29 de jul. de 2014

Israel: operação vai continuar ‘até que missão seja cumprida'

Benjamin Netanyahu afirmou que cidadãos israelenses não podem viver sob a ameaça do Hamas por meio de foguetes e túneis clandestinos

No hospital de Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, uma recém-nascida palestina foi fotografada em uma incubadora depois de ser retirada do ventre de sua mãe, que segundo os médicos, foi morta em um ataque aéreo israelense - 27/07/2014
No hospital de Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, uma recém-nascida palestina foi fotografada em uma incubadora depois de ser retirada do ventre de sua mãe, que segundo os médicos, foi morta em um ataque aéreo israelense - 27/07/2014 - Ibraheem Abu Mustafa/Reuters
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afastou nesta segunda-feira a possibilidade de um fim rápido para a operação em Gaza destinada a minar a capacidade do Hamas de disparar foguetes em direção ao território de Israel. “Precisamos estar preparados para uma longa operação, até que nossa missão esteja cumprida”, disse o premiê, em pronunciamento na TV, frustrando as expectativas internacionais por um cessar-fogo imediato e incondicional.
Netanyahu destacou que, além dos foguetes, o Exército também enfrenta a ameaça dos túneis clandestinos abertos pelo grupo fundamentalista palestino e outras facções para atingir o lado israelense.  “Os cidadãos de Israel não podem viver com a ameaça de foguetes e túneis da morte – morte que vem de cima e de baixo”, declarou, acrescentando que a operação não será concluída sem que sejam neutralizados todos os túneis, “que têm o único propósito de matar nossos cidadãos”.
Mais de 1.000 palestinos, a maioria civis, e mais de cinquenta israelenses, a maioria soldados, morreram durante o conflito, iniciado no dia 8 deste mês. Na noite desta segunda, as Forças de Defesa de Israel advertiram moradores do norte de Gaza a evacuarem a área, procedimento que ocorre antes de bombardeios. Também nesta segunda-feira, nove crianças que brincavam em um campo de refugiados em Gaza morreram, o principal hospital público foi atingido e quatro soldados foram mortos no sul de Israel em um ataque do Hamas.
Os esforços da ONU e do secretário de Estado americano John Kerry para fechar uma trégua, mesmo que temporária, foram ineficientes até agora. Durante o fim de semana, os dois lados concordaram com uma pausa de doze horas nas hostilidades. O governo de Israel se dispôs a ampliar este período, mas o Hamas retomou os ataques para, em seguida, propor ele mesmo uma trégua – que foi negada por Israel.
O chefe do gabinete militar de Israel, Benny Gantz, reforçou as declarações do premiê, dizendo que a operação vai continuar pelo tempo que for necessário. “Os moradores de Gaza devem se distanciar das áreas de atuação do Hamas porque vamos chegar até elas e vai ser doloroso”, afirmou, segundo o jornal britânico The Guardian.
Em Nova York, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, acusou Netanyahu e o chefe no exílio do Hamas, Khaled Mishal, de estarem “moralmente errados” por permitir que civis sejam mortos. Ele fez uma apelo para que os dois lados demonstrem “vontade política” para acabar com o derramamento de sangue.

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