Elias Rodrigues Martins Filho foi escolhido para comandar 16.500 homens em operação de paz na África Central

Ele sucede o general Derrick Mbuyiselo Mgwebi, da África do Sul, que encerrou sua missão em 31 de janeiro passado. O resultado do processo de seleção, que durou quase quatro meses, foi anunciado na sexta.
O general Martins, que atualmente ocupa a chefia do Escritório das Organizações Internacionais do Ministério da Defesa, tem mais de 35 anos de experiência nas Forças Armadas brasileiras e já serviu nas Nações Unidas em Nova Iorque.
Perfil
Nascido em Fortaleza em 1960, casado e pai de três filhos, Martins Filho já ocupou, entre outros cargos, o de chefe de inteligência do Ministério da Defesa do Brasil e de Oficial de Comando do Batalhão da Guarda Presidencial, de 2009 a 2011.
Elias Rodrigues Martins Filho também foi o encarregado de planejamento do Departamento das Operações de Paz entre 2005 e 2008, e vice conselheiro militar da Missão Permanente do Brasil, em Nova Iorque. Na década de 1990, ele serviu na Missão III da ONU de Verificação em Angola.
O novo comandante da missão Monusco é pós-graduado em Relações Internacionais e formado pela Escola Superior de Guerra. Ele será o segundo comandante brasileiro na Missão de Paz das Nações Unidas na República Democrática do Congo. O primeiro foi o general Carlos Alberto dos Santos Cruz.
O general cearense espera do novo cargo esforços para "permitir que o processo político acordado entre as lideranças do Congo avance, inclusive o processo eleitoral no país previsto para o final deste ano".
Conflitos
As próximas eleições presidenciais estão previstas para 23 de dezembro deste ano. A tensão política na RD do Congo é elevada desde setembro de 2016, quando explodiram confrontos entre jovens e forças de segurança deixando um elevado saldo de mortes, durante manifestações de católicos contra o presidente do Congo, Joseph Kabila.
Atualmente, o país africano registra ainda episódios de violência por causa de conflitos nos povoados, ação de milícias e mercenários. No mês passado, na província de Ituri, no nordeste do país, 49 pessoas morreram, segundo balanço da ONG católica Cáritas, após conflitos entre as comunidades hema e lendu.
Os agressores, apresentados como membros da comunidade lendu, atacaram os hema. Os criadores de animais hema e os agricultores lendu disputam terras na região. Essa é uma das numerosas fontes de violência no turbulento leste do Congo. Os episódios de violência se sucedem em Ituri desde dezembro e já deixaram centenas de mortos.
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