31 de jul. de 2014

Mortos em ofensiva israelense na Faixa de Gaza passam de 1.300

Apenas nesta quarta-feira, mais de 100 palestinos morreram, incluindo 16 refugiados que estavam em uma escola da ONU

AFP
000_Nic6355580.jpg
Ao menos 100 palestinos morreram nesta quarta-feira na Faixa de Gaza nos bombardeios e ataques israelenses, elevando o número de vítimas desde o início da ofensiva, em 8 de julho, a 1.330 palestinos mortos e 7.300 feridos.

Entre as 100 vítimas fatais desta quarta-feira figuram 16 refugiados do campo de Jabaliya que morreram quando os morteiros disparados por um tanque atingiram uma escola da ONU, indicaram os socorristas.

Por outro lado, três soldados israelenses também morreram nesta quarta. Segundo o exército israelense, os militares morreram durante uma operação em Gaza.

De acordo com a ONU, três quartos dos mortos palestinos nos 23 dias de conflito são civis.

30 de jul. de 2014

Empréstimo ao setor elétrico vai encarecer energia a partir de 2015

Segundo a Aneel, reajuste na conta será de oito pontos percentuais

AE
132598226.jpg
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta terça-feira, 29, que o impacto do empréstimo para as distribuidoras será de 8 pontos porcentuais na tarifa de energia. Esse aumento será repassado à conta de luz dos consumidores a partir de 2015 e permanecerá na tarifa por dois anos.

"O reajuste leva em consideração um conjunto de fatores, mas podemos dizer que o empréstimo terá um impacto no reajuste dessa ordem de grandeza (8 pontos porcentuais)", afirmou Rufino.

Segundo ele, esse aumento será tratado como um componente financeiro, que entrará na tarifa em 2015, permanecerá por dois anos, até 2017, e será retirado ao final desse período. O início do repasse ao consumidor dependerá da data do reajuste tarifário anual de cada distribuidora. O diretor-geral disse ainda que outros fatores podem ter um impacto negativo na tarifa, de forma a reduzir o valor do reajuste de 2015, mas não fez projeções para esse aumento tarifário. "Não estou com isso querendo dizer que o reajuste no ano que vem será de 8%, pois o reajuste leva em consideração outros fatores", acrescentou.

A devolução à União das usinas da Cesp, Cemig e Copel, que geram cerca de 5 mil MW médios, deve contribuir para reduzir o aumento, pois o valor cobrado pela energia dessas usinas na conta de luz será bem menor. Segundo Rufino, essa devolução terá um impacto "bastante relevante" e será capaz de "neutralizar, em grande parte, se não na totalidade, o impacto do empréstimo."

Ainda de acordo com ele, um regime de chuvas mais favorável pode contribuir para reduzir o valor da energia no mercado de curto prazo, o que ajuda a reduzir o patamar dos reajustes.

O financiamento feito pelo consórcio de bancos e intermediado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) deve totalizar R$ 17,7 bilhões para as empresas. Desse total, R$ 11,2 bilhões já foram repassados e outros R$ 6,5 bilhões devem ser fechados nas próximas duas semanas.

29 de jul. de 2014

Israel: operação vai continuar ‘até que missão seja cumprida'

Benjamin Netanyahu afirmou que cidadãos israelenses não podem viver sob a ameaça do Hamas por meio de foguetes e túneis clandestinos

No hospital de Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, uma recém-nascida palestina foi fotografada em uma incubadora depois de ser retirada do ventre de sua mãe, que segundo os médicos, foi morta em um ataque aéreo israelense - 27/07/2014
No hospital de Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, uma recém-nascida palestina foi fotografada em uma incubadora depois de ser retirada do ventre de sua mãe, que segundo os médicos, foi morta em um ataque aéreo israelense - 27/07/2014 - Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afastou nesta segunda-feira a possibilidade de um fim rápido para a operação em Gaza destinada a minar a capacidade do Hamas de disparar foguetes em direção ao território de Israel. “Precisamos estar preparados para uma longa operação, até que nossa missão esteja cumprida”, disse o premiê, em pronunciamento na TV, frustrando as expectativas internacionais por um cessar-fogo imediato e incondicional.
Netanyahu destacou que, além dos foguetes, o Exército também enfrenta a ameaça dos túneis clandestinos abertos pelo grupo fundamentalista palestino e outras facções para atingir o lado israelense.  “Os cidadãos de Israel não podem viver com a ameaça de foguetes e túneis da morte – morte que vem de cima e de baixo”, declarou, acrescentando que a operação não será concluída sem que sejam neutralizados todos os túneis, “que têm o único propósito de matar nossos cidadãos”.
Mais de 1.000 palestinos, a maioria civis, e mais de cinquenta israelenses, a maioria soldados, morreram durante o conflito, iniciado no dia 8 deste mês. Na noite desta segunda, as Forças de Defesa de Israel advertiram moradores do norte de Gaza a evacuarem a área, procedimento que ocorre antes de bombardeios. Também nesta segunda-feira, nove crianças que brincavam em um campo de refugiados em Gaza morreram, o principal hospital público foi atingido e quatro soldados foram mortos no sul de Israel em um ataque do Hamas.
Os esforços da ONU e do secretário de Estado americano John Kerry para fechar uma trégua, mesmo que temporária, foram ineficientes até agora. Durante o fim de semana, os dois lados concordaram com uma pausa de doze horas nas hostilidades. O governo de Israel se dispôs a ampliar este período, mas o Hamas retomou os ataques para, em seguida, propor ele mesmo uma trégua – que foi negada por Israel.
O chefe do gabinete militar de Israel, Benny Gantz, reforçou as declarações do premiê, dizendo que a operação vai continuar pelo tempo que for necessário. “Os moradores de Gaza devem se distanciar das áreas de atuação do Hamas porque vamos chegar até elas e vai ser doloroso”, afirmou, segundo o jornal britânico The Guardian.
Em Nova York, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acusou Netanyahu e o chefe no exílio do Hamas, Khaled Mishal, de estarem “moralmente errados” por permitir que civis sejam mortos. Ele fez uma apelo para que os dois lados demonstrem “vontade política” para acabar com o derramamento de sangue.

28 de jul. de 2014

Como a 1ª Guerra mudou o mundo, dentro e fora dos campos de batalha

Absorvente e zíper são algumas das invenções popularizadas na guerra.
Conflito também mudou geopolítica e impulsionou os EUA como potência.

Do G1, em São Paulo
Há exatos 100 anos, em 28 de julho de 1914, começou a 1ª Guerra Mundial. Por quatro anos, as potência da Europa -- e dos demais continentes -- se enfrentaram usando armas com poder destrutivo nunca visto antes – fruto dos altos investimentos na indústria bélica no pré-guerra. As dificuldades causadas durante o conflito também resultaram em grandes inventos, sem os quais não podemos imaginar a vida hoje: zíper, absorvente, lenços de papel e raio-x, por exemplo.
A Primeira Guerra Mundial também causou importantes mudanças geopolíticas e econômicas nos países europeus, suas colônias e aliados – estabelecendo uma nova ordem mundial que diz muito sobre a atualidade.
Kotex (Foto: Reprodução) Confira as invenções e consequências da Primeira Guerra Mundial, que mudaram para sempre a vida dentro e fora dos campos de batalha:
Absorvente


Anúncio de absorvente dos anos 1920
(Foto: Reprodução)
Quando entraram na guerra, em 1917, as tropas americanas levaram para o fronte o cellucotton, material com alta capacidade de absorção do sangue, usado em curativos. As enfermeiras logo perceberam que o material servia para conter o fluxo menstrual e, por absorver mais sangue com camadas mais finas, era bem mais confortável que algodão ou pano.
Ao saber do uso dado pelas enfermeiras ao cellucotton, a fabricante americana das bandagens passou a comercializá-las como absorventes. Com o mesmo material, na década de 1920, foi lançado o lenço de papel.


Zíper

Zíper (Foto: Ale Paiva/sxc.hu)
Zíper (Foto: Ale Paiva/sxc.hu)
O zíper não foi inventado durante a guerra, mas se popularizou por causa dela. Criado em meados do século 19 pelo americano Whitcomb Judson, foi aperfeiçoado em 1913 pelo engenheiro sueco Gideon Sundback.
As tropas dos Estados Unidos usaram zíperes em suas roupas e equipamentos durante a 1ª Guerra e, nos anos 20, esse tipo de fecho passou a ser aplicado em todos os tipos de roupas, calçados e bolsas.

Raio-x portátil
(Foto: Akhtar Soomro/Reuters)


Em abril de 2012, o paquistanês Safdar Ali Shah passou por exames por causa das constantes dores abdominais. Um raio-X descobriu o motivo da dor: ele vivia com uma pinça hemostática no corpo. O objeto foi deixado no corpo de Shah por uma equipe médica dur (Foto: Akhtar Soomro/Reuters) Com a descoberta da radioatividade no fim do século 19, a radiografia ainda era uma tecnologia recente quando a 1ª Guerra começou. Os aparelhos eram muito grandes e não podiam ser levados até os hospitais de campanha. A cientista polonesa radicada na França Marie Curie, pioneira nos estudos sobre radioatividade, desenvolveu para o exército francês aparelhos menores, que permitiram a realização de exames nos soldados feridos. O avanço foi de grande utilidade para a medicina civil.

Relógio de pulso
(Foto: Divulgação/Whithings)


Activité, relógio inteligente da francesa Withings (Foto: Divulgação/Whithings) A Primeira Guerra contribuiu para a popularização do uso dos relógios de pulso, até então considerados demasiado afeminados pelos homens.
Saber a hora era fundamental para sincronizar as operações de guerra, porém os relógios de bolso não eram muito práticos para os campos de batalha.
Além disso, o aparelho atado ao pulso permitia dirigir tanques e pilotar aviões sem perder a hora – o que o tornou equipamento militar obrigatório.


Quimioterapia


A quimioterapia teve origem nas armas químicas da 1ª Guerra. Com a guerra de trincheiras, tornou-se comum o uso de gases tóxicos para atingir maior número de inimigos. Um deles era o gás mostarda, desenvolvido pelos alemães. Décadas mais tarde, médicos viram que a substância daquele gás poderia ser usada contra o câncer, pois desacelerava a produção de sangue. A descoberta serviria como base para o desenvolvimento da quimioterapia.

Rádio sem fio


Apesar dos sistemas de comunicação usados durante a guerra parecerem primitivos comparados com os de hoje, foi durante o conflito que houve grandes avanços na área. Na época surgiu o rádio sem fio, que permitiu a comunicação rápida entre diferentes grupos no campo de batalha – até então eram usados mensageiros ou pombos-correio. O sistema também foi usado por piltos da Royal Air Force para comunicar os movimentos das tropas que observavam do alto.

Aviação


O caça sueco Gripen NG, escolhido pelo Brasil para equipar a FAB (Foto: Divulgação SAAB) (Foto: Divulgação SAAB)
Na 1ª Guerra, os soldados começaram a temer o perigo que vinha do céu. Nos quatro anos de conflito, foram desenvolvidos aviões mais velozes e resistentes. Inicialmente usados apenas para observação, eles foram equipados com bombas e metralhadoras e passaram a ser usados em combates. As melhorias criadas no período foram determinantes na evolução da aviação civil nos anos seguintes. Os voos comerciais só se tornariam comuns após a 2ª Guerra Mundial.

Armas químicas

Homens simulam perigo de armas químicas (Foto: Sergio Moraes / Reuters)
(Foto: Sergio Moraes / Reuters)
A 1ª Guerra marcou o início do uso de armas químicas. Mesmo sendo responsáveis por apenas 1% das mortes no conflito, elas aterrorizavam os combatentes. Gases tóxicos foram utilizados a primeira vez pelos alemães, em abril de 1915, na batalha de Ypes (Bélgica). Tomados pelo pânico, cegos ou asfixiados, milhares morreram sob um sofrimento cruel. Para se defenderam, os soldados usavam óculos e máscaras de proteção, ou improvisavam, cobrindo o rosto com panos molhados.

Tanques e metralhadoras


  Tanque israelense se movimenta perto da fronteira entre Israel e Gaza nesta quinta-feira (17) (Foto: AFP Photo/Jack Guez)  (Foto: AFP Photo/Jack Guez)
Foi na 1ª Guerra que se usou pela primeira vez armamentos que até hoje formam parte dos arsenais dos exércitos. O tanque de guerra foi testado pelos britânicos em 1914 e utilizado em combate pela primeira vez na Batalha de Somme, em 1916. Mas foram os franceses que aperfeiçoaram o veículo blindado, essencial para a vitória na guerra. As metralhadoras também aumentaram o poder de fogo no fronte. Os austalianos usaram as Lewis, que pesavam 12 kg e podiam disparar até 500 balas por minuto – o equivalente a 50 atiradores com rifles.

EUA, uma nova potência


A Casa Branca (Foto: AP)A Casa Branca (Foto: AP)
Com participação importante na 1ª Guerra, principalmente na campanha que levou à vitória final, em 1918, os Estados Unidos se estabeleceram como uma potência militar – que é até hoje.
No pós-guerra, lucraram ajudando na reconstrução dos países afetados. Ao longo da década de 1920, a economia americana se aqueceu com a produção destinada aos países europeus.
Porém, quando a rescontrução acabou, já não havia mais demanda para a produção dos Estados Unidos, o que resultou no crack da bolsa em 1929.

Revolução Russa: Soldados fazem demonstração em São Petesburgo em fevereiro de 1917 (Foto: Wikimedia Commons) Revolução Russa


(Foto: Wikimedia Commons)
A participação da Rússia na Primeira Guerra Mundial afetou a economia do país e resultou em muitas mortes. A insatisfação dos russos com essas consequências deu origem à Revolução Russa, em 1917.
Houve uma guerra civil no país que causou ainda mais destruição e perdas de vidas ao país. Porém, os bolcheviques venceram o conflito interno, levando assim à criação da União Soviética, o primeiro país socialista da história.
*Com informações da agência France Presse.

26 de jul. de 2014

EUA dizem que Putin e Rússia são 'culpáveis' por queda do voo MH17

EUA têm criticado o país por fornecer armas aos separatistas ucranianos.
Avião da Malaysia Airlines caiu com 298 pessoas a bordo no dia 17.

Da Reuters
 
A Casa Branca afirmou nesta sexta-feira (25) que o presidente russo, Vladimir Putin, era "culpável" pela derrubada de um avião da Malásia sobre uma zona de guerra na Ucrânia e reiterou que está trabalhando com a União Europeia e o G7 para impor novas sanções contra Moscou.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, fez os comentários mais fortes desde que o avião foi derrubado na semana passada com 298 pessoas a bordo, atribuindo o incidente à Rússia. Os Estados Unidos têm criticado o país por fornecer armas aos separatistas ucranianos.
"O que também sabemos é que o avião da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil que foi disparado do solo. Foi disparado do chão em uma área que era controlada por separatistas, e em uma área onde os próprios ucranianos não estavam operando armas antiaéreas naquele momento", disse Earnest a repórteres na Casa Branca.
"Então é por isso que concluímos que Vladimir Putin e os russos são culpáveis por esta tragédia", disse ele.
"Se foram os russos que puxaram o gatilho eles próprios ou se foram os separatistas pró-Rússia treinados por Moscou, é tudo a mesma coisa. Tudo recai, em última instância, sobre Vladimir Putin", afirmou.
O vice-presidente norte-americano, Joe Biden, conversou nesta sexta-feira com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, sobre a investigação da queda do avião, bem como a dinâmica política do país, afirmou a Casa Branca separadamente.
"O presidente Poroshenko ressaltou que, apesar da dissolução da coalizão governista no Parlamento da Ucrânia, o governo vai continuar o seu trabalho para lidar com as importantes reformas econômicas", disse em um comunicado.
"O presidente Poroshenko também informou o vice-presidente de que a Rússia continua a fornecer armas e equipamentos pesados ​​aos separatistas e que as tropas ucranianas estavam cada vez mais sob fogo direto de posições no lado russo da fronteira", disse.
Biden disse a Poroshenko que os Estados Unidos estavam trabalhando com a União Europeia e os países do G7 para impor novas sanções à Rússia por suas "ações desestabilizadoras e irresponsáveis ​​na Ucrânia".
Imagem mostra destroço de voo MH17 perto da aldeia de Hrabove (Grabovo), alguns 80 km a leste de Donetsk. (Foto: Bulent Kilic/AFP)Imagem mostra destroço de voo MH17 perto da aldeia de Hrabove (Grabovo), 80 km ao leste de Donetsk. (Foto: Bulent Kilic/AFP)