Um novo protocolo de exigências entra
na ordem do dia para a preservação física de Jair Bolsonaro e a
melhoria da segurança e da imagem das Forças Armadas
Antonio Carlos Prado
É claro que o governo do presidente Jair Bolsonaro e as Forças
Armadas tomadas como instituição nada têm a ver com a bandidagen do
segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, preso com trinta
e nove quilos de cocaína na bagagem de mão em uma aeronave da Força
Aérea Brasileira, na Espanha — integrava a equipe de apoio da comitiva
presidencial na viagem de Bolsonaro ao Japão, onde ele participou da
reunião do G-20. Imaginar o contrário, como chegaram a ensaiar alguns
oposicionistas radicais de esquerda, é o mesmo de querer culpar todos os
passageiros de um avião na hipótese de algum deles portar drogas. Ainda
assim, acertou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), comandado
pelo ministro e general da reserva, Augusto Heleno, em tornar mais
rigoroso todo o esquema de preservação do presidente da República. Além
disso, tais alterações atendem também à demanda que já vinha sendo feita
por familiares do presidente, que querem a Polícia Federal exercendo
pessoalmente a segurança. Mais: silencia as infundadas críticas que o
vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, passou a fazer ao GSI
devido ao episódio envolvendo o segundo-sargento. PRESTIGIADO
O general da reserva e ministro do GSI, Augusto Heleno, continua a
comandar a segurança de Bolsonaro: a família queria a Polícia Federal
(Crédito:Antonio Cruz/ Agência Brasil)
Quais são os novos métodos? É claro que o GSI, que continua
responsável pela integridade física de Bolsonaro e daqueles que o cercam
no núcleo do poder, não pode expor todos os procedimentos. Seria o
mesmo de entregar uma nova faca em mãos de um eventual novo Adélio Bispo
de Oliveria, embora no Brasil tudo seja possível — certa vez a Agência
Brasileira de Inteligência revelou, por descuido e sem intenção de
revelar, a identidade de um agente do serviço reservado dos EUA que
trabalhava no Brasil, não em espionagem, mas devidamente autorizado pelo
governo brasileiro. O mal veio para o bem
Na próxima semana haverá uma entrevista coletiva a jornalistas que
cobrem o Palácio do Planalto e alguns pontos serão detalhados. Já se
sabe, no entanto, que daqui para frente toda a tripulação e comitiva que
acompanhe Bolsonaro terá de se submeter ao detector de metais e a
umbrais de raios X — incluindo-se aí o próprio Bolsonaro, antes de ele
embarcar na aeronave presidencial. Até a ocorrência que levou à prisão o
segundo-sargento traficante, somente a bagagem despachada passava por
raios X e a vistoria se dava de forma aleatória e por amostragem. “A
prisão do segundo-sargento foi um alerta”, disse Augusto Heleno. “Não dá
para confiar, temos de fiscalizar tudo”.
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