31 de jan. de 2012

Novo mapa do Brasil

29 de jan. de 2012

Ministros e vice gastam R$ 16,6 milhões com jatinhos

Em 2011, ministros de Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer gastaram R$ 16,6 milhões com viagens em aviões da FAB, informa reportagem de Lúcio Vaz.

Eles estavam em missões oficiais ou em deslocamentos para casa. A Folha teve acesso às planilhas de voo de todos os ministros, com dados inéditos sobre horário de partida, duração da viagem, custo da hora/voo, roteiros e datas.

O cruzamento de todos esses dados, que abrangem dez meses de exercício, revela que muitas aeronaves decolam em horários próximos, com o mesmo destino, cada uma com um ministro a bordo.

Não há um planejamento para evitar desperdício do dinheiro público e em muitos casos foi desrespeitada a orientação da presidente para que os voos fossem compartilhados por uma ou mais autoridade.

A maior parte dos ministros vai para casa de jatinho nos finais de semana. Dos 16,6 milhões, R$ 5,5 milhões foram gastos neste tipo de trajeto. Nesses casos, o jatinho precisa fazer até quatro viagens (normalmente a aeronave leva o passageiro na quinta ou sexta e retorna para Brasília; depois, volta para buscá-lo na segunda).

Editoria de Arte/Folhapress
MINISTROS NAS ALTURAS Equipe de Dilma gastou R$ 16,6 milhões com jatinhos

28 de jan. de 2012

Pentágono estuda implantar base marítima no Oriente Médio

Projeto militar seria motivado pelo aumento das tensões com o Irã na região

Porta-aviões americano USS John C. Stennis faz exercício no Golfo Pérsico

Porta-aviões americano USS John C. Stennis faz exercício no Golfo Pérsico (Reuters)

O Pentágono está finalizando os preparativos para instalar uma grande base militar marítima no Oriente Médio, diante do aumento das tensões com o Irã e das ameaças representadas por piratas somalis e o braço da Al Qaeda no Iêmen, informou nesta sexta-feira a edição digital do jornal The Washington Post.

O porta-voz do comando da Marinha americana, Mike Kafka, confirmou o plano ao diário, mas evitou especificar o objetivo ou a localização exata do novo centro de operações americano. Outras fontes da Marinha indicaram ao Post que o projeto está sendo desenvolvido "com pressa incomum" para estar operando já no início do verão no hemisfério norte, no final do mês de junho.

Base flutuante - Para economizar custos o Pentágono está transformando uma velha embarcação de guerra em uma base flutuante improvisada, que poderia acomodar navios menores de alta velocidade e helicópteros utilizados pelos Seals, o grupo de operações especiais da Marinha que executou Osama bin Laden em maio de 2011.

O projeto é um pedido do Comando Central do Departamento de Defesa, encarregado das operações militares no Oriente Médio, segundo documentos obtidos pelo jornal. Embora se desconheça a localização prevista para a base, alguns desses documentos indicam que poderia situar-se no Golfo Pérsico, onde o Irã ameaçou bloquear o Estreito de Osmuz, via crucial para a provisão de petróleo mundial.

Os Estados Unidos contam atualmente com uma longa base naval em Bahrein e costumam ter pelo menos dois porta-aviões nas águas que cercam o Golfo Pérsico.

26 de jan. de 2012

Exército troca Panda por Bluepex

Gláucia Civa –

O Exército Brasileiro vai trocar sua base de antivírus da espanhola Panda pela paulista Bluepex.
A instituição, que em 2010 firmou um contrato envolvendo 37,5 mil licenças de software, treinamento de 700 oficiais e suporte e cooperação tecnológica com a Panda Security, agora migra para o BluePex AVware, em um projeto de R$ 6 milhões.
O projeto, fechado com o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro (Ccomgex), compreende 60 mil licenças do AVware e implantação de um laboratório de análise de vírus nas instalações militares de Brasília.
Assim como foi com a Panda, o contrato com a BluePex também tem duração de dois anos.
De acordo com o general Antonino Santos Guerra, do Ccomgex, a seleção do novo fornecedor foi feita via licitação e atende a diretrizes traçadas na Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pela presidência da república em 2008 prevendo o fomento ao uso de tecnologias nacionais.
“Usar uma solução nacional no nosso parque de TI nos oferece maior segurança, que não pode ser alcançada com uma empresa internacional”, argumenta o general. “Temos expectativa de receber proteção e apoio jamais alcançados nos contratos com estrangeiros”, completa.
Pelo novo contrato, a Bluepex irá substituir o antivírus utilizado pelo exército em todo o Brasil.
A companhia também vai disponibilizará para o exército o código fonte do antivírus e dar acesso a seu laboratório para o treinamento de efetivos militares na preparação de vacinas contra ataques virtuais.
“Esse tipo de serviço é inédito e só pode ser obtido com segurança com uma empresa brasileira”, afirma Santos Guerra.
O acordo também envolve a implementação de um laboratório de análise de vírus dentro das instalações do exército, onde todas as ameaças encontradas na rede da organização serão avaliadas, com a consequente criação de vacinas, se necessário.
O exército também contará com o apoio dos laboratórios do BluePex AVware já existentes em Limeira, onde fica a sede da empresa, e São Paulo, bem como de novas estruturas que a companhia projeta abrir este ano.
“Em conjunto com o exército, buscaremos desenvolver parcerias com universidades federais para implementar novos laboratórios nos campi”, conta Jefferson Penteado, presidente da BluePex.
Verde e amarelo
Conforme o general Santos Guerra, a seleção da BluePex é só um dos primeiros passos para fomento da estratégia de apoio à tecnologia nacional.
“Outros serviços referentes à área cibernética serão viabilizados por empresas nacionais”, conta ele. “O Brasil possui um dos maiores parques de TI do mundo. Há previsão de novos recursos orçamentários e novas aquisições junto a empresas brasileiras”, finaliza.

25 de jan. de 2012

Dilma cita Caetano em homenagem no aniversário de São Paulo

Presidenta participou de homenagem com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin

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A presidenta da República, Dilma Rousseff (PT), citou os versos da música Sampa de Caetano Veloso, ao ser homenageada no aniversário da cidade. Dilma lembrou "Alguma coisa acontece no meu coração / Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João" em seu discurso. Além da presidente, foram homenageados o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.

A presidenta manteve o clima de cordialidade que marca sua relação com os governantes da base oposicionista durante toda a cerimônia na prefeitura da capital paulista. Sobre Kassab, disse que "é capaz de agregar vínculos fraternos e republicanos". Disse que São Paulo tem importância "simbólica" no imaginário brasileiro.

"Todos nós brasileiros sabemos o que São Paulo sempre significou no imaginário brasileiro. É aqui que pessoas que tinham esperança, ou que queriam vencer na vida, vinham. É aqui que o o Brasil crescia", disse a presidente. Ela ainda lembrou o ex-vice-presidente José Alencar, homenageado em ano anterior.

FHC lembrou ter vindo morar em São Paulo ainda jovem, quando o Pacaembu "não tinha ruas asfaltadas". "Sou paulista de coração, apesar de ter nascido no Rio", disse para o sorriso da presidente da República e os aplausos da plateia presente.

24 de jan. de 2012

Após aprovação, Dilma faz reuniões por cortes no Orçamento

A lei estima em R$ 2,257 trilhões a receita da União para o exercício financeiro deste ano

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A presidente Dilma Rousseff sancionou na quinta-feira (19) o Orçamento do governo federal para este ano, conforme lei publicada na edição desta sexta-feira do Diário Oficial da União, dando início à contagem regressiva para os esperados cortes de gastos que o governo quer fazer em seu esforço de aperto fiscal. Até segunda-feira, a presidente está realizando reuniões com os ministros para acertar as metas prioritárias de cada área, o que dará elementos para a definição dos cortes no Orçamento . O anúncio do tamanho total será feito nas próximas semanas.

Segundo fontes, os reajustes salariais aos servidores públicos, a contratação de pessoal e a realização de concursos público devem ser contingenciados. Um dos objetivos do corte orçamentário é assegurar o espaço para o afrouxamento da política monetária, com a redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central. Com isso, o governo pretende estimular o mercado interno a induzir o crescimento econômico, em um cenário possível redução da demanda externa provocada pela crise da zona do euro.

Na quarta-feira, em seu primeiro encontro do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual, para 10,50% ao ano. Foi o quarto corte seguido dessa magnitude, em um movimento iniciado em agosto passado, e amplamente esperado pelo mercado.

O texto publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial estima a receita da União deste ano em R$ 2,257 trilhões e prevê investimentos de R$ 106,83 bilhões. A despesa total, incluindo os gastos com a seguridade social, soma R$ 2,150 trilhões. Para o refinanciamento da dívida pública federal estão previstos R$ 655,5 bilhões.

Orçamento

A lei estima em R$ 2,257 trilhões a receita da União para o exercício financeiro deste ano. Excluindo-se os gastos com o refinanciamento da dívida - no valor de R$ 655 bilhões - o total cai para aproximadamente R$ 1,6 trilhão.

O orçamento para pagamento de pessoal em 2012 chega a R$ 203,24 bilhões. O valor não contempla nem os reajustes salariais dos servidores nem o aumento real dos benefícios pretendidos pelos aposentados que ganham acima do salário mínimo. A concessão dos reajustes foi um dos pontos controversos da proposta orçamentária. Manifestantes que pediam recursos para os aumentos chegaram a provocar a interrupção de uma reunião da Comissão de Orçamento.

A Lei do Orçamento abrange o orçamento fiscal referente aos poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta - inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no valor de R$ 959,1 bilhões. Engloba também o orçamento da seguridade social (R$ 535,7 bilhões), com todas as entidades e órgãos a ela vinculados, além de fundos e fundações, instituídos e mantidos pelo Poder Público.

23 de jan. de 2012

Asiáticos celebram Ano Novo do Dragão de olho no plano profissional

Da Malásia à Coreia do Sul, milhões de pessoas percorreram enormes distâncias para se reunir com seus parentes no início do novo calendário Lunar

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Mais de um bilhão de asiáticos celebravam nesta segunda-feira (23) o início do Ano do Dragão, esperando aproveitar sua influência benéfica, sobretudo na área profissional. Da Malásia à Coreia do Sul, milhões de pessoas percorreram enormes distâncias para se reunir com seus parentes no início deste Ano Novo Lunar, a festa mais importante do calendário para a maioria dos asiáticos.

As pessoas participaram dos tradicionais banquetes em família, assistiram às danças do leão, distribuíram presentes para as crianças e desejaram boa sorte aos mais velhos. À meia-noite em Pequim, o céu foi iluminado com milhares de fogos de artifício para espantar os maus espíritos. Uma festa que se repetiu em toda a China. Os níveis de contaminação atmosférica da capital, motivo de preocupação crescente, dispararam nas primeiras horas desta segunda-feira devido às partículas de fogos, segundo as estatísticas oficiais.

Nesta segunda, os filipinos podiam dormir até tarde, já que pela primeira vez o Ano Novo Lunar foi declarado feriado, graças a uma reforma muito criticada pelo empresariado.

No zodíaco chinês, o Ano do Dragão, depois do Ano do Coelho, é considerado o mais propício para ganhar dinheiro e para realizações no plano pessoal. Vários casais tentarão ter um filho sob este signo favorável. Por essa razão, em 2012 na China está previsto um aumento de 5% dos partos, segundo a agência de notícias Nova China. O mesmo fenômeno é esperado em Hong Kong, Taiwan e Cingapura.

Na Cidade-Estado, o primeiro-ministro Lee Hsien Loong pediu aos habitantes que aproveitassem o Ano do Dragão para reativar a taxa de natalidade, que se mantém em níveis muito baixos. Hong Kong tenta reduzir a grande dependência de trabalhadores estrangeiros. "Desejo que este ano seja um ano importante para os bebês dragões. Isto é crucial para preservar a alma cingapuriana de nossa sociedade", disse ao apresentar seus votos de Ano Novo.

Em todo o continente, as grandes cidades modernas ficaram vazias, pois seus moradores visitam templos, pagodes e suas cidades natais. Na Malásia, onde 25% da população é de origem chinesa, houve engarrafamentos nas estradas durante todo o fim de semana, enquanto a capital Kuala Lumpur estava quase deserta.

Na Coreia do Sul, mais da metade da população para este feriado do Ano Novo Lunar. Mas as lojas da capital, Seul, foram invadidas por milhares de turistas chineses, que aproveitavam seu raro momento de férias.

Os turistas chineses também chegaram a Tóquio. Na loja Mitsukoshi, uma das mais conhecidas do Japão, havia centenas de intérpretes para ajudar a clientela, enquanto era possível ouvir anúncios em mandarim nos diversos andares da loja.

21 de jan. de 2012

Ex-aliado acusa líder do PTB na Câmara de pedir dinheiro em troca de cargo

Osmar Pires Martins Júnior , ex-presidente da Agência Goiana de Meio Ambiente, diz em denúncia ao Ministério Pùblico que o deputado Jovair Arantes pediu 4 milhões de reais para apoiar sua recondução ao cargo

Rodrigo Rangel e Daniel Pereira
Dupla dinâmica  - O presidente da Conab, Evangevaldo (à esq.), e o deputado Jovair Arantes, seu padrinho: dinheiro manteria o denunciante à frente da agência ambiental de Goiás

O presidente da Conab, Evangevaldo (à esq.), e o deputado Jovair Arantes, seu padrinho: o emissário e o mandante no pedido de dinheiro (Alan Marques/Folhapress e Carlos Moura/CB/DAPress)

O deputado Jovair Arantes, de Goiás, é um dos principais generais do baixo clero, aquele exército de parlamentares de atuação inexpressiva no plenário, mas de apetite pantagruélico por benesses pagas com verbas públicas. Político experiente, com cinco mandatos de deputado federal no currículo, líder do PTB e presença constante em reuniões no Planalto nas quais é discutida a pauta do Congresso, Jovair se destaca pela luta incansável por cargos e emendas. Essa obstinação lhe rendeu a simpatia dos colegas e embala os sonhos dele de chegar à presidência da Casa ou ser escolhido ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Apesar de tais sonhos não se terem realizado, Jovair nem de longe é um fracassado. Muito pelo contrário. Braço direito do presidente do PTB, o mensaleiro Roberto Jefferson, o deputado é responsável pela indicação e avalista da nomeação do chefe da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

As indicações para cargos são praxe nos regimes presidencialistas em que o governo é apoiado por uma aliança de partidos, como ocorre no Brasil. Fazem parte do jogo — desde que, é claro, não sejam usadas para que políticos e legendas enriqueçam ou se financiem à custa do contribuinte. E é essa justamente a suspeita que pesa sobre Jovair Arantes. No escândalo que derrubou Wagner Rossi do Ministério da Agricultura, o líder petebista foi apontado como sócio de um consórcio montado em parceria com o PMDB para desviar dinheiro da Conab, estatal com orçamento anual de 6 bilhões de reais chefiada desde o ano passado por Evangevaldo Moreira, seu homem de confiança há mais de uma década.

Jovair também já foi investigado por envolvimento com a chamada máfia dos sanguessugas, que desviava dinheiro destinado à compra de ambulâncias, e, mais recentemente, teve seu nome relacionado às fraudes com dinheiro de emendas do Ministério do Turismo. Isso sem falar nas denúncias que envolvem os órgãos controlados por seus apadrinhados no governo estadual de Goiás, que costuma apoiar sempre, qualquer que seja o governador. Trata-se, portanto, de um personagem recorrente da crônica político-policial.

Agora, o líder do PTB na Câmara é acusado por um ex-aliado de cobrar propina — descaradamente — para chancelar suas indicações. Quem acusa é Osmar Pires Martins Júnior, ex-secretário de Meio Ambiente de Goiânia e presidente da Agência Goiana de Meio Ambiente até 2006.

Num documento de 24 páginas assinado e entregue formalmente ao Ministério Público em dezembro passado, ele diz que, quando estava de saída da agência ambiental, ouviu uma proposta nada ortodoxa: Jovair, a quem caberia indicar o novo presidente do órgão, pediu 4 milhões de reais para apoiar sua recondução. “O deputado queria R$ 4 milhões para que o infraescrito fosse indicado para continuar na titularidade do órgão público”, escreveu.

Ex-filiado ao PT, rompido com o grupo de Jovair por causa das conveniências políticas locais, Osmar Pires diz que o portador da proposta milionária foi justamente Evangevaldo Moreira — aquele que Jovair empurrou goela abaixo do governo federal e aboletou há um ano na presidência da poderosa Conab, onde permanece apesar da faxina no Ministério da Agricultura. O autor da acusação, ao que tudo indica, sabe do que está falando: ele próprio é alvo de quinze processos por malfeitos cometidos no serviço público. Por se tratar de uma suspeita de crime envolvendo um deputado federal, detentor de foro privilegiado, o Ministério Público de Goiás vai enviar os papéis para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Procurado por VEJA, primeiro Jovair Arantes disse conhecer bem Osmar Pires e teceu elogios ao ex-companheiro: “A gente vive na mesma cidade. Não temos amizade pessoal, de frequentar um a casa do outro, mas o conheço bem. É um quadro muito qualificado, um gestor competente, conhecedor profundo da gestão ambiental e uma pessoa de bem”. Informado da acusação, de repente ele mudou de tom: “Cada um fala o que quer. Se fez isso, agiu indevidamente e deve responder por isso”.

Evangevaldo negou que tenha sido o portador da proposta. “Nunca conversei isso com esse moço”, disse. Ao contrário de seu padrinho político, o presidente da Conab tentou desqualificar o denunciante: “Ele foi afastado da agência porque responde a vários processos. Uma pessoa assim não pode ter credibilidade para fazer denúncia contra ninguém”. Na ocasião do suposto pedido, Evangevaldo, ou Vange para os amigos, era o diretor financeiro da agência, especialmente interessante aos políticos por seu poder de autorizar ou proibir grandes empreendimentos. Ele ocupava o posto por indicação de Jovair, claro. Aliás, Evangevaldo sempre é o homem escolhido por Jovair para ocupar os cargos relevantes que lhe são disponibilizados. A Conab é o mais vistoso de todos, mas vários outros vieram antes. Como uma chefia do INSS em Goiás, de onde ele saiu debaixo de investigação da Polícia Federal. A partir da quebra de seu sigilo fiscal, os policiais concluíram que pelas contas de Evangevaldo passava mais dinheiro do que sua renda permitia — treze vezes mais. A investigação concluiu ainda que, depois que virou homem de confiança de Jovair, Vange teve uma estrondosa evolução patrimonial, também considerada incompatível com seus rendimentos. Nada, porém, que fosse suficiente para impedir que ele continuasse ocupando cargos públicos — ou que abalasse sua dobradinha com Jovair, o enrolado.

Acusador - Apontado por Jovair como “quadro qualificado”, Pires fez a denúncia ao Ministério Público em dezembro

Acusador: Apontado por Jovair como “quadro qualificado”, Pires fez a denúncia ao MP em dezembro (Diomício Gomes/O Popular)

19 de jan. de 2012

Em 2011, desastres naturais no mundo geraram quase 30 mil mortos

Brasil entra na conta com 900 óbitos causados por inundações e deslizamentos

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O ano passado foi marcado por 302 desastres naturais, que mataram 29.782 pessoas no mundo, mas principalmente na Ásia. O Brasil não está fora das estatísticas registrando 900 mortes causadas pelos impactos das inundações e dos deslizamentos de terras provocados pela chuva. A estimativa é que os desastres geraram US$ 366 bilhões de prejuízos. A conclusão é do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (cuja sigla em inglês é UNISDR).

Pelos dados da UNISDR, com base em informações do Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos Desastres (Cred), a maior parte das mortes foi provocada pelos efeitos dos terremotos. Pelo menos 20.943 pessoas morreram devido às consequências dos tremores de terra. Do total de mortos, 19.846 ocorreram no Japão.

Porém, 2011 também registrou inundações no Brasil, terremotos na Nova Zelândia e tsunami no Japão. Além disso, houve tempestades acompanhadas por tornados nos Estados Unidos, o furacão Irene também em território norte-americano e alagamentos na Tailândia, tremores de terra na Turquia e tempestades nas Filipinas.

A UNISDR informou ainda que a elevação das temperaturas também causou problemas, pois 231 pessoas morreram em consequência da mudança climática. No entanto, o alerta da organização é que por dois anos consecutivos – ou seja, para 2012 e 2013 - a tendência é de ocorrerem grandes terremotos, assim como foi observado em 2011 e 2010.

A chefe da UNISDR, Margareta Wahlström, lembrou que mais de 220 mil pessoas morreram no Haiti, em janeiro de 2010, em consequência do terremoto registrado no país. O fenômeno, ressaltou ela, não ocorria na região há 200 anos. “A menos que nós nos preparemos para o pior, o mundo estará destinado a ver perdas ainda maiores de vida no futuro”, disse.

O diretor do Cred, Debby Guha-Sapir, acrescentou que os desastres naturais ocorrem em regiões em desenvolvimento e ricas. Para ele, a seca na chamada região do Chifre da África é considerada um fenômeno gravíssimo por provocar mortes em massa e gerar falta de perspectivas para as populações de vários países.

17 de jan. de 2012

Williams saca Barrichello e confirma Bruno Senna para 2012

Pelo Twitter, Rubinho deseja boa sorte ao compatriota; mudança pode significar aposentadoria para o piloto de 39 anos

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A segunda vaga da Williams na temporada 2012 da Fórmula 1 é mesmo de Bruno Senna. Nesta terça-feira (17), a equipe divulgou um comunicado à imprensa informando que o brasileiro será o companheiro do venezuelano Pastor Maldonado. As especulações envolvendo o nome de Bruno como substituto do também brasileiro Rubens Barrichello vinham crescendo nos últimos dias. Na semana passada, a rede britânica BBC havia colocado o sobrinho de Ayrton Senna como "favorito" à vaga que restava na Williams.

No início de janeiro, o empresário brasileiro Eike Batista, dono do Grupo EBX, que havia patrocinado Bruno durante o ano passado na Lotus Renault, havia adiantado no Twitter que o piloto correria pela Williams. Na manhã desta terça, por volta das 9h30 (de Brasília), a escuderia publicou o perfil de Bruno em seu site oficial. Rapidamente, porém, devido ao alto número de acessos, a página saiu do ar, mantendo o suspense sobre o futuro do piloto brasileiro. A confirmação só veio um pouco mais tarde, em comunicado oficial divulgado à imprensa.

A contratação do corredor paulistano pode marcar o fim da carreira de Barrichello, 39 anos, na Fórmula 1. Agora, a Hispania é o único time da Fórmula 1 que ainda não anunciou sua dupla titular para 2012: até aqui apenas o espanhol Pedro de la Rosa tem o futuro garantido. A estreia da nova contratação da Williams será em 9 de fevereiro, durante os testes da pré-temporada no circuito espanhol de Jerez de la Frontera. "Bruno só começou a correr quando tinha 20 anos, mas rapidamente provou seu talento na Fórmula 3 (Britânica) e na GP2", elogiou o dono da equipe, Frank Williams, lembrando que o brasileiro foi terceiro colocado do campeonato da F3 em 2006 e segundo no campeonato da GP2 em 2008.

Bruno, 28 anos, levará o sobrenome Senna de volta à Williams. Em 1994, Ayrton, logo depois de deixar a McLaren, assinou com o time azul e branco. O tricampeão mundial, porém, disputou apenas três corridas pela nova escuderia: morreu na última, durante o Grande Prêmio de San Marino, após acidente na curva Tamburello.

Barrichello deseja sorte

Rubens Barrichello utilizou a sua página no Twitter para desejar sorte ao amigo. "fala galeraa....pois é, não estarei guiando o carro da Williams este ano...desejo ao meu amigo @BSenna muita sorte. O futuro esta em aberto...", escreveu Barrichello. Rubinho, que é o piloto que mais disputou Grandes Prêmios na história da Fórmula 1 até o momento, pensava em seguir na categoria para disputar sua 20ª temporada no cockpit, mas acabou preterido por seu compatriota.

A frase final de Barrichello na mensagem, de que "o futuro está em aberto" se deve ao fato de que ele ainda pode conquistar uma vaga na Fórmula 1 em 2012, uma vez que a Hispania Racing Team ainda possui um posto disponível para a temporada. No entanto, apesar da vaga disponível, dificilmente o piloto deve aceitar um possível convite da escuderia, uma vez que disse recentemente que ou conseguia o posto na Williams ou não correria esse ano.

Caso não consiga seguir na Fórmula 1, Rubinho dá um passo importante para o fim a uma trajetória na Fórmula 1 que durou 19 anos, com 326 corridas disputadas, 11 vitórias, além de 14 poles conquistadas.

15 de jan. de 2012

Como uma bomba brasileira matou uma criança no Bahrein?

Circulam na internet imagens de bombas de gás lacrimogêneo que foram detonadas num
país da Península Arábica chamado Bahrein (foto). Caíram na rede pelas mãos dos que
se opõem à monarquia absolutista de Hamad bin Isa al Khalifa e porque mataram um bebê de apenas seis dias. No metal desgastado desses artefatos lê-se “Made in Brazil”. Os ares diplomáticos ficaram pesados e na semana passada o Itamaraty anunciou que vai apurar se houve violação contratual. Quem fabrica no País esse gás é a empresa Condor, que nega ter o Bahrein em seu rol de compradores. Como então ele foi parar lá? De duas, uma: ou saiu clandestinamente do Brasil (o que mostraria nossa total falta de controle sobre os armamentos exportados) ou algum país que legalmente o importou da Condor o repassou para o rei al Khalifa – e isso é proibido, a não ser que o governo brasileiro tenha autorizado a transação.

13 de jan. de 2012

Aiatolá pede vingança em funeral de cientista no Irã

Ali Khamenei promete castigar assassinos; multidão pede morte dos Estados Unidos

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O guia supremo da revolução iraniana, aiatolá Ali Khamenei, prometeu castigar os autores do assassinato do cientista nuclear Mustafá Ahmadi Roshan, cujo funeral oficial foi realizado nesta sexta-feira em Teerã.

Uma grande multidão participou do funeral de Roshan ao término da oração semanal. Os restos do cientista foram sepultados em um cemitério ao norte de Teerã.

Os manifestantes gritavam slogans como "Morra Estados Unidos", "Morra Israel" e "Morra Grã-Bretanha". Alguns carregavam retratos do presidente americano Barack Obama sobre os quais estava escrita a palavra "terrorista" em inglês.

O cientista e seu motorista morreram na quarta-feira após a explosão de uma bomba magnética colocada em seu automóvel em pleno centro da capital, em um atentado que Teerã responsabilizou Estados Unidos e Israel.

Desde janeiro de 2010, outros três cientistas, dois dos quais envolvidos no programa nuclear, foram assassinados em ações similares no Irã.

O aiatolá Ali Khamenei, guia supremo da República Islâmica, acusou os serviços secretos americanos e israelenses, "a CIA e o Mossad", de estarem por trás do atentado, prometendo "castigar os que cometeram este crime".

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, que acaba de terminar um giro na América Latina, prometeu que seu país "resistirá" às pressões e aos "insultos" do Ocidente em relação ao seu programa nuclear.

"O tema nuclear é uma desculpa política. Todos sabem que o Irã não tenta fabricar bombas atômicas o problema do Irã não é seu programa nuclear. O problema é (seu) progresso e independência", declarou.

Diante da determinação do Irã de continuar com seu controverso programa nuclear, os Estados Unidos e os países da União Europeia tentam adotar novas sanções petroleiras e financeiras.

No entanto, a Rússia denunciou estas sanções unilaterais enquanto o Japão voltou atrás, expressando suas reservas em relação a estas medidas, que podem fazer com que os preços do petróleo disparem, afetando a economia mundial.

Nesse contexto de tensões crescentes entre o Irã e o Ocidente, Moscou considerou que "novas sanções contra o Irã, assim como uma operação militar potencial, seriam sem dúvida apreciadas pela comunidade internacional como uma tentativa de mudar o regime de Teerã".

O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Guennadi Gatilov, acrescentou que estas sanções que atingem "a população e a economia iraniana" corroem "o esforço da comunidade internacional para solucionar o programa nuclear iraniano".

A União Europeia se orienta em direção a um embargo sobre o petróleo iraniano, mas com um período de transição de seis meses para permitir aos seus membros encontrar outros provedores, indicaram nesta quinta-feira diplomatas europeus.

11 de jan. de 2012

Rio de Janeiro Das 170 áreas com alto risco de deslizamento na serra, só oito passaram por obras de recuperação de encosta

Em documento, Crea-RJ aponta negligência do poder público na prevenção de enchentes e deslizamentos. Prefeituras se limitaram às ações de curto prazo

Deslizamentos de terra na serra de Nova Friburgo, em janeiro de 2011

Deslizamentos de terra na serra de Nova Friburgo, em janeiro de 2011 (Marcelo Vallin)

“O planejamento não inclui apenas fazer o diagnóstico. Também é necessário fazer o tratamento. E foi a parte do tratamento que não foi feita durante esse ano”, afirma o presidente do Crea-RJ

Após a tragédia que matou quase mil pessoas na Região Serrana, em 2011, foram detectadas 170 áreas com alto risco de deslizamento de encostas. Passado um ano, em apenas oito desses lugares as obras de recuperação do talude foram iniciadas - e não necessariamente terminadas. A informação consta do relatório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea –RJ), divulgado nesta quarta-feira. Segundo o presidente da entidade, Agostinho Guerreiro, essas obras deveriam ter sido finalizadas no período de estiagem - até outubro de 2011.

“O planejamento não inclui apenas o diagnóstico. Também é necessário fazer o tratamento. E foi a parte do tratamento que não foi feita durante um ano”, afirma Guerreiro. Um dos responsáveis pelo relatório foi o assessor de Meio Ambiente do Crea e engenheiro civil sanitarista Adacto Ottoni. Ele foi à Região Serrana na semana passada para elaborar o balanço do que foi feito e do que precisa ser executado. Conclusão: “Basta cair metade da chuva que atingiu a serra no ano passado para se ter uma nova tragédia”, disse Ottoni.

O relatório lista medidas que deveriam ser adotadas, mas que foram negligenciadas pelo poder público. Uma delas é a falta de providências em relação aos deslizamentos e às enchentes. A consequência é o entupimento do sistema de drenagem na parte baixa das encostas, o assoreamento e a poluição. A desocupação desordenada do solo também foi ponto de destaque. São desmatadas áreas de preservação permanente para que famílias morem ou para a execução de atividades agrícolas e de pecuária. A ocupação de topos de morros, taludes de encostas com inclinação acima de 45º e faixas marginais de proteção de rios vai contra o próprio Código Florestal. “É um total descumprimento da lei”, diz Guerreiro.

Já é o terceiro estudo feito pelo Crea sobre os riscos que assombram a serra. Os três apontam saídas possíveis, mas, até o momento, o documento pouco foi usado pelos órgãos públicos. O Conselho afirma ainda que o poder público só executou medidas de curto prazo, e deixou de lado obras estruturais, de médio e de longo prazo, que devem ser postas em prática logo após o período das chuvas.

O Crea definiu nove obras necessárias para a Região Serrana. O primeiro passo já foi dado pelo governo do estado, responsável pelo mapeamento da área. Apesar de o Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ) ter oferecido às prefeituras o conhecimento sobre o seu solo, quase nada foi feito. “Esses mapas são uma ferramenta de trabalho para tomar decisões e ações. Mas mapas de risco na gaveta não servem para nada”, afirmou o presidente do Crea-RJ.

Depois da tragédia, foram destinados 780 milhões para a reconstrução da serra. Desse dinheiro, cerca de 100 milhões foram aplicados. Prefeituras fizeram a festa com a dispensa de licitação e com as reformulações de contrato e, por causa da corrupção, parte do valor foi parar no ralo. “Para dar um basta nas tragédias, precisava acabar com essa cultura implantada no nosso país”, diz Guerreiro.