Governo libera saques do FGTS, limitados a R$ 500, beneficiando 96 milhões de brasileiros. A medida é um alento: deve provocar um crescimento de 0,35% no PIB deste ano, mas não pode parar por aí
Novo FGTS
Paulo Guedes explicou que a liberação dos saques do FGTS demoraram a sair não por falta de vontade política do governo, mas por uma questão estratégica. “Estamos estudando essa medida desde o governo de transição”, revelou o ministro. De acordo com a Caixa, cerca de 80% das contas do FGTS atualmente têm valor de até R$ 500. “Você está vendo um forte conteúdo social”, resumiu Guedes. Dentro das medidas para incrementar o crescimento, o governo também anunciou que está sendo criado um novo FGTS: será posto em prática a partir do ano que vem o chamado “Saque-Aniversário” nas contas do FGTS.
A iniciativa pretende acabar com uma das críticas relacionadas ao fundo: de que o cidadão só pode usufruir dos seus recursos quando é demitido, quando se aposenta ou quando sofre uma doença grave. Pelo novo programa, o cotista poderá usar o dinheiro que está na sua conta a partir da data de seu aniversário. As migrações para esta modalidade de saque começarão a partir de outubro deste ano, quando o trabalhador precisa declarar que deseja ingressar no novo modelo, se sacar dinheiro do fundo anualmente, uma espécie de 14º salário. Será efetivamente um grande estímulo ao consumo para os mais pobres. A expectativa é que pelo menos mais R$ 12 bilhões serão liberados em 2020. “Estamos devolvendo aos trabalhadores o direito de consumir. Todos serão contemplados com a medida”, disse o presidente Bolsonaro no evento do novo FGTS.
Na terça-feira, o governo já havia anunciado uma outra medida de impacto na economia: o “Novo Mercado de Gás”. A intenção é diminuir o preço do gás para o consumidor. A ideia é que as empresas privadas também passem a atuar na infraestrutura e transporte de gás natural. Esse setor era controlado pela Petrobrás por meio da BR Distribuidora, que foi vendida na quarta-feira por R$ 8,6 bilhões. Com a venda da empresa para a iniciativa privada, o governo acredita que o valor da unidade térmica de gás passe dos atuais US$ 14 para US$ 6 ou US$ 7. Isso tudo, sem contar com os efeitos práticos das reformas da Previdência (que será aprovada no próximo dia 6 na Câmara) e a tributária, que já está caminhando no Congresso. A economia tem tudo para seguir em frente.
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