Deputado do PP diz que não vai se calar e que não vai se desculpar com a presidente
O Partido dos Trabalhadores (PT) vai pedir a cassação do mandato do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) na próxima terça-feira. Em mais uma declaração polêmica sobre o homossexualismo, o parlamentar causou indignação no PT e no governo ao fazer insinuações sobre a opção sexual da presidente Dilma Rousseff (PT). Ontem, na tribuna da Câmara, ele afirmou que o Ministério da Educação (MEC) ainda planeja incluir o combate à homofobia nos currículos escolares e disparou contra Dilma. "Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma".
"Eu acho que ele feriu o decoro parlamentar. Ele incita ódio aos homossexuais e não segue os ritos do Parlamento. Portanto, nós vamos representá-lo no Conselho de Ética e vamos pedir a cassação dele na próxima terça-feira", informou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara. Hoje, ao Terra, Bolsonaro afirmou que não quis ofender e que não se interessa pela opção sexual de Dilma, apenas pela exclusão do chamado kit-gay das escolas.
"Eu não tenho que pedir desculpas para a presidente. Tudo que eu falo é motivo de processo, então eu acho que tenho que ficar quieto em Brasília. Qualquer escorregada minha é motivo para processo, mas eu não vou parar de falar. O dia que eu parar de falar, não fico mais em Brasília", afirmou Bolsonaro, dizendo não temer um processo de cassação.
Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo a pedido do deputado Marcon (PT-RS). Caberá agora ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidir se o discurso ficará registrado nos documentos da Casa ou será retirado da história oficial da Câmara.
“Que me cassem”
O polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pode ter seu mandato cassado após uma série de declarações contra os homossexuais. A mais recente, contendo insinuações sobre a opção sexual da presidente Dilma Rousseff (PT), causou indignação no Partido dos Trabalhadores, que resolveu que vai pedir a cassação por quebra de decoro na próxima terça-feira. Na tribuna da Câmara, Bolsonaro disse, na última quinta-feira, que "se (Dilma) gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma". Ao Terra, o deputado afirmou que não quis ofender a presidente e que não se interessa pela sua orientação sexual.
"Eu fiquei estarrecido ao saber que a inclusão de materiais sobre homossexuais nos livros didáticos ainda é discutida no governo. Pensei que a questão havia sido enterrada pela presidente, pois em maio ela garantiu que o kit-gay foi recolhido. Só que, para minha surpresa, ele não foi. Uma pessoa do Ministério da Educação disse que, entre as diretrizes para os livros didáticos para 2012, está a inclusão de capítulos sobre a homoafetividade. Fiquei revoltado e fui na tribuna no dia seguinte", explicou Bolsonaro.
Na Câmara, ele fez duras críticas a Dilma Rousseff, interpretadas pelo PT como ofensas pessoais e discriminatórias. "Eu levantei qual é a ligação de Dilma com os movimentos homossexuais, qual é a causa dela com eles, mas nada a ver com ofensas pessoais. O mérito da questão é o kit-gay, não a sexualidade da presidente", argumentou o deputado. O PT, porém, não aceitou.
"Eu acho que ele feriu o decoro parlamentar. Ele incita ódio aos homossexuais e não segue os ritos do Parlamento. Portanto, nós vamos representá-lo no Conselho de Ética e vamos pedir a cassação dele na próxima terça-feira", informou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara. Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão polêmica, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo a pedido do deputado Marcon (PT-RS). Caberá agora ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidir se o discurso ficará registrado nos documentos da Casa ou será retirado da história oficial da Câmara.
"Não vou parar de falar"
Bolsonaro admite que o seu discurso sobre Dilma "leva a uma dupla interpretação". Porém, ele não cogita pedir desculpas para a presidente. "Não foi a minha intenção ofender. Tudo que eu falo é motivo de processo, eu acho que tenho que ficar quieto em Brasília. Qualquer escorregada minha é motivo para processar, mas eu não vou parar de falar. O dia que eu parar, não fico mais em Brasília".
O deputado ainda criticou a vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), que pediu para que Marco Maia tome "providências enérgicas" contra ele, que está "sem freio de arrumação". "O mérito da questão é o kit-gay, não a sexualidade da Dilma, mas o PT levou para o lado da ofensa sexual, inclusive a senadora Marta Suplicy. Mas quem é ela para dizer isso, se ela duvidou publicamente da opção sexual do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD)?"
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