13 de jan. de 2012

Aiatolá pede vingança em funeral de cientista no Irã

Ali Khamenei promete castigar assassinos; multidão pede morte dos Estados Unidos

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O guia supremo da revolução iraniana, aiatolá Ali Khamenei, prometeu castigar os autores do assassinato do cientista nuclear Mustafá Ahmadi Roshan, cujo funeral oficial foi realizado nesta sexta-feira em Teerã.

Uma grande multidão participou do funeral de Roshan ao término da oração semanal. Os restos do cientista foram sepultados em um cemitério ao norte de Teerã.

Os manifestantes gritavam slogans como "Morra Estados Unidos", "Morra Israel" e "Morra Grã-Bretanha". Alguns carregavam retratos do presidente americano Barack Obama sobre os quais estava escrita a palavra "terrorista" em inglês.

O cientista e seu motorista morreram na quarta-feira após a explosão de uma bomba magnética colocada em seu automóvel em pleno centro da capital, em um atentado que Teerã responsabilizou Estados Unidos e Israel.

Desde janeiro de 2010, outros três cientistas, dois dos quais envolvidos no programa nuclear, foram assassinados em ações similares no Irã.

O aiatolá Ali Khamenei, guia supremo da República Islâmica, acusou os serviços secretos americanos e israelenses, "a CIA e o Mossad", de estarem por trás do atentado, prometendo "castigar os que cometeram este crime".

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, que acaba de terminar um giro na América Latina, prometeu que seu país "resistirá" às pressões e aos "insultos" do Ocidente em relação ao seu programa nuclear.

"O tema nuclear é uma desculpa política. Todos sabem que o Irã não tenta fabricar bombas atômicas o problema do Irã não é seu programa nuclear. O problema é (seu) progresso e independência", declarou.

Diante da determinação do Irã de continuar com seu controverso programa nuclear, os Estados Unidos e os países da União Europeia tentam adotar novas sanções petroleiras e financeiras.

No entanto, a Rússia denunciou estas sanções unilaterais enquanto o Japão voltou atrás, expressando suas reservas em relação a estas medidas, que podem fazer com que os preços do petróleo disparem, afetando a economia mundial.

Nesse contexto de tensões crescentes entre o Irã e o Ocidente, Moscou considerou que "novas sanções contra o Irã, assim como uma operação militar potencial, seriam sem dúvida apreciadas pela comunidade internacional como uma tentativa de mudar o regime de Teerã".

O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Guennadi Gatilov, acrescentou que estas sanções que atingem "a população e a economia iraniana" corroem "o esforço da comunidade internacional para solucionar o programa nuclear iraniano".

A União Europeia se orienta em direção a um embargo sobre o petróleo iraniano, mas com um período de transição de seis meses para permitir aos seus membros encontrar outros provedores, indicaram nesta quinta-feira diplomatas europeus.

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