TRE julga nesta quarta-feira registros dos candidatos. Ex-governador é candidato ao Palácio Guanabara pelo PRP
Por
ADRIANA CRUZ
Rio - O candidato ao
governo do estado Anthony Garotinho (PRP) tem mais um obstáculo para
continuar na corrida para o Palácio Guanabara. A 2ª Turma Especializada
do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiu aumentar a
condenação por formação de quadrilha do ex-governador de dois anos e
seis meses para quatro anos e seis meses em regime semi-aberto. Para os
desembargadores, Garotinho está inelegível. No julgamento, a Corte
também aumentou a pena do ex-chefe da Polícia Civil Álvaro Lins. De 28
anos, um mês e 12 dias, ela passou para 28 anos, dois meses e 27 dias,
por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Outros oito réus também foram condenados.
A defesa dos réus tem até cinco dias para recorrer da
decisão com os chamados embargos de declaração. Enquanto isso, eles não
podem ser presos. Garotinho e Lins foram condenados no processo que
investigou esquema de corrupção envolvendo delegados acusados de receber
propina para facilitar a exploração de jogos de azar no Estado do Rio.
Esta é a segunda sentença confirmada em segunda
instância contra Garotinho. Em julho, Garotinho foi condenado pelos
desembargadores da 15ª Câmara Cível, do Tribunal de Justiça do Rio, por
improbidade administrativa. Ele é acusado de desviar R$ 234,4 milhões da
Secretaria Estadual de Saúde entre 2005 e 2006. Neste período, sua
mulher, Rosinha Matheus, governava o estado. A sentença cassa os
direitos políticos de Garotinho por oito anos. A Justiça determinou
ainda o pagamento de R$ 2 milhões por danos morais e multa de R$ 500
mil.
Nesta quarta-feira, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
começa a julgar os registros de candidatura. Sobre a condenação por
improbidade, Garotinho defende que, como não foi condenado por
enriquecimento ilícito com dano ao erário, ele não seria ficha suja. No
mês passado, a Procuradoria Regional Eleitoral contestou a candidatura
do político com base na condenação da 15ª Câmara Cível. O TRF-2 vai
informar a decisão sobre Garotinho ao TRE.
A defesa de Garotinho afirmou que vai entrar com um
embargo no TRF-2 e um recurso especial no Superior Tribunal de Justiça
(STJ). Segundo o argumento, "o processo é de 2010 e não o impede de
concorrer nessas eleições, mas, sim, num futuro pleito".
Em entrevista coletiva na noite desta terça-feira,
Garotinho disse que está otimista em relação a decisão das instâncias
superiores.
"Não me surpreendo (com a decisão). Faz parte dos
conjuntos de ações para inviabilizar a única candidatura que atacou o
sistema do (ex-governador) Sergio Cabral e companhia. Não vou desistir
em hipótese alguma da candidatura", disse ele, que emendou.
"Não vou recuar. Fui preso, torturado, mas vou lutar até o final".
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