Recorrendo ao que muitos apontam como uma diplomacia para a televisão, o presidente Trump se encontrou, no domingo, com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, na Zona Desmilitarizada, a famosa “DMZ” que divide a península da Coreia desde 1953.
Primeiro presidente americano no exercício do cargo a ingressar na Coreia do Norte, Trump disse que era uma “honra” cruzar a linha divisória. A imprensa estatal de Pyongyang classificou o dia como “assombroso”.
O presidente disse que ele e Kim decidiram iniciar conversas de trabalho sobre um acordo de desnuclearização, depois que a segunda cúpula entre os dois líderes, realizada em Hanói no fim de fevereiro, terminou sem um acordo.
Funcionários americanos disseram que querem bases mais firmes antes de outra cúpula, embora reconheçam que seus colegas norte-coreanos têm pouco espaço para negociar o programa nuclear de Kim.
– ‘Congelamento’ –
Uma matéria do jornal “The New York Times, de fonte anônima, disse que o governo Trump está considerando um acordo que congelaria, mas não desmantelaria o programa nuclear da Coreia do Norte. Assim, aceitaria Pyongyang tacitamente como um Estado nuclear, reconhecendo que não avançará mais.
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, negou a matéria do “Times” e disse que nem ele nem sua equipe ouviram falar da ideia de se conformar um “congelamento” do programa nuclear.
“Essa foi uma tentativa repreensível de alguém de encurralar o presidente. Deveria ter consequências”, acrescentou.
– ‘Não é uma sessão de fotos’ –
Grupos defensores dos direitos humanos garantem que o regime da Coreia do Norte tem milhares de presos políticos detidos em campos de trabalho.
“Sejamos claros. Trump não está negociando com a Coreia do Norte. Está regularizando a Coreia do Norte”, disse o senador democrata Chris Murphy.
“Nosso presidente não deve desperdiçar a influência americana nas fotos e trocar cartas de amor com um ditador impiedoso”, disse a senadora Elizabeth Warren, referindo-se ao cartão de aniversário enviado por Kim para Trump, divulgado com entusiasmo pelo americano.
“Pelo contrário, deveríamos estar tratando com a Coreia do Norte por meio de uma diplomacia baseada em princípios que promova a segurança dos Estados Unidos, defenda nossos aliados e defenda os direitos humanos”, escreveu Warren.
“Isso não é uma sessão de fotos. Nossa segurança e nossos valores estão em jogo”, afirmou.
Congressistas republicanos elogiaram Trump por mostrar liderança, embora tenham, recentemente, manifestado sua preocupação com um acordo precipitado com Kim em Hanói.
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