1 de dez. de 2016

Cerimônia emocionante em Medellín lembra vítimas da tragédia do Chapecoense

Com música, pombas brancas e dezenas de flores, mais de 30 mil pessoas homenagearam em Medellín, nesta quarta-feira (30), as vítimas do acidente aéreo que dizimou o clube Chapecoense quando viajava para disputar a final da Copa Sul-Americana, na Colômbia.
“Nosso coração está em frangalhos”, disse o técnico do colombiano Atlético Nacional, Reinaldo Rueda, que disputaria hoje o partido de ida da final do torneio regional com a pequena equipe do sul do Brasil.
Rueda e todo seu time participaram, em um lotado estádio Atanasio Girardot, da despedida às 71 pessoas que morreram na queda do avião.
O chanceler brasileiro, José Serra, não conseguiu conter as lágrimas e agradeceu as “expressões de solidariedade, um “grande consolo”, de acordo com ele.
O presidente do clube, Juan Carlos de la Cuesta, afirmou que, após a tragédia, Atlético Nacional, atual campeão da Copa Libertadores, participará do Mundial de Clubes em dezembro, no Japão, representando Colômbia, Brasil e América do Sul.
“Toda a vida me dediquei ao esporte e hoje sentia que tinha de vir meio que para fazer uma catarse, ao me encontrar com pessoas que se sentem como eu”, disse à AFP Carolina Arredondo, de 36, com uma vela branca acesa nas mãos.
No tributo, organizado pelo Atlético Nacional, membros da banda de guerra do Exército colombiano portaram bandeiras de Brasil, Paraguai e Venezuela, os países de origem das vítimas. Além disso, houve sobrevoos dos helicópteros militares que participaram da operação de resgate.
Devido ao comparecimento em massa do público, o estádio teve de fechar as portas vários minutos antes do que o previsto para evitar superlotação. Assim, milhares ficaram nos arredores.
Durante o ato, que começou às 18h50 locais (21h50, em Brasília), cinco minutos depois do horário de início da partida, leram-se os nomes de todos os mortos e 71 pombas brancas foram soltas – uma para cada vítima.
“Não vamos esquecer, esta Copa vai para o céu”, “Campeão, Chape campeão” e “Força, Chape” eram ouvidos com frequência.
“As expressões de solidariedade que encontramos em cada um de vocês (…) nos oferece um grande consolo”, declarou o chanceler brasileiro, José Serra, que chorou ao reconhecer que nunca havia sentido “uma emoção semelhante”.
O tributo, que contou com a presença de autoridades locais e de Chapecó, assim como de familiares das vítimas, terminou com a apresentação da orquestra filarmônica de Medellín e com o público lançando flores no campo.
O Atlético Nacional, campeão da Libertadores deste ano, espera uma resposta da Conmebol à sua proposta de entregar o título da Sul-Americana à Chape.

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