Confirmando o quadro de
deterioração fiscal do país, governo central registrou o quarto déficit
primário seguido, de R$ 10,4 bilhões
Foi a primeira vez que o Governo Central teve resultado negativo em um mês de agosto
(Marcelo Sayão/EFE/VEJA)
O governo central, composto por Tesouro, Banco Central e Previdência Social, terminou o quarto mês seguido sem conseguir economizar receita para pagar os juros da dívida. Em agosto, registrou
um déficit primário de 10,423 bilhões de reais, informou o Tesouro
Nacional nesta terça-feira. É o pior resultado fiscal para meses de
agosto em 18 anos. Segundo
a série histórica do Tesouro Nacional, que começa em 1997, foi a
primeira vez que o Governo Central teve resultado negativo em um mês de
agosto. O resultado veio pior do que as expectativas do mercado, que projetava um resultado negativo de cerca de 9,5 bilhões de reais. No acumulado do ano, a economia feita para o pagamento de juros ficou positiva em 4,675 bilhões de reais ou 0,14%
do Produto Interno Bruto (PIB). A meta era de uma economia de R$ 39,215
bilhões. O valor acumulado no ano é 87,8% menor que no mesmo período de
2013, que foi de R$ 38,416 bilhões (1,22% do PIB).
Com o resultado de agosto,
fica praticamente impossível o cumprimento da meta de superávit primário
para 2014 de R$ 80,774 bilhões, ou 1,9% do PIB. Isso porque o governo
teria de economizar em quatro meses 76,1 bilhões de reais a mais do que
conseguiu fazer em oito meses.
Saiba como escapar dessas armadilhas para aliviar gasto diário com almoço na rua
O Dia
Rio - Bifes de carne com cortes
grandes, saladas com muitos molhos, peixes com espinhas e porções de
frituras fazem parte do cardápio que alguns restaurantes a quilo
oferecerem para pesar no prato, e no bolso, do cliente. O DIA consultou
especialistas em defesa do consumidor e explica como identificar e
escapar dessa estratégia no dia a dia.
Consultor do grupo Azo, Marco
Quintarelli diz que a moderação tem que vir do cliente: “Os restaurantes
sabem que muitos consumidores não resistem a um prato mais pesado, como
salgadinhos, e aproveitam disso.”
O
engenheiro Odair serve o prato com alimentos que vê pela frente mesmo
sabendo que a consequência não é boa: “Geralmente fica pesado na balança
e no bolso”
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Não resistir é que o engenheiro Odair
Picin faz. O homem de 47 anos não planeja o prato e pega os alimentos
conforme a vontade. “Faço isso sabendo que a consequência não é boa.
Geralmente fica pesado na balança e no bolso”, relata o morador do
Centro.
Para combater esse hábito,
Quintarelli aconselha a olhar todos os alimentos antes de iniciar a
escolha do prato. “O ideal é pensar no que vai comer e não pegar tudo o
que o cliente gosta sem critérios”, diz.
Outra dica do especialista para economizar é
não ir faminto ao restaurante. Dessa forma é possível economizar até 20%
no valor total. “A pessoa com muita fome quer comer tudo que vê, então a
consequência é um prato com alimentos pesados e muita diversidade.”
A administradora Bárbara Freitas, 28 anos, sabe
disso e faz lanches antes do almoço. “Como alguma fruta, pelo menos,
duas horas antes de almoçar e isso me faz poupar cerca de R$ 5.”
Outra atitude sugerida por Quintarelli, e que a
administradora adota, é não comprar bebida na refeição. “Geralmente os
preços são abusivos e eleva muito a conta do restaurante.”
Bárbara conta, ainda, que reconhece as
“pegadinhas” dos restaurantes e geralmente não volta quando as opções
são limitadas. “Vejo carnes cheias de ossos, bifes maiores do que eu
comeria e sei que é estratégia para a gente pagar mais”, relata.
RUIM PARA O NEGÓCIO
Além da conduta adotada por alguns
estabelecimentos não ser positiva para o bolso do cliente, também não é
boa para o próprio negócio, explica Jarbas Modesto, da Besser
Consultoria.
“Os donos dos restaurantes pensam que o
consumidor não percebe essa fraude, mas é um erro achar isso”,
argumenta. Ele acrescenta, ainda, que o empreendedor que age dessa forma
perde o cliente que fez a compra e, pelo menos, outros cinco.
“O marketing boca a boca é muito mais forte do que a própria publicidade, ainda mais quando é uma experiência negativa”, afirma.
O especialista também explica que essas
atitudes não fidelizam o consumidor, mas o afasta. “É provável que esse
negócio não tenha sucesso e acabe até fechando”, conclui. Bebida representa 17% do valor total da refeição
Se uma refeição completa, com sobremesa e
bebida, em um self service custa cerca de R$ 28,10 no Rio, de acordo com
pesquisa da Alelo, a bebida representa cerca de 17% desse valor.
No Centro da cidade, uma lata de refrigerante,
300 ml, custa entre R$ 4 e R$ 5 nos restaurantes. Enquanto um suco
natural da fruta é vendido entre R$ 4 e R$ 6.
Nos estabelecimentos que comercializam comida a
quilo, até a água encarece o prato. Uma garrafa com 510 ml do líquido,
com gás ou sem gás, pode chegar a R$ 4. Comer fora consome até R$ 663 do orçamento
Os consumidores brasileiros precisam arcar
sozinhos com R$ 663,08 mensais com a refeição de segunda à sexta no
horário do almoço, de acordo com a pesquisa Refeição Assert Preço Médio
2014. Esse valor, que equivale a 91,6% do salário mínimo nacional, é o
custo do consumo diário de uma refeição completa na hora do almoço — um
prato mais bebida, sobremesa e café — considerando-se a semana com cinco
dias de trabalho.
Mas para quem mora no Rio de Janeiro, essa
conta pode ser ainda mais salgada. O valor médio da cidade é de R$37,16,
acima do preço médio da refeição no Brasil, que é de R$ 30,14.
Macaé, Nova Iguaçu e Niterói acompanham essa
tendência, com R$34,98, R$ 34 e R$32,22, respectivamente. São Gonçalo,
Duque de Caxias e Nilópolis, por sua vez, oferecem preços abaixo da
média nacional: R$ 29,63, R$26,98 e R$ 17,71, respectivamente. DIETA TAMBÉM DIMINUI O PESO NO BOLSO
REEDUCAÇÃO
Além de fazer bem para a saúde, a reeducação
alimentar também ajuda o orçamento mensal, é o que diz Adriana Leal,
professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Celso Lisboa.
De acordo com ela, um prato saudável pesa de
400 a 500 gramas, enquanto uma pessoa que escolhe alimentos mais
gordurosos ingere de 700 gramas a 1 quilo.
“Alimentos bons são mais leves, como saladas,
bifes assados, comidas sem molhos, então a consequência é um alívio no
bolso”, justifica.
Mas ela alerta: não pode faltar nada. “É
importante ingerir alimentos de cada classe. Mesmo assim um prato
saudável vai sair mais barato.”
No entanto, as pegadinhas permanecem.
Geralmente os pratos de saladas estão separados dos outros itens para
desestimular os clientes.
O consultor Marco Quintarelli alerta que esse é
um cenário comum de encontrar nos restaurantes, mas recomenda que o
consumidor não deve deixar a refeição saudável de lado.
“O equilíbrio começa no prato ao escolher com
cuidado cada item, então não se deixe levar pelos alimentos pesados e
gordurosos”, aconselha.
HIGIENE
Outro ponto para que a nutricionista Adriana
alerta é sobre a higiene dos restaurantes. Ela explica que é difícil
identificar quando uma salada está contaminada ou não.
“Ninguém consegue ver as bactérias, mas alguns
hábitos do estabelecimento, como deixar os alimentos em uma temperatura
inadequada, dão dicas para o cliente.”
Ela recomenda que sejam consumidos alimentos cozidos no lugar dos crus
por serem mais seguros. Além disso, alguns itens como a maionese também
devem ser evitados.
Outra dica da especialista é que o consumidor
observe a mesa de alimentos do restaurante. “As pessoas conversam
enquanto pegam a comida, então uma proteção é necessária para que
saliva, cabelo e resíduos em geral não caiam na refeição.”
A mulher vem ampliando sua participação nas Forças Armadas. É o que revela uma pesquisa inédita do Instituto Igarapé, especializado em segurança pública.
Hoje, há 23 787 mulheres no serviço militar, o que representa 7% do
efetivo. O crescimento, como era de se esperar, ocorreu mesmo na base da
hierarquia. Em 2001, eram 6 619 do sexo feminino com as patentes de 1º e
2º tenentes, cabos, soldados e sargentos – hoje, são 20 584.
Já no universo de oficiais generais, topo das Forças Armadas, passou de zero em 2001 para um em 2014.
O presidente da comissão da ONU que investiga
as violações de direitos humanos na Síria, Paulo Sérgio Pinheiro, diz
que as Nações Unidas demoraram a agir para conter o Estado Islâmico, que
ele acusa de fazer uma "pornografia do terror"
Por Paula Rocha
Na terça-feira
16, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão
Independente Internacional de Investigação sobre a Síria, apresentou ao
Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o mais recente
relatório sobre o conflito no país árabe. Além de apontar o crescimento
do poder de atuação do grupo conhecido como Estado Islâmico (EI), que
Pinheiro acusa de praticar a “pornografia do terror”, o documento traz
ainda depoimentos de 12 vítimas da guerra na Síria, civis que tiveram
suas vidas destruídas pelo combate que já dura três anos e, segundo o
especialista, pode estar longe de acabar. De Roma, Pinheiro falou à
ISTOÉ sobre a questão.
O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão
Independente Internacional de Investigação sobre a Síria,
acusa o Estado Islâmico de fazer "pornografia do terror"
ISTOÉ – O que o novo relatório da Comissão apresenta sobre o avanço do grupo conhecido como Estado Islâmico?
Paulo Sérgio Pinheiro – O
Estado Islâmico controla hoje um terço da Síria e parte do Iraque, de
forma contígua, sem respeitar fronteiras. Recentemente, o grupo foi
definido como uma organização terrorista pelo Conselho de Segurança da
ONU, pois seus combatentes impõem sua ideologia pelo terror.
Basicamente, eles matam qualquer um que não compartilhe de sua visão
extremista. E praticam a pornografia do terror, utilizando as mídias
eletrônicas de forma muito sofisticada para divulgar suas atrocidades.
Além da execução pública dos dois jornalistas americanos e de um agente
humanitário, o EI tem cometido massacres como o assassinato de 200
soldados do governo de Bashar al-Assad e incontáveis mortes de civis.
Talvez a faceta mais cruel do EI seja deliberadamente expor crianças à
violência. Meninos são encorajados a assistir às execuções e a ver de
perto corpos dispostos em crucifixos em praças públicas. O grupo
prioriza a doutrinação de jovens. No mês passado, crianças armadas foram
vistas em pontos de inspeção do EI na região de Al-Hasakah, no nordeste
da Síria.
ISTOÉ – Como o Estado Islâmico se tornou tão relevante em tão pouco tempo?
Pinheiro – O EI tem
crescido desde 2012, com a entrada dos jihadistas, combatentes mais
extremistas, na Síria. Eu coordeno a Comissão de Investigação desde 2011
e, no ano seguinte, já havíamos chamado a atenção do Conselho de
Segurança da ONU para a presença de combatentes estrangeiros no país.
Hoje o EI tem por volta de três mil combatentes de 81 nacionalidades.
Eles não caíram do céu, nem se agruparam de repente. Começaram a atuar
ligados à Al-Qaeda. Depois, se separaram. A Al-Qaeda foi quem rompeu com
o EI, para você ver o nível de radicalismo desse grupo, mais radical do
que a própria Al-Qaeda.
ISTOÉ – E quem financia esse grupo terrorista?
Pinheiro – Há vários
financiadores. Eu não posso citar os países, mas, basicamente, quem
banca o EI são as monarquias do Golfo, que são sunitas e têm interesses
muito antigos na Síria. A Síria sempre foi um polo independente na luta
contra Israel e hoje é ligada ao Irã. Essas monarquias do Golfo querem
que a Síria se desligue do Irã. É um conflito muito regional. Quem
domina a Síria é uma vertente dos xiitas, que são os alauítas, minoria à
qual pertence o presidente Assad. E os membros do EI são todos sunitas.
No início, o conflito na Síria não era uma luta tão sectária. Mas hoje a
presença do EI é o ápice de uma luta entre sunitas e o governo, que é
xiita. Isso posto, o próprio EI tem recursos extraordinários. Eles
saqueiam bancos e exploram e contrabandeiam petróleo. Têm recursos,
armas e experiência em combate, e até pagam salários aos combatentes.
ISTOÉ – Qual é a responsabilidade
de países como os Estados Unidos e os membros da União Europeia na
ascensão do Estado Islâmico?
Pinheiro – Os EUA e a
Europa, assim como o Qatar, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e
a Turquia, em determinado momento, apoiaram os grupos armados
contrários ao governo de Assad. Em 2011, o início desses movimentos na
Síria parecia uma vertente da Primavera Árabe, mas que logo foi
militarizada. Se no começo esses grupos eram moderados, hoje são todos
militarizados. Nenhum tem um projeto claro de democracia. Os desejos
nutridos no berço dessa revolução síria se perderam. O objetivo do EI
hoje é a restauração do califado, algo que terminou com o fim do Império
Otomano. Eles querem criar uma autoridade que irá confrontar
diretamente a Arábia Saudita, atual guardiã de Meca e de lugares
sagrados para os islâmicos. Os membros do grupo terrorista contestam
essa autoridade. Isso é curioso, já que muitos combatentes sauditas
estavam na origem desses grupos radicais na Síria.
"Hoje quem banca o Estado Islâmico são as monarquias do
Golfo Pérsico, que são muitas e têm muitos interesses na Síria"
ISTOÉ – O novo relatório da
Comissão também contém 12 depoimentos de vítimas da guerra na Síria. O
que esses relatos revelam sobre o conflito?
Pinheiro – Os relatos
revelam histórias terríveis de sequestro, tortura, abuso sexual e até
morte. Entre os depoimentos está o de um menino ferido em um ataque de
míssil a uma escola em Aleppo, o de um homem preso e torturado pelo
governo sírio em Damasco, e o de uma mulher grávida que perdeu o marido e
os parentes e ficou abandonada à própria sorte. Essas são apenas
algumas das mais de duas mil histórias que coletamos com refugiados e
civis que conseguiram fugir da Síria. Entre todos os relatos, fica
evidente que, nos últimos três anos, a dor, a raiva e a desilusão dos
civis sírios só cresceu.
ISTOÉ – O que a Comissão pode fazer para tentar resolver o conflito na Síria?
Pinheiro – As comissões de
investigação não são um tribunal, não condenam ninguém, nem fazem
investigações criminais. Fazemos apenas a reconstituição de alegações e
uma lista confidencial de perpetradores, que podem servir a uma futura
investigação criminal ou ser usadas pelo Tribunal Penal Internacional.
Há três anos a comissão tem documentado os crimes cometidos na Síria,
mas, infelizmente, até agora não há nenhuma perspectiva de punição. A
impunidade é generalizada. Ninguém respeita as regras de combate, nem o
governo da Síria, nem nenhum grupo armado. Todos cometem crimes de
guerra, crimes contra a humanidade e violação dos direitos humanos. E,
no entanto, ninguém é punido porque o Conselho de Segurança da ONU não
transmite o caso da Síria ao Tribunal Penal Internacional, pois os cinco
membros permanentes (China, França, Rússia, Reino Unido e EUA) não
chegam a um consenso. A Rússia e a China são contra. Já brifei o
Conselho de Segurança quatro vezes desde 2012, mas eles não têm
conseguido convencer os dois países. E a inércia do Conselho de
Segurança beneficia principalmente o Estado Islâmico.
"Obama está hesitante, mas a meu ver está agindo certo.
Atacar o Estado Islâmico com bombardeiros afetaria muito a população civil"
ISTOÉ – O presidente Barack Obama tem sido criticado por não combater militarmente o EI. O que o sr. acha disso?
Pinheiro – O presidente
Obama está hesitante, mas, a meu ver, ele está agindo certo. Atacar o EI
com bombardeios afetaria muito a população civil. Sem um acordo com o
governo Assad, qualquer ação militar estrangeira na Síria seria muito
complicada e limitada. Por enquanto não há indicação de que o governo
americano irá de fato despachar tropas terrestres para a Síria.
Oficialmente, a posição dos EUA continua sendo a de não enviar soldados
para lá. E o EI é uma bomba de efeito retardado. Na medida em que forem
atacados no Iraque, irão voltar para a Síria. Se forem atacados no
Iraque e na Síria, os combatentes voltarão para os países de origem,
especialmente europeus, o que fatalmente irá ocorrer, já que a
identificação e o controle desses indivíduos são muito difíceis.
ISTOÉ – E como o sr. vê a posição do Brasil nessa questão?
Pinheiro – É muito clara a
posição do governo brasileiro de que não há solução militar para o
conflito na Síria. O Brasil compartilha com a visão da Comissão de que a
negociação política tem de recomeçar. Todas as propostas de derrubada
do governo Assad foram equivocadas. Três anos depois ele ainda está no
poder. Se nada for feito, essa guerra pode continuar por dez anos, e aí a
Síria seria destruída.
País que incentivar a entrega voluntária de armas de fogo. ONU considera a Venezuela o segundo país mais violento do mundo.
Da France Presse
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em
imagem de arquivo. (Foto: Reuters)
O presidente Nicolás Maduro lançou neste domingo (21) um plano nacional
de desarmamento que busca incentivar a entrega voluntária de armas de
fogo na Venezuela, segundo país mais violento do mundo, segundo a ONU.
"Arranca o plano nacional de desarmamento com esta nova etapa, com os
recursos aprovados, com a instalação de 60 centros de desarmamento e com
a participação do movimento pela paz e vida. Continuemos atrás do
sonho, atrás da utopia de uma Venezuela de paz", disse Maduro, após
participar de uma caminhada no centro de Caracas pelo dia internacional
pela paz.
O presidente aprovou US$ 47,6 milhões para criar um fundo nacional de
desarmamento, a fim de incentivar a entrega de armas. Em junho de 2013,
Maduro promulgou a lei para o controle de armas, que pune o porte ilegal
com até 20 anos de prisão.
Em 2009, segundo estimativas oficiais, havia na Venezuela mais de 15
milhões de armas, legais e ilegais, para uma população de 30 milhões de
habitantes.
O país vive uma onda de violência ligada ao crime comum, enquanto
opositores acusam o oficialismo de ter distribuído armas entre os grupos
de simpatizantes do chavismo após o golpe de Estado de abril de 2002
contra o presidente Hugo Chávez (1999-2013).
Com um índice de homicídios de 53 para cada 100 mil habitantes, a ONU
considera a Venezuela o segundo país mais violento do mundo, depois de
Honduras (90,4 para cada 100.000).
IBGE admitiu 'erros graves' na Pnad e disse que desigualdade caiu no país. Governo criou comissões para avaliar a pesquisa e buscar os responsáveis.
Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou neste sábado (20)
que a presidente Dilma Rousseff ficou "perplexa" com o erro do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referente a 2013. Em uma
entrevista coletiva em que quatro ministros destacaram apenas os pontos
positivos da Pnad, Miriam relatou que se reuniu com a presidente e
outros integrantes do primeiro escalão nesta sexta (19), logo após ser
informada dos equívocos na pesquisa do IBGE.
"Ela [Dilma] reagiu como a gente disse, absolutamente perplexa que o
IBGE possa ter cometido um erro tão básico, que é não ter feito o
processo de checagem e rechecagem", afirmou a titular do Planejamento,
em entrevista coletiva, em Brasília.
Nesta sexta, o IBGE admitiu "erros graves" na Pnad
divulgada na última quinta (18). O problema está relacionado aos
números das regiões metropolitanas de sete estados brasileiros, o que
afetou o resultado nacional em vários segmentos.
A desigualdade de renda proveniente do trabalho, por exemplo, diminuiu
em vez de aumentar, como primeiramente constava na pesquisa divulgada. O
índice de desigualdade anunciado primeiramente para 2013 foi 0,498 – o
número correto, segundo o instituto, é 0,495.
Indagada se a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, seria demitida, a
Miriam Belchior afirmou qualquer providência nesse sentido, assim como
eventuais punições de funcionários, só serão tomados após investigação
de uma comissão de sindicância, que terá até 60 dias para concluir os
trabalhos.
Depois de uma breve fala, a ministra deixou a coletiva e o ministro de
Assuntos Estratégicos, Marcelo Néri, passou a fazer uma análise dos
índices corrigidos da Pnad, com o objetivo de destacar que a
desigualdade está em queda. Ele citou o trecho da pesquisa que aponta
queda nas diferenças de renda familiar per capta.
Segundo Néri, o índice foi de 0,527 em 2011 para 0,524 em 2012 e 0,522
em 2013. Quanto mais próximo de 1 mais desigual, portanto a diminuição
seria positiva.
O ministro afirmou que, apesar de não ter dados consolidados, 2014 terá
a maior queda na desigualdade nos últimos 10 anos. Néri também
ressaltou que o rendimento dos brasileiros cresceu, em média, 5,5% por
ano entre 2011 e 2013.
No entanto, os dados revelam queda de crescimento em 2013. De 2011 a
2012, o crescimento médio da renda foi de 7,66%, enquanto de 2012 a
2013, esse percentual foi de 3,46%.
Néri, contudo, minimizou a desaceleração. “O ano de 2012 e 2013 foi bom
em termos de crescimento da renda, mas 2011 a 2012 foi muito melhor, e
ainda foi o ano do pibinho”, disse o ministro dos Asssuntos
Estratégicos, em referência ao crescimento baixo, de 0,9% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 2012. 'Dados positivos'
O ministro da Educação, Henrique Paim, também foi convocado a discorrer
sobre os dados “positivos” do setor. Ele repetiu os números corrigidos
nesta sexta e disse que ressaltou melhora nos índices de escolarização
de crianças de 0 a 3 anos.
A última a falar para ressaltar os dados do Brasil foi a ministra do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, responsável
pela administração do Bolsa Família. “A renda cresce para todos os
brasileiros, o salário real cresceu. Isso é um dado importante. Ou seja,
o mundo em crise e o Brasil continua com crescimento”, enfatizou.
A titular do Desenvolvimento Social também pediu que as pessoas não se
“apeguem” a “pequenas variações” negativas dos índices de um ano para o
outro e foquem na “tendência” que os dados revelam.
“A luz do sol é sempre o melhor dos remédios. A gente tem que destacar
isso como um valor. A segunda questão, que acho que é uma aprendizagem
para o país é que a avaliação de políticas públicas ela tem que olhar
uma tendência longa. Todo mundo que se apegou a micro variações de 0,1
para tirar consequências dramáticas errou. Então vamos verificar as
grandes tendências”, afirmou. Pedido de desculpas
A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, classificou na sexta-feira os
erros de “extremamente graves” e pediu desculpas, em entrevista no Rio
de Janeiro nesta sexta. No mesmo dia, a ministra do Planejamento,
Miriam Belchior, anunciou que serão criadas duas comissões – uma para
avaliar a consistência da Pnad e outra para encontrar as razões da falha
e identificar os eventuais responsáveis.
“O governo está chocado com esse erro cometido pelo IBGE. Como disse a
presidente do IBGE, é um erro gravíssimo e em razão disso o governo
decidiu constituir uma comissão de especialistas independentes para
avaliar a consistência da Pnad e constituir uma comissão de sindicância
para encontrar as razões do erro e, eventualmente, as responsabilidades
funcionais do porquê isso aconteceu”, disse a ministra.
Além da alteração na desigualdade de renda, o índice de analfabetismo
caiu de 8,7%, em 2012, para 8,5% em 2013 - e não 8,3% como primeiramente
informado. O número médio de anos de estudo dos brasileiros com dez ou
mais anos de idade aumentou de 7,5 para 7,6.
Os números corretos da divisão da população entre sexos são de 51,4%
(mulheres) e 48,6% (homens). A taxa de desocupação foi mantida em 6,5%,
como originalmente informado, uma alta em relação a 2012 que era de
6,1%. Mas o aumento da população desocupada, segundo o anúncio do IBGE,
foi menor: não era 7,2% e sim 6,3%. São 6,6 milhões de pessoas
desocupadas.
Também houve correção sobre a queda de emprego de jovens entre 5 e 17 anos. O dado correto é de 10,6%.
A justificativa é que a lei
que regulamenta a delação determina o sigilo do depoimento até o momento
em que uma eventual denúncia seja aceita pela Justiça
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não permitiu que a presidente Dilma Rousseff tenha acesso à delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Em ofício enviado ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), é dito
que a lei que regulamenta a delação determina o sigilo do depoimento até
o momento em que uma eventual denúncia seja aceita pela Justiça. Por
isso, não é possível enviar a delação de Costa ao Executivo.
Em mais
de uma ocasião, Dilma ressaltou que queria ter acesso às acusações de
Costa para saber se integrantes de seu governo estariam envolvidos em
algum esquema revelado pelo ex-diretor.
Segundo Dilma, somente com tais dados ela poderia tomar medidas,
mesmo que "duras", contra integrantes de seu governo. O envolvimento de
políticos no suposto esquema de propina na Petrobras foi noticiado em
reportagem da revista Veja no início deste mês.
Outros órgãos do governo, como a Controladoria-Geral da União (CGU) e
a Petrobras, tentam na Justiça Federal acesso ao depoimento para
identificar a presença de funcionários do governo e iniciar investigação
própria sobre os supostos ilícitos. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras também fez o pedido de acesso à delação ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela investigação.
Atualização gratuita estará disponível para download a partir das 14h. iOS 8 tem recurso que permite responder mensagens sem abrir app.
Do G1, em São Paulo
Novo iOS será lançado nesta quarta-feira (17) (Foto: Divulgação/Apple)
O iOS 8, nova versão do sistema operacional móvel da Apple, será
lançado nesta quarta-feira (17) para donos de iPhone, iPad e iPod Touch.
A atualização é gratuita e estará disponível para download a partir das
14h (horário de Brasília) no menu de configurações dos aparelhos.
O lançamento do iOS 8 acontece dois dias antes da chegada do iPhone 6 e do iPhone 6 Plus, novos smartphones da Apple de tela grande, às lojas dos Estados Unidos.
Tela inicial do iPhone rodando iOS 8
(Foto: Divulgação/Apple)
Embora o visual do novo sistema seja similar ao do iOS 7, com ícones mais limpos, há mudanças importantes.
Uma delas é a possibilidade de responder mensagens diretamente do menu
de notificações, sem abrir o aplicativo. O recurso não funciona apenas
no iMessage, da Apple, mas também em plataformas como WhatsApp e
Facebook – neste último, é possível curtir uma postagem sem acessar o
programa.
A Apple também incluiu o recurso Family Sharing, onde os usuários
poderão compartilhar com até seis pessoas da família fotos, músicas e
filmes. Esta novidade permite que os pais controlem as compras feitas
pelos filhos: quando uma criança tenta baixar um jogo pago, o Family
Sharing envia uma mensagem para o iPhone do pai, que pode liberar ou não
a compra.
Assim como as atualizações anteriores, o novo sistema da Apple exclui
os aparelhos mais velhos. O iOS 8 funciona a partir do iPhone 4S, do
iPod Touch de 5ª geração, do iPad 2, além do iPad Mini.
Uma dica importante é realizar um backup dos seus dados antes de baixar
o novo sistema. Uma opção é conectar o aparelho ao PC e usar o iTunes
para guardar uma cópia dos seus arquivos no disco rígido do computador.
Também é possível armazená-los no iCloud.
Como acontece em lançamentos do tipo, pode haver excesso de usuários
durante as primeiras horas de download, e algumas pessoas podem ter
dificuldades. Caso haja algum tipo de problema, como a interrupção da
atualização, é preciso reiniciar o procedimento. Veja agora um passo a passo de como baixar e instalar o iOS 8: 1. Quando a atualização do iOS 8 estiver disponível
para download, um número aparecerá em cima do ícone de "Ajustes". Toque
para entrar nas configurações do aparelho. 2. Dentro do menu "Ajustes", deslize a tela para baixo até chegar na opção "Geral", que também deve estar marcada com um número. 3. Em "Geral", toque sobre a opção "Atualização de software", que aparece logo no topo da tela. 4. Em seguida, toque na opção "Instalar agora". É
possível tocar em "Saiba mais" para ler mais informações sobre a
atualização e as novas funções do sistema. 5. Antes do iPhone, iPad ou iPod Touch começar a
baixar o iOS 8, ele apresenta os termos e condições de serviço. Toque em
"Concordar" para continuar a atualização. Vale lembrar que o aparelho
precisa estar com a bateria totalmente carregada. 6. Após concluir o download, o dispositivo irá
reiniciar e instalar o iOS 8. Uma mensagem na tela indicará que o
processo foi bem-sucedido. Para iniciar a configuração do sistema,
deslize a tela na horizontal, como se fosse desbloquear seu aparelho. 7. No menu seguinte, é possível ligar ou desligar os
serviços de localização. Quando ativado, os aplicativos de mapas
conseguem instantaneamente saber onde você está, por exemplo. No
entanto, se estiver desativado, sua bateria irá durar mais. 8. É preciso reconfirmar os dados da sua conta da
Apple, utilizada para baixar aplicativos, fazer compras e reunir suas
informações pessoais. Caso deseje, este passo pode ser ignorado por
hora. 9. Em seguida, é necessário aceitar os termos e
condições do iCloud, serviço de armazenamento na nuvem da Apple. Toque
em "Aceitar" para continuar a instalação. 10. E pronto. O iOS 8 está instalado, configurado e já pode ser usado normalmente.
Apenas 19 financiadores respondem por metade do valor destinado aos partidos
AE
Os 19 maiores financiadores de campanha respondem por metade do valor
doado até agora por empresas e indivíduos na eleição deste ano. As
contas de partidos, comitês e candidaturas em todo o País receberam
desses 19 grupos privados R$ 522 milhões do total de R$ 1,040 bilhão
vindo de contribuições de pessoas físicas e jurídicas até agora.
Esses valores são todos de origem privada e calculados após
levantamento que elimina distorções ou eventuais erros cometidos pelas
candidaturas. Somando-se o que vem do Fundo Partidário, cuja origem são
recursos públicos, o dinheiro que circulou até agora nas campanhas
supera R$ 1,138 bilhão. E isso é só o começo. O montante de R$ 1,040
bilhão refere-se ao que foi declarado por candidatos a presidente,
governador, senador e deputado federal e estadual ou distrital até 6 de
setembro. Como se trata de uma prestação de contas parcial, não é
possível comparar com o que foi arrecadado na eleição de quatro anos
atrás.
A concentração das doações é significativa. São quase 29 mil
doadores até agora, mas 2 de cada 3 reais arrecadados pelas campanhas
vieram dos 100 maiores doadores. Sozinho, o maior deles, o Grupo JBS,
doou até agora R$ 113 milhões, ou 11% do total doado. Dona de marcas
como Friboi, Swift e Bertin, o grupo tem outras empresas que também
doaram, como Seara e Flora Higiene-Limpeza.
O PT foi o partido que mais recebeu da JBS: R$ 28,8 milhões - ou 1
de cada 4 reais doado pela empresa. O PSD ficou em segundo lugar, com R$
16 milhões, e o PMDB, em terceiro, com R$ 14 milhões. Entre todos os
candidatos, a maior beneficiada pelas doações da JBS foi a presidente
Dilma Rousseff.
O setor de alimentação tem uma outra grande doadora. O grupo Ambev -
dono de marcas como Brahma, Antarctica e Skol - aparece em quarto lugar
no ranking, com R$ 41,5 milhões doados. O dinheiro foi recebido
principalmente por candidatos e comitês do PMDB (R$ 12 milhões), PT (R$
11 milhões) e PSDB (R$ 8 milhões). O setor financeiro tem duas das 10
maiores doadoras. O grupo Bradesco está em sexto, somando R$ 30 milhões
em contribuições vindas de empresas como Bradesco Vida e Previdência,
Bradesco Saúde e Bradesco Capitalização, entre outras. O conglomerado
deu, até agora, R$ 9,4 milhões para o PSD, R$ 8,7 milhões para o PT, R$
6,7 milhões para o PMDB e R$ 5,2 milhões para o PSDB.
O banco BTG Pactual e sua administradora de recursos doaram R$ 17
milhões e estão em décimo lugar na classificação geral. PT e PMDB foram
os beneficiários de quase 80% desse dinheiro.
O protagonismo desses dois bancos e a atuação de outras empresas do
setor que costumam colaborar financeiramente com as campanhas políticas
não chega a superar o destaque das empreiteiras na lista de doações
para partidos, comitês e candidaturas. Juntas, as construtoras
contribuíram com quase R$ 300 milhões, ou 30% do total arrecadado até
agora.
Dos dez maiores doadores da atual campanha, cinco são grupos
empresariais que tiveram origem no ramo da construção. São os casos da
OAS (2.º maior), Andrade Gutierrez (5.º lugar), UTC Engenharia (7.º),
Queiroz Galvão (8.º) e Odebrecht (9.º). Os valores foram agregados por
grupo econômico e incluem subsidiárias de outros setores, como energia.
Segunda colocada no ranking dos maiores contribuintes com os
políticos, a Construtora OAS acumula R$ 66,8 milhões em doações. O PT
ficou com quase metade desse dinheiro, ou R$ 32 milhões. O restante foi
dividido entre PMDB, PSDB e PSB, entre outras legendas.
A Andrade Gutierrez doou R$ 33 milhões, divididos quase que
exclusivamente entre PT (R$ 16 milhões) e PSDB (R$ 13 milhões). A UTC
deu R$ 29 milhões (R$ 13 milhões para petistas), a Queiroz Galvão doou
R$ 25 milhões (PMDB recebeu R$ 7 milhões), e o grupo Odebrecht, R$ 23
milhões, principalmente para PT, PSDB e DEM. O terceiro maior doador é
do setor de mineração. O grupo Vale doou cerca de R$ 53 milhões até
agora, por meio de uma série de empresas. Dois partidos se destacam
entre os beneficiários de suas doações: PMDB (R$ 20,6 milhões) e PT (R$
14,5 milhões). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Senado gera polêmica ao aprovar proposta que libera preços diferentes para cartão
O Dia
Brasília - Projeto aprovado no Senado e que
seguiu para a Câmara dos Deputados legaliza a prática considerada
abusiva que prevê que um produto pago à vista tenha preço menor do que o
comprado a prazo. O projeto de decreto legislativo, que é do senador
Roberto Requião (PMDB-PR), torna sem efeito a Resolução 34/1989, do
extinto Conselho Nacional de Defesa do Consumidor, que proíbe aos
comerciantes fixar preço diferenciado de venda para pagamentos em cartão
de crédito.
Na prática, os descontos nas compras em
dinheiro já ocorrem, mas podem ser denunciados aos Procons (telefones
151, para o estadual, ou 1746, para o da cidade do Rio) . “A grande
maioria dos clientes que compra em dinheiro pede desconto e, na maior
parte das vezes, conseguimos dar uma redução de 5%”, diz Ênio Pablo da
Cunha, gerente de loja de calçados, entendendo que o preço menor para o
cliente sai na forma de desconto.
Mãe
e filha, Valéria Guerra e Daniele Guerra, de 46 e 21 anos, estão
comparando os descontos oferecidos para tirar vantagem nas compras
Foto: João Laet / Agência O Dia
Segundo Requião, o objetivo da
proposta é permitir que o comércio possa dar desconto nas compras à
vista, pagas em dinheiro ou outros meios, como cheque ou boleto
bancário. O senador alerta que os custos de operação dos cartões, que
incluem a chamada taxa de desconto, que no crédito fica em torno de 2,5%
a 5% do valor da compra e é paga pelo comerciante às credenciadoras,
como Cielo e Redecard.
Manifesto do Idec, da Proteste e Associação
Brasileira de Procons alerta, porém para o risco de a proposta
representar simplesmente em aumento de preço para os pagamentos com
cartão. “Não há garantia de diminuição de preço”, explica Juliana
Pereira da Silva, titular da Secretaria Nacional do Consumidor, do
Ministério da Justiça.
Escocês David Haines foi morto por militantes do Exército Islâmico. Ele estava sequestrado na Síria desde março de 2013.
Do G1, em São Paulo
O vídeo no qual o grupo islamita sunita Estado Islâmico
reivindica a decapitação do refém David Haines é autêntico, afirmou
neste domingo (14) o ministério britânico das Relações Exteriores.
"Todos os elementos demonstram que o vídeo é autêntico e não temos
nenhuma razão para acreditar que não é", declarou um porta-voz do
ministério à AFP.
O Estado Islâmico divulgou um vídeo que mostraria a execução de Haines, 44, que era agente humanitário e foi sequestrado na Síria em março de 2013.
O vídeo mostra um homem encapuzado no deserto junto ao refém. Momentos
antes da sua morte, Haines lê um texto em que atribui a responsabilidade
por sua execução ao primeiro-ministro britânico David Cameron.
O vídeo é semelhante às decapitações de dois jornalistas
norte-americanos, James Foley e Steven Sotloff, executados pelo Estado
Islâmico e também divulgados pelo grupo em vídeos.
Cameron afirmou que o assassinato do agente humanitário pelo Estado
Islâmico foi um ato de pura maldade e garantiu que levará os
responsáveis à Justiça a qualquer custo.
"Isso é um desprezível e terrível assassinato de um agente humanitário
inocente. É um ato de pura maldade. Meu coração está com a família de
David Haines, que mostrou coragem extraordinária durante essa provação",
disse Cameron em um comunicado.
"Faremos tudo que está em nosso alcance para caçar esses assassinos e
garantir que encarem a Justiça, não importando quanto tempo leve".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que, nesta semana,
anunciou uma estratégia para tentar destruir o Estado Islâmico, afirmou
que condena veementemente a decapitação do agente humanitário e que pretende trabalhar com o Reino Unido e com outras nações para levar os assassinos à Justiça. Apelo da família
O vídeo foi divulgado horas após a família do trabalhador humanitário
britânico ter feito um apelo para que os sequestradores o libertassem.
Em um comunicado publicado pelo Ministério de Relações Exteriores neste
sábado (13), a família de Haines afirmou que os sequestradores não
haviam respondido a nenhuma das tentativas de estabelecer contato.
Em uma gravação divulgada anteriormente, que a Casa Branca considerou
autêntica, o carrasco de Sotloff, que tem sotaque britânico, ameaçou
executar em breve David Haines. Haines, que faz trabalho humanitário
desde 1999, cooperava com a ONG francesa Acted como responsável
logístico no campo de refugiados de Atmeh, um povoado sírio perto da
fronteira turca.
"A Acted está profundamente comovida pelas imagens divulgadas no início desta semana" escreveu a ONG em um comunicado.
Terrorista
do Estado Islâmico faz ameaça dizendo que o homem ao seu lado,
identificado como o britânico David Cawthorne Haines, pode ser o próximo
a ser decapitado em represália à intervenção militar dos EUA no Iraque
(Foto: AFP/SITE Inteligence Group)
Handout/Embraer/APLote de 20 aeronaves será usado pela Força Aérea
americana em apoio aéreo leve, reconhecimento e capacidade de
treinamento a militares no Afeganistão
A Embraer fará este mês a
entrega do primeiro Super Tucano para a Força Aérea dos Estados Unidos
(USAF, da sigla em inglês). O avião foi produzido na fábrica que a
companhia construiu em Jacksonville, na Florida.
O contrato
envolve a aquisição de 20 aviões e está avaliado em US$ 427,5 milhões,
mas pode atingir US$ 1 bilhão, com a compra de um total de 50 unidades. A
negociação de um segundo lote, segundo o Valor apurou, deverá ser
iniciada após a entrega da primeira aeronave. As 20 aeronaves
serão usadas para fornecer apoio aéreo leve, reconhecimento e capacidade
de treinamento aos militares do Afeganistão. A Embraer informou que a
cerimônia de entrega será realizada na fábrica de Jacksonville, onde
foram feitas as atividades de pré-equipagem, montagens mecânica e
estrutural, instalação e teste de sistemas e testes em voo. A unidade,
localizada no aeroporto de Jacksonville, conta com 50 funcionários.
A entrega da primeira aeronave para os Estados Unidos será um evento
histórico para a Embraer, pois é a primeira vez que a empresa vende um
produto militar para a área de defesa americana.
Também neste
ano a Embraer começa a fazer o pagamento de royalties para a Força Aérea
Brasileira (FAB), sobre a exportação do Super Tucano. A FAB é a
proprietária intelectual do projeto. O percentual de royaltie para o
Super Tucano é de 1% sobre a nota fiscal emitida pela empresa para
terceiros. A aeronave custa entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões,
dependendo da configuração e do tipo de armamento e de sensores que são
incorporados.
A contratação da Embraer para o fornecimento dos
aviões à Usaf foi duramente contestada pela concorrente americana
Beechcraft, que perdeu a licitação para a brasileira. A Beechcraft
alegava que a escolha da Embraer encarecia o custo de aquisição das
aeronaves pelas Forças Armadas e comprometia empregos, mas o
Departamento de Defesa dos EUA revogou a contestação e manteve o
contrato.
A Embraer argumentou que cerca de 86% do valor em
dólar do Super Tucano vem de componentes fornecidos por companhias ou
países qualificados sob a lei "Buy American Act", que exige um conteúdo
americano superior a 50% para os produtos comprados fora dos EUA.
O parque industrial envolvido com o projeto do Super Tucano nos EUA
reúne mais de 100 fornecedores de serviços e de componentes em 21
Estados americanos, o que corresponde a uma cadeia de fornecedores de
1400 funcionários nos EUA. Os dados foram informados pela Embraer no
site "BuiltForTheMission", com informações ao Super Tucano durante a
concorrência LAS (Apoio Aéreo Leve), programa que selecionou a aeronave
brasileira.
Com mais de 210 encomendas e um número superior a
170 aviões entregues, o Super Tucano está em operação em nove forças
aéreas na América Latina, África e Sudeste Asiático. A aeronave executa
missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e
contra-insurgência.
Com as instalações de Jacksonville, a
Embraer reforça ainda mais a sua presença nos EUA e, especialmente na
Flórida, onde emprega mais de 1200 pessoas. Nesta semana, inaugurou seu
Centro de Engenharia e Tecnologia (Cete), em Melbourne, focado
inicialmente em interiores de jatos executivos. A cidade também abriga
uma unidade fabril de montagem final dos Phenom 100 e 300 e o Centro de
Atendimento ao Cliente da Aviação Executiva.
Ministro do STF liberou documentos da Operação Lava Jato à Comissão
da redação com AE
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista da Petrbras agendou
para a próxima quarta-feira, 17, o depoimento do ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa. A decisão foi tomada
nesta quarta (10) durante reunião de integrantes da comissão, com a
presença de líderes partidários. Desde o dia 29 de agosto, o ex-diretor
tem prestado depoimentos na forma de delação premiada, no Paraná,
supostamente envolvendo políticos da base aliada em um esquema de
recebimento de propina na Petrobras.
A convocação de Costa, suspeito de integrar uma quadrilha de lavagem de
dinheiro e evasão de divisas, já havia sido aprovada em 3 de junho pela
CPI mista, por meio de um requerimento apresentado pela liderança do DEM
na Câmara. No entanto, a direção do colegiado ainda não havia agendado a
data do depoimento. "Queremos ouvi-lo durante esse processo. Até lá, a
nossa assessoria vai tomar as providências cabiveis para o traslado do
Paulo Roberto para a comissão", disse o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB),
presidente da comissão.
Vital do Rêgo disse ainda disse que precisa ouvir o mais rápido possível
Paulo Roberto da Costa. Já o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo
Cunha (RJ), afirmou que o depoimento do ex-diretor de abastecimento, sem
a conclusão de todo o processo de delação premiada, pode ser inócuo.
"Ele pode vir aqui e não falar nada", apontou Cunha. "É um gesto que o
Congresso não pode deixar de fazer", afirmou o presidente do DEM,
senador Agripino Maia (RN).
O senador Vital informou também ter tomando outras duas providências
para apurar a situação envolvendo as denúncias do ex-diretor da
petroleira. A primeira medida foi ter enviado ofício ao ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, e ao juiz federal Sérgio
Moro, pedindo o compartilhamento de dados referentes ao acordo de
delação premiada firmado com Costa. A segunda medida foi pedir um
audiência com Zavascki para discutir o caso que, por envolver
parlamentares, deverá ser analisado pelo Supremo, caso sejam confirmados
indícios de envolvimento. Os integrantes da CPI mista querem o respaldo
do Supremo para a decisão de ter acesso à delação premiada.
O primeiro pedido do senador Vital foi atendido nesta tarde e o
ministro do Supremo Teori Zavascki encaminhou os documentos referentes à
Operação Lava Jato, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro, à
CPI mista. O ministro do Supremo alertou que a comissão deverá tomar
providências para evitar o vazamento do teor dos documentos, segundo a
assessoria de imprensa do tribunal.A secretaria da comissão não deu mais
detalhes se entre os papéis está incluído o depoimento da delação
premiada de Paulo Roberto Costa.
Presidente do PP, Ciro Nogueira disse que demitiu assessor que viajou com passagem custeada pelo doleiro Alberto Youssef
O senador Ciro Nogueira em Brasília
(Lia de Paula/Agência Senado/VEJA)
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), enviou uma
carta nesta terça-feira ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal
de Curitiba, responsável pela Operação Lava-Jato, na qual afirma que
renunciará ao mandato se for comprovado algum vínculo entre ele e o
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Reportagem de VEJA
desta semana revelou que Paulo Roberto aceitou acordo de delação
premiada e listou políticos e partidos que se beneficiaram do esquema de
desvios da Petrobras – Ciro Nogueira é um deles. "Comprometo-me a
renunciar ao mandato de senador se houver alguma vinculação financeira,
alguma vinculação que possa ter desvio de ética, de conduta, com essas
pessoas", afirmou o senador. O parlamentar disse ainda que abre mão de
qualquer tipo de segredo de Justiça.
Nesta terça-feira, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo
afirma que o doleiro Alberto Youssef, pivô da Lava-Jato, teria pago
passagens aéreas para assessores de Ciro Nogueira e do senador paraibano
Cícero Lucena (PSDB). Segundo Ciro, o assessor Mauro Conde Soares foi
exonerado do cargo. "Não há nada de verdadeiro em alegações que me
coloquem como partícipe de qualquer comportamento censurável no que
concerne a Petrobras ou seus ex-diretores", disse o senador, em nota.
Mauro Conde Soares, que assessora Nogueira desde o início do mandato
do parlamentar, e Luiz Paulo Gonçalves de Oliveira, que trabalha com
Lucena há oito anos, voaram de Brasília para São Paulo, em 4 de janeiro
de 2012. O boleto foi faturado pela Arbor Contábil, empresa da contadora
do doleiro, Meire Poza, que ajuda a PF nas investigações sobre o caso.
Ciro Nogueira negou conhecer Alberto Youssef, mas admitiu ter
participado de encontros com Paulo Roberto Costa no período em que ele
era diretor de Abastecimento da estatal. Em nota, o senador alega que se
encontrou com Paulo Roberto em audiências públicas para tratar de
investimentos da estatal em seu Estado, o Piauí. O senador informou
ainda ter pedido acesso ao depoimento feito pelo ex-diretor da Petrobras
O Ibovespa fechou em baixa de 2,45%, aos 59.192,75 pontos; as ações ON da Petrobras caíram 4,79% e as PN recuaram 4,91%
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras
(Folhapress/VEJA)
A Bovespa emplacou nesta segunda-feira a quarta sessão consecutiva
de perdas, após notícias sobre o envolvimento de políticos no esquema de
propinas na Petrobras e em meio às especulações sobre novas pesquisas
eleitorais. O Ibovespa fechou em baixa de 2,45%, aos 59.192,75 pontos,
tendo registrado o maior recuo em um dia desde 3 de fevereiro deste ano.
No centro do furacão, as ações ON da Petrobras caíram 4,79% e as PN
recuaram 4,91%.
No fim de semana, reportagem de VEJA
revelou que o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras Paulo
Roberto Costa acusa ministros, senadores, governadores e deputados
de embolsarem ou tirarem proveito de parte do dinheiro roubado dos
cofres da estatal. Preso em março pela Polícia Federal, Costa citou em
depoimentos de delação premiada nomes como os dos presidentes da Câmara,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), além do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA).
No início do dia, o mercado interpretou que essas denúncias
enfraqueceriam a candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT), o que
fez as ações da Petrobras avançarem de forma consistente, favorecendo o
Ibovespa, que chegou a marcar uma máxima de 61.513 pontos (+1,37%). Só
que aos poucos o índice foi perdendo força, assim como os papéis da
estatal. Cenário eleitoral – À tarde, predominaram no mercado
rumores de que Dilma Rousseff estaria recuperando terreno ante Marina
Silva (PSB) na disputa, a despeito de os levantamentos oficiais mais
recentes indicarem empate técnico entre as duas no primeiro turno. Isso
fez os papéis da Petrobras cederem quase 5% e também pressionou as ações
de outras estatais, como Banco do Brasil ON (-5,00%) e Eletrobras PNB
(-5,44%). Profissionais comentavam que as denúncias contra a Petrobras,
no fim das contas, não agradaram os investidores estrangeiros, que
preferiram vender papéis da petrolífera.
Nova York também atrapalhava. O sentimento negativo em relação ao
conflito entre Rússia e Ucrânia e certo movimento de realização após os
ganhos mais recentes fizeram o Dow Jones ceder 0,15%, aos 17.111,42
pontos, e o S&P 500 recuar 0,31%, aos 2.001,54 pontos. O Nasdaq,
porém, subiu 0,20%, aos 4.592,29 pontos, sustentado em parte pelo
Yahoo!, com a expectativa para a oferta pública inicial (IPO, na sigla
em inglês) de ações do Alibaba, no qual a empresa de serviços de
internet tem participação de 24%. (Com Estadão Conteúdo)
Foram concluídas 1.830
obras até 30 de abril. Ainda assim, número de projetos no papel é três
vezes maior do que o total de empreendimentos entregues
Gabriel Castro, de Brasília
A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de anúncio
de investimentos do PAC 2 Mobilidade Urbana. (Belo Horizonte - MG,
17/01/2014)
(Roberto Stuckert Filho/PR/Divulgação/VEJA)
O governo acelerou o ritmo de inauguração de obras do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) em 2014, apesar de um número expressivo
de empreendimentos continuar no papel. Dados compilados pela ONG Contas
Abertas em parceria com o site de VEJA comprovam isso. Como os balanços
oficiais do governo priorizam o cálculo com base no volume de recursos
(e não na quantidade de obras), o resultado divulgado pelo Executivo
normalmente é melhor do que a realidade.
No primeiro quadrimestre de 2013, foram inauguradas 796 obras ou
empreendimentos do PAC. Um ano depois, em período idêntico, o número
passou pra 1.830. Ainda assim, há três vezes mais obras no papel do que
inaugurações. A legislação eleitoral veda inaugurações com a
participação de autoridades três meses antes da eleições e também
restringe o início de novos contratos no período eleitoral. Mas a
campanha não limita o andamento de obras já iniciadas – ou seja, a
concentração de obras no primeiro quadrimestre não pode ser atribuída a
alguma regra da Justiça Eleitoral.
O governo da presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) concluiu apenas
15,8% das obras do PAC 2 até 30 de abril deste ano, de acordo com
levantamento. Passada a maior parte do mandato, 45,6% dos
empreendimentos ainda não foram iniciados: estão em fase preparatória,
em contratação, ou em licitação. Além disso, 38,6% das ações estavam em
execução em 30 de abril.
VEJA/VEJA
Dados do Contas Abertas detalham a execução do PAC
O percentual de empreendimentos entregues é de 40,1% no setor elétrico e
de apenas 17,2% na área de saneamento. Alguns programas têm 0% de obras
concluídas: é o caso das rubricas Cidades Digitais, Cidades Históricas,
Equipamentos de Esporte de Alto Rendimento e Infraestrutura Turística.
Das 6.000 creches prometidas pelo governo, somente 379 foram
concluídas. Nem mesmo se forem consideradas as obras no papel a meta do
governo seria alcançada: há 5.772 empreendimentos listados.
Em transportes, foram 37,3% dos empreendimentos concluídos. O índice
de conclusão de obras ficou acima da média geral do PAC nas categorias
rodovias (31,1%), aeroportos (33%), ferrovias (29,8%), hidrovias (28,1%)
e portos (26,3%).
Exceções aos números medíocres são as rubricas "estradas vicinais",
com 100%, Minha Casa, Minha Vida (100%) e Luz Para Todos (57,8%).
O número de obras na matriz do programa mostra, por outro lado, um
aumento no número de empreendimentos listados na reta final do governo.
Eram 32.959 em abril de 2013 e 48.747 um ano depois.
Os números apontam que, assim como o PAC 1, a maior parte do que foi
programado pelo governo será concluída apenas na gestão seguinte. O
excesso de burocracia, a falta de planejamento e o entusiasmo
propagandístico do governo ajudam a explicar a discrepância entre o que
foi programado e o que será entregue pela presidente Dilma, que chegou
ao Palácio do Planalto com fama de boa gestora e com o epíteto de "Mãe
do PAC".
Resposta – Em nota, o Ministério do
Planejamento não contesta os números, mas apresenta uma justificativa:
"Não é correto comparar obras por critério de quantidade. Quando se
compara por critério de quantidade, faz-se uma equivocada equivalência
entre uma hidrelétrica de grande porte e complexidade, como Belo Monte e
Jirau com obras de pequeno porte e complexidade, como obras de
pavimentação, por exemplo". O Planejamento afirma também que a execução
orçamentária alcançou 84,6% do previsto até abril deste ano, dentro do
ritmo programado. E que a constante contratação de novos empreendimentos
impede a conclusão de parte das obras dentro do período 2011-2014.
JUSTIÇA - Cabe ao ministro Teori Zavascki homologar o acordo de delação premiada
(Fellipe Sampaio/SBT)
O instrumento da delação premiada, se bem aplicado, pode demolir
organizações e punir criminosos que se mantêm inalcançáveis pelos
métodos convencionais de investigação. Mal usado, pode servir aos
bandidos como arma para atingir inimigos ou destruir reputações. Na
década de 80, a Itália era refém do crime organizado. As máfias
controlavam empresas e tinham representantes infiltrados nos mais altos
escalões da política. A oferta de perdão judicial aos delatores ajudou a
desmontar a gigantesca estrutura que subjugava o Estado. Uma
experiência semelhante será testada com Paulo Roberto Costa. O
ex-diretor se ofereceu para fazer o acordo de delação premiada. Os
termos precisam ser chancelados por um juiz. Os responsáveis pelo caso
entenderam que o melhor caminho era levá-lo diretamente ao Supremo
Tribunal Federal, dado o grande número de acusados com foro
privilegiado.
A tarefa caberá ao ministro Teori Zavascki, que também deverá relatar
eventuais processos decorrentes da investigação. Pelo acordo, Paulo
Roberto se obriga a contar o que sabe, identificar seus parceiros de
crime. Se as informações prestadas forem consideradas úteis, no fim do
processo ele poderá ser beneficiado com uma redução de pena ou até mesmo
o perdão judicial. Ao longo da delação, além de ouvirem o que o réu tem
a dizer, os investigadores se encarregam de cruzar as informações com
outras provas do processo. A ideia é que, no final, eles tenham
elementos suficientes para levar todos os envolvidos a julgamento. Paulo
Roberto também se comprometeu a abrir mão dos bens que acumulou com
dinheiro desviado e a pagar uma multa. Enquanto durar a delação, ele
ficará preso em uma cela isolada, mas pode ser libertado tão logo seja
encerrada a fase de depoimentos.
Tribunal aprovou relatório
do ministro José Jorge, que identificou as perdas, e pediu providências
do governo para evitar desabastecimento
Gabriel Castro, de Brasília
Torres transmissoras de energia elétrica na região de Três Lagoas, divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul
(Reinaldo Canato/VEJA)
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira um
relatório que detalha a situação crítica do setor elétrico brasileiro e
pede providências ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel). O texto, de relatoria do ministro José
Jorge, é fruto de uma análise de mais de 700 empreendimentos do
setor. Conclusão: os atrasos atingem quase 80% das obras de
hidrelétricas e acarretaram um custo adicional de pelo menos 8,3 bilhões
de reais ao consumidor desde 2009. Desse total, 3,5 bilhões ocorreram
em 2013.
Dentre outras medidas, o relatório pede que o Ministério de Minas e
Energia e a Aneel elaborem, em noventa dias, estudos que identifiquem a
causa dos atrasos e permitam a adoção de cronogramas mais realistas para
as próximas obras. Exige, também, que seja elaborado um plano de ação
para evitar que haja, já em 2015, "restrição no escoamento da energia
oriunda do Complexo do Madeira para as cargas das regiões Sudeste e
Sul". O TCU também sugere que a Casa Civil redija um ato normativo para
definir de forma mais clara a atribuição de cada ente federado na
emissão de licenciamento ambiental. Problemas — Um dos principais problemas detectados
foi a falta de sincronia entre as obras de hidrelétricas e linhas de
transmissão. Segundo o TCU, houve falta de planejamento e ausência de
mecanismos adequados de monitoramento. A burocracia e a demora na
emissão das licenças ambientais são outros fatores mencionados. O
período médio de licenciamento foi de 716 dias, enquanto a duração das
obras foi, em média, de 946 dias.
Entre as obras de hidrelétricas, que são a maioria dos empreendimentos,
79% atrasaram - em média, o atraso chegou a oito meses. O percentual é
de 75% nas termelétricas (onze meses de atraso em média) e de 88% nas
eólicas (atraso de dez meses). Nas obras de linhas de transmissão, o
atraso médio foi de quatorze meses. Ao todo, 83% dos empreendimentos
desse tipo ficaram prontos fora do prazo.
O descumprimento dos prazos de operação das usinas torna necessária a
compra de energia de usinas térmicas, o que encarece os custos de
operação do sistema. Outro problema frequente é a existência de usinas
não devidamente atendidas por linhas de transmissão. Para cumprir o
contrato, governo acaba pagando por uma energia que não utiliza.
O relatório foi aprovado por unanimidade pelo plenário do TCU. No
debate, o consenso foi de que, se o Brasil estivesse crescendo a um
ritmo razoável, o cenário de desabastecimento seria ainda mais provável.
"Temos de comemorar a queda na atividade econômica. Parece não haver do
outro lado uma avaliação adequada da situação", afirmou o ministro
Augusto Sherman. "É uma situação de muita gravidade", disse Benjamin
Ziller, outro integrante da corte.
O documento aponta ainda a falta de critérios condizentes para o
cálculo do prazo das obras. "Até o momento, não há estudos que
fundamentem os prazos estipulados nos atos de outorga para a implantação
desses empreendimentos", diz o texto, que prossegue: "A ausência desses
estudos pode ter como consequência o estabelecimento de prazos
irreais para a execução das obras e contribuir para o quadro atual de
atrasos sistêmicos desses empreendimentos".
Nem mesmo quem for flagrado
bêbado ao volante poderá ter a habilitação cassada ou suspensa
imediatamente. Decisão atende a liminar da Justiça
SÓ DEPOIS - Detran não vai mais cassar habilitações antes de análise dos recursos
(Reprodução/VEJA)
A partir deste mês, o Departamento Estadual de Trânsito de São
Paulo (Detran-SP) vai parar de cassar ou de suspender a carteira de
motoristas cujos recursos ainda estão sob análise. Nem mesmo quem for
flagrado bêbado ao volante poderá ter a habilitação cassada ou suspensa
imediatamente. A decisão do órgão se deu em vista de uma liminar do juiz
Fernão Borba Franco, da 14ª Vara da Fazenda Pública, que determinou, na
sexta-feira, que a partir de 30 de janeiro de 2015 o Detran
interrompesse os bloqueios administrativos das CNHs de condutores que
atingem 20 pontos, mas que não tiveram os casos considerados "trânsito
em julgado".
"Isso, porém, não exime os motoristas de responder ao processo
administrativo instaurado para suspensão do direito de dirigir",
informou o órgão. A decisão de Borba Franco atende a pedido feito pelo
promotor Valter Santin. Ele abriu inquérito civil no qual constatou o
bloqueio sistemático de carteiras, antes dos recursos das infrações
serem julgados, o que tem levado o Judiciário a receber uma série de
ações com pedidos de liminar (decisões provisórias) para assegurar o
direito de dirigir dos motoristas.
O próprio Judiciário havia alertado o Ministério Público Estadual
(MPE) sobre o fato de "milhares" de motoristas entrarem com mandado de
segurança. A promotoria levantou dezenas de decisões concedendo o
direito de dirigir nessas situações. Mesmo quem é flagrado embriagado
consegue hoje protelar, com a apresentação de recursos na Justiça, por
até dois anos, a decisão sobre a suspensão de sua carteira.
A investigação do MPE apontou que hoje são abertos no Estado
600.000 processos administrativos por ano para a apuração e a aplicação
de suspensão ou a cassação da CNH. Metade é julgada procedente e os
motoristas perdem as carteiras. A suspensão varia de 1 a 12 meses. A
suspensão ocorre quando o motorista comete infrações e atinge 20 pontos
na carteira em um ano - ou por alguma falta que leve diretamente a essa
sanção, como dirigir embriagado. A cassação é feita contra motoristas
infratores que já estavam suspensos.
Além de perder a carta, o motorista hoje pode responder por crime se
for flagrado com a CNH bloqueada pelo Detran. Mas, pela nova decisão da
Justiça, esses motoristas só poderão perder a carteira quando todos os
recursos já tiverem tramitado nas esferas do Judiciário. Somente de
janeiro a junho deste ano, foram feitas 242.053 notificações a
condutores que podem ter o direito de dirigir suspenso. Muitos
motoristas são notificados da suspensão quando seus recursos ainda estão
em análise na Justiça, conforme a Promotoria do Patrimônio Público. (Com Estadão Conteúdo)
Decreto da Presidência prevê participação social em decisões do governo. Câmara e Senado irão realizar 'esforço concentrado' nesta semana.
Lucas SalomãoDo G1, em Brasília
O líder do governo na Câmara, deputado Henrique
Fontana (PT-RS), no plenário da Casa.
(Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)
O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), afirmou nesta segunda-feira (1º) ao G1
que tentará convencer as demais lideranças da Casa a não colocarem em
votação nesta semana, na qual o Congresso Nacional realizará um esforço
concentrado, o projeto que põe fim às consultas públicas para tomadas de
decisões do governo federal.
A implantação da chamada Política Nacional de Participação Social, por
meio de um decreto presidencial, foi duramente criticada por partidos da
oposição e inclusive por parlamentares da base governista. Os
opositores do decreto consideram haver invasão da esfera de atuação do
Congresso nas decisões políticas e na criação de leis.
Na tentativa de barrar a medida, o líder do DEM na Câmara, deputado
Mendonça Filho (PE), apresentarou um projeto sugerindo a anulação das
consulta a segmentos da sociedade por meio de conselhos populares. O
texto está na pauta da Câmara e pode ser analisado nesta semana pelos
deputados federais.
Vamos sugerir ao presidente [da Câmara, Henrique Eduardo Alves] e à
oposição que a gente procure uma pauta de assuntos mais consensuais que
possam ser votados na terça [02], assuntos que possam nos tirar de um
conflito que seria improdutivo"
Henrique Fontana (PT-RS), líder do governo na Cãmara dos Deputados
Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto na Câmara,
Fontana diz que irá defender diante dos colegas de Legislativo que a
consulta do governo aos conselhos populares é um "fortalecimento da
democracia direta" e que, em vez de colocar em votação a proposta que
acaba com os colegiados, os deputados devem analisar outros projetos que
tratam de assuntos "de interesse do país".
"Vamos sugerir ao presidente [da Câmara, Henrique Eduardo Alves] e à
oposição que a gente procure uma pauta de assuntos mais consensuais que
possam ser votados na terça [02], assuntos que possam nos tirar de um
conflito que seria improdutivo", afirmou o líder do governo ao G1.
"O que está posto é a disputa em torno do decreto ou a busca de uma
pauta consensual. É uma opção que o parlamento deve fazer. Vamos pedir
que se procure essa pauta consensual", ressaltou.
O decreto que gerou polêmica no Legislativo foi assinado em maio pela presidente Dilma Rousseff.
O texto prevê meios de participação dos conselhos, movimentos sociais e
da população em políticas públicas do governo federal. Entre outros
pontos, o decreto determina a criação de um colegiado, com membros do
governo e da sociedade, para discutir as decisões da administração
pública federal, avaliá-las e propor alterações. Esforço concentrado
Em plena campanha eleitoral, a Câmara dos Deputados e o Senado
agendaram para esta semana o chamado “esforço concentrado” para tentar
votar propostas paradas na fila de votações das duas casas legislativas.
No período eleitoral, é comum que os parlamentares que estão disputando
uma vaga nas urnas passem a maior parte do tempo fora de Brasília,
dedicando-se à campanha em suas bases regionais. De acordo com
levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap), 77% dos deputados federais disputarão a reeleição na eleição de
outubro.
Na Câmara, além do projeto que tenta derrubar o decreto dos conselhos
populares, estão na fila de votações duas propostas que trancam a pauta e
precisam ser votadas para que outras matérias possam ser analisadas
pelos parlamentares.
Um dos textos à espera de votação é a medida provisória 648/2014, que
flexibiliza o horário do programa "Voz do Brasil", transmitido
diariamente por todas as estações de rádio do país, às 19h. O noticiário
criado durante o governo Getúlio Vargas divulga informações do
Legislativo, do Executivo e do Judiciário. Encaminhada pelo Executivo ao
Congresso para permitir a flexibilização da transmissão para o período
da Copa do Mundo, o texto foi alterado pelos congressistas e agora prevê
que as emissoras possam escolher transmitir o programa entre 19h e 22h.
Além da MP da Voz do Brasil, também está na pauta da Câmara o poLêmico
projeto de lei 7735/2014, que cria regras nacionais para o uso do
patrimônio genético da biodiversidade. A proposta prevê pagamento de
royalties para a utilização de sementes e produtos genéticos que não são
oriundos do território brasileiro.
O texto ainda não tem relator definido e já recebeu mais de cem
emendas, o que pode dificultar a análise em plenário nesta semana. Caso o
texto não seja votado, todos os outros projetos de lei em tramitação na
Casa ficarão impedidos de serem analisados em plenário. Neste caso, os
deputados só poderiam apreciar propostas de emenda à Constituição (PECs)
e projetos de lei de iniciativa de tribunais e outras esferas.
Também estão na pauta da Câmara a conclusão da análise da proposta que
estabelece nova jornada para caminhoneiros. Além disso, podem ser
apreciados durante o esforço concentrado o projeto que institui jornada
de trabalho de 30 horas semanais para profissionais de enfermagem e a
Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, também conhecida como
Proforte. Homenagem a Eduardo Campos
Antes das sessões deliberativas desta semana, também está prevista
nesta terça-feira (2) uma sessão solene para homenagear o ex-governador
de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e o ex-deputado Pedro Valadares Neto
(PSB-SE), que morreram em um acidente aéreo em Santos (SP) no mê de agosto. A sessão está marcada para as 15h.
Candidato do PSB à Presidência da República, Campos atuou como deputado
federal em três ocasiões, entre 1995 e 2007. À época em que trabalhou
no parlamento, ele liderou a bancada do PSB na Câmara três vezes.
Pedro Valadares também foi eleito deputado três eleições, duas delas
como suplente. Sobrinho do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE),
ele era um dos assessores da campanha de Campos para presidente. Senado
Em meio ao esforço concentrado desta semana, também estão previstas
sessões para votações de projetos no Senado. Há 21 propostas na pauta de
votações da Casa.
O primeiro item na fila de votações é o projeto de lei que aumenta os
percentuais de biodiesel e etanol misturados, respectivamente, ao óleo
diesel e à gasolina. O texto foi aprovado em agosto pelo plenário da
Câmara dos Deputados.
O projeto estabelece um volume de 6% de biodiesel adicionado ao óleo
diesel a partir de julho deste ano. O texto também prevê a adição de 7% a
partir de novembro. De acordo com a medida aprovada pela Câmara, o
biodiesel necessário à adição obrigatória ao óleo diesel deverá ser
fabricado preferencialmente a partir de matérias-primas produzidas pela
agricultura familiar.
Também está na pauta do Senado o projeto de lei complementar que
estabelece requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadorias aos servidores públicos portadores de deficiência. O
benefício já é previsto para os contribuintes do INSS.
O texto determina que o servidor público com deficiência possa se
aposentar após dez anos de exercício efetivo no serviço público e cinco
anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. O tempo de
contribuição varia entre 25 e 29 anos para homens e entre 20 e 24 anos
para mulheres, de acordo com o grau de deficiência.
Outros itens que também podem ser apreciados pelos senadores são o
projeto de lei que obriga entidades a terem pessoal capacitado para
reconhecer e reportar casos de maus-tratos em crianças e adolescentes; a
PEC que permite a eleição de representantes brasileiros que moram no
exterior e que atuariam em comunidades formadas fora do país; e a PEC
que estabelece o pagamento de um adicional por tempo de serviço a juízes
e membros do Ministério Público.