15 de jul. de 2019

O GSI vai mudar

Um novo protocolo de exigências entra na ordem do dia para a preservação física de Jair Bolsonaro e a melhoria da segurança e da imagem das Forças Armadas

O GSI vai mudar
É claro que o governo do presidente Jair Bolsonaro e as Forças Armadas tomadas como instituição nada têm a ver com a bandidagen do segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, preso com trinta e nove quilos de cocaína na bagagem de mão em uma aeronave da Força Aérea Brasileira, na Espanha — integrava a equipe de apoio da comitiva presidencial na viagem de Bolsonaro ao Japão, onde ele participou da reunião do G-20. Imaginar o contrário, como chegaram a ensaiar alguns oposicionistas radicais de esquerda, é o mesmo de querer culpar todos os passageiros de um avião na hipótese de algum deles portar drogas. Ainda assim, acertou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado pelo ministro e general da reserva, Augusto Heleno, em tornar mais rigoroso todo o esquema de preservação do presidente da República. Além disso, tais alterações atendem também à demanda que já vinha sendo feita por familiares do presidente, que querem a Polícia Federal exercendo pessoalmente a segurança. Mais: silencia as infundadas críticas que o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, passou a fazer ao GSI devido ao episódio envolvendo o segundo-sargento.
PRESTIGIADO O general da reserva e ministro do GSI, Augusto Heleno, continua a comandar a segurança de Bolsonaro: a família queria a Polícia Federal (Crédito:Antonio Cruz/ Agência Brasil)
Quais são os novos métodos? É claro que o GSI, que continua responsável pela integridade física de Bolsonaro e daqueles que o cercam no núcleo do poder, não pode expor todos os procedimentos. Seria o mesmo de entregar uma nova faca em mãos de um eventual novo Adélio Bispo de Oliveria, embora no Brasil tudo seja possível — certa vez a Agência Brasileira de Inteligência revelou, por descuido e sem intenção de revelar, a identidade de um agente do serviço reservado dos EUA que trabalhava no Brasil, não em espionagem, mas devidamente autorizado pelo governo brasileiro.
O mal veio para o bem
Na próxima semana haverá uma entrevista coletiva a jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto e alguns pontos serão detalhados. Já se sabe, no entanto, que daqui para frente toda a tripulação e comitiva que acompanhe Bolsonaro terá de se submeter ao detector de metais e a umbrais de raios X — incluindo-se aí o próprio Bolsonaro, antes de ele embarcar na aeronave presidencial. Até a ocorrência que levou à prisão o segundo-sargento traficante, somente a bagagem despachada passava por raios X e a vistoria se dava de forma aleatória e por amostragem. “A prisão do segundo-sargento foi um alerta”, disse Augusto Heleno. “Não dá para confiar, temos de fiscalizar tudo”.

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