11 de nov. de 2014

Sumiço de armas derruba dois delegados em São Paulo

Noventa armas foram desviadas da sede de um órgão da Polícia Civil; Artur Dian e Paulo Sérgio Campos Mello foram substituídos no último sábado

Sumiço de noventa armas do Garra, da Polícia Civil de São Paulo, derruba dois delegados
Sumiço de noventa armas do Garra, da Polícia Civil de São Paulo, derruba dois delegados (Thinkstock/VEJA)
O escândalo do sumiço de noventa armas do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) da Polícia Civil de São Paulo derrubou dois delegados. O diretor da Divisão de Operações Especiais (DOE) do Deic e o delegado responsável pelo Garra foram substituídos no último sábado por decisão do governo. Artur José Dian deixou o cargo no Garra e vai assumir a Unidade de Inteligência Policial. Em seu lugar foi nomeado Marcos Ricardo Parra. Já o DOE deixa de ser comandado pelo delegado Paulo Sérgio Pilz e Campos Mello — a delegada Juliana Pereira Ribeiro Godoy Rodrigues vai assumir seu lugar.
A Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública em São Paulo está tentando localizar armas que foram desviadas da sede do Garra. Um investigador da própria polícia foi preso e admitiu participação nos desvios. "A Corregedoria, que conduz essas investigações, está com todas as equipes empenhadas juntamente com o Deic para localizar essas armas", informou o secretário estadual de Segurança, Fernando Grella, em entrevista no dia 3 de novembro. Grella disse ter solicitado ao delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Maurício Blazeck, uma auditoria em todas as unidades após os desvios no Garra.

As noventa armas desaparecidas eram, na maioria, revólveres e também fuzis e submetralhadoras. O policial preso era o armeiro responsável diretamente pela custódia das armas. Na casa do suspeito, cuja identificação não foi revelada, foram encontrados objetos e armas de uso restrito. A polícia solicitou ainda a prisão de outro envolvido no caso, que não é policial.
O secretário Grella informou ser prematuro fazer ligações entre roubos praticados no Estado e o sumiço das armas. O titular da pasta de Segurança disse que os investigadores estão traçando os contatos do policial envolvido nos desvios para tentar localizar e recuperar o armamento. "Há várias linhas de investigação. Precisamos de tempo maior. Uma série de diligências está sendo adotada", disse.
Apesar de ter admitido a culpa nos desvios, o policial não forneceu mais informações à Corregedoria sobre o destino das armas e como fazia para furtá-las e repassá-las a terceiros. Contra o suspeito, além do inquérito policial que apura as responsabilidades criminais, foi aberto um processo disciplinar, que visa a punição administrativa independentemente do rumo que tomará o inquérito. Uma segunda investigação é conduzida para apurar se houve negligência de autoridades responsáveis pela custódia das armas no Garra.
(Com Estadão Conteúdo)

Nenhum comentário: