10 de fev. de 2014

MA vai usar tornozeleira eletrônica para desafogar cadeia de Pedrinhas

Com ajuda federal, gestão Roseana Sarney colocará presos provisórios nas ruas. Projeto de R$ 1 milhão deve ser apresentado na próxima semana

Felipe Frazão
Sistema de vigilância de câmeras do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, Maranhão
Sistema de vigilância de câmeras do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, Maranhão - Felipe Frazão
O governo do Maranhão planeja retirar presos provisórios das cadeias de São Luís e colocá-los nas ruas com tornozeleiras eletrônicas. A medida faz parte do acordo de gerenciamento de crise firmado com o governo federal. O governo maranhense deverá criar um Centro de Monitoração Eletrônica para controlar o deslocamento dos detentos. O custo do projeto é de pelo menos 1 milhão de reais – 900.000 reais bancados pelo Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) e 100.000 reais custeados pelo Estado.
Devem sair dos presídios os presos provisórios – aqueles que ainda não foram julgados e condenados – e os que cumprem medida cautelar ou estão vulneráveis na cadeia. As unidades mais superlotadas de São Luís com presos provisórios são a Casa de Detenção (Cadet) e o Centro de Detenção Provisória (CDP), o “cadeião do diabo”, ambas do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Ainda não há previsão de quantos presos sairão de Pedrinhas com a medida. Desde 2013, 65 presos foram mortos no Maranhão por métodos como enforcamento, esquartejamento e decapitação.
O Ministério da Justiça divulgou nesta segunda-feira as regras para o financiamento do convênio, cujo projeto tem de ser apresentado até o dia 18 de fevereiro pela Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) do governo Roseana Sarney (PMDB). O diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) afirmou, em portaria, que a alternativa penal ao encarceramento, o chamado monitoramento eletrônico, tem objetivo de “diminuir o alto déficit de vagas no sistema prisional e o elevado índice de presos provisórios”.
O Centro de Monitoração Eletrônica deve ser montado em prédio fornecido pelo governo maranhense, que também ficará obrigado a destinar servidores do Estado para operar o monitoramento. Mas a portaria prevê a terceirização do serviço. A verba do governo federal só poderá ser usada para a contratação da empresa que alugará ao governo Roseana os equipamentos de monitoramento e tornozeleiras. O contrato deve ser firmando ainda em 2014 e terá duração de três anos, prorrogável por no máximo mais um ano.

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