Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas com a queda do elevado.
Elevado será preservado por tempo indeterminado, segundo a polícia.
A Justiça suspendeu a demolição do Viaduto Guararapes, que desabou em
Belo Horizonte na quinta-feira (3), deixando dois mortos e 23 feridos, e
determinou a interdição do local. De acordo com a assessoria do Fórum
Lafayette, será expedido mandado para que os órgãos competentes cumpram a
decisão, que é provisória, mas tem aplicação imediata. A demolição
estava prevista para este sábado (5), quando o maquinário já estava no
local, mas acabou não sendo realizada.
Viaduto Guararapes é interditado em Belo Horizonte (Foto: Pedro Ângelo/G1)
Segundo a Justiça, a decisão ocorreu durante o plantão, de sábado para
domingo. O pedido partiu do delegado Hugo e Silva, que preside o
inquérito que apura o acidente, e teve manifestação do Ministério
Público Estadual. De acordo com a Polícia Civil, o delegado recebeu um
comunicado judicial determinando a preservação do local por tempo
indeterminado. Contudo, segundo a assessoria do fórum, a decisão não
estabelece prazo.
Ainda segundo a polícia, o delegado repassou a determinação por meio de
um ofício à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte.
Nesta manhã, a coordenadoria confirmou ter sido acionada pela polícia,
mas aguardava uma notificação da Justiça.
Neste domingo (6), a Construtora Cowan informou por meio de nota que
paralisou as obras de demolição do viaduto Guararapes a pedido dos
órgãos competentes. Segundo a empresa, um desses órgão é a Defesa Civil.

A Polícia Civil informou, na noite deste sábado (5), que 18 pessoas já foram ouvidas na investigação
sobre a queda do Viaduto Guararapes. De acordo com a corporação entre
os depoimentos colhidos pela a equipe coordenada pela 3ª Delegacia
Regional de Venda, estão os de engenheiros e funcionários da empresa
responsável pela obra, a Cowan.
Inquérito de superfaturamento
O desabamento do viaduto Guararapes vai ser incluído em investigação de superfaturamento
já conduzida pelo Ministério Público Estadual de Minas Gerais. De
acordo com o promotor Eduardo Nepomuceno, o elevado em construção
integra um conjunto de obras do BRT/Move que é alvo de inquérito para
apurar se houve dano ao erário e enriquecimento ilícito.
Em 2012, o Ministério Público instaurou o inquérito para verificar
suspeita de superfaturamento e de fraude nas licitações que envolvem a
contração das empresas Delta e Cowan para as obras. Posteriormente, a
Delta deixou o consórcio. As supostas irregularidades também são
investigadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Minas Gerais.
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