Por Virgínia Silveira | De São José dos Campos
Handout/Embraer/APLote de 20 aeronaves será usado pela Força Aérea
americana em apoio aéreo leve, reconhecimento e capacidade de
treinamento a militares no Afeganistão
A Embraer fará este mês a
entrega do primeiro Super Tucano para a Força Aérea dos Estados Unidos
(USAF, da sigla em inglês). O avião foi produzido na fábrica que a
companhia construiu em Jacksonville, na Florida.
O contrato
envolve a aquisição de 20 aviões e está avaliado em US$ 427,5 milhões,
mas pode atingir US$ 1 bilhão, com a compra de um total de 50 unidades. A
negociação de um segundo lote, segundo o Valor apurou, deverá ser
iniciada após a entrega da primeira aeronave.
As 20 aeronaves
serão usadas para fornecer apoio aéreo leve, reconhecimento e capacidade
de treinamento aos militares do Afeganistão. A Embraer informou que a
cerimônia de entrega será realizada na fábrica de Jacksonville, onde
foram feitas as atividades de pré-equipagem, montagens mecânica e
estrutural, instalação e teste de sistemas e testes em voo. A unidade,
localizada no aeroporto de Jacksonville, conta com 50 funcionários.
A entrega da primeira aeronave para os Estados Unidos será um evento
histórico para a Embraer, pois é a primeira vez que a empresa vende um
produto militar para a área de defesa americana.
Também neste
ano a Embraer começa a fazer o pagamento de royalties para a Força Aérea
Brasileira (FAB), sobre a exportação do Super Tucano. A FAB é a
proprietária intelectual do projeto. O percentual de royaltie para o
Super Tucano é de 1% sobre a nota fiscal emitida pela empresa para
terceiros. A aeronave custa entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões,
dependendo da configuração e do tipo de armamento e de sensores que são
incorporados.
A contratação da Embraer para o fornecimento dos
aviões à Usaf foi duramente contestada pela concorrente americana
Beechcraft, que perdeu a licitação para a brasileira. A Beechcraft
alegava que a escolha da Embraer encarecia o custo de aquisição das
aeronaves pelas Forças Armadas e comprometia empregos, mas o
Departamento de Defesa dos EUA revogou a contestação e manteve o
contrato.
A Embraer argumentou que cerca de 86% do valor em
dólar do Super Tucano vem de componentes fornecidos por companhias ou
países qualificados sob a lei "Buy American Act", que exige um conteúdo
americano superior a 50% para os produtos comprados fora dos EUA.
O parque industrial envolvido com o projeto do Super Tucano nos EUA
reúne mais de 100 fornecedores de serviços e de componentes em 21
Estados americanos, o que corresponde a uma cadeia de fornecedores de
1400 funcionários nos EUA. Os dados foram informados pela Embraer no
site "BuiltForTheMission", com informações ao Super Tucano durante a
concorrência LAS (Apoio Aéreo Leve), programa que selecionou a aeronave
brasileira.
Com mais de 210 encomendas e um número superior a
170 aviões entregues, o Super Tucano está em operação em nove forças
aéreas na América Latina, África e Sudeste Asiático. A aeronave executa
missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e
contra-insurgência.
Com as instalações de Jacksonville, a
Embraer reforça ainda mais a sua presença nos EUA e, especialmente na
Flórida, onde emprega mais de 1200 pessoas. Nesta semana, inaugurou seu
Centro de Engenharia e Tecnologia (Cete), em Melbourne, focado
inicialmente em interiores de jatos executivos. A cidade também abriga
uma unidade fabril de montagem final dos Phenom 100 e 300 e o Centro de
Atendimento ao Cliente da Aviação Executiva.
| |
Nenhum comentário:
Postar um comentário