio operador e foi equivalente a 165 MW (megawatts), o que corresponde a apenas 0,22% do total da energia consumida no país naquele dia (74.094 MW). A importação realizada ocorreu por meio das interligações de Garabi, no município de Garruchos (RS).
Em nota, o ONS explicou que o procedimento faz parte de um acordo operacional assinado em 2006 entre Brasil e Argentina, que permite que um país possa solicitar ao outro o envio de um volume determinado de energia em "ocasiões especiais". Ainda de acordo com a entidade,  "a troca de energia, nos dois sentidos, foi adotada em diversos momentos ao longo da vigência do acordo".
Questionado sobre as razões de não ter informado que houve importação de energia durante a entrevista coletiva realizada depois do apagão, o Ministério de Minas e Energia (MME) não se pronunciou até o fechamento desta reportagem. Durante a entrevista, o governo anunciou um plano de medidas emergenciais para atender a demanda por energia. O ministro da pasta, Eduardo Braga, garantiu na terça-feira que não há falta de energia no país.
(Com Estadão Conteúdo)

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