22 de nov. de 2017

'Cartel foi montado na Transpetro para vencer licitações'

O ex-gerente José Antônio de Jesus, preso temporariamente, teria participado de caso que envolveria PT e PMDB
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Acusados teriam recebido cerca de R$ 7 mi em propina paga pela empresa NM Engenharia. A subsidiária da Petrobras diz apurar denúncias ( Foto: Denise Mustafa )
Brasília. A Polícia Federal (PF) prendeu ontem temporariamente o ex-gerente da Transpetro José Antônio de Jesus, principal alvo da 47ª fase da Lava-Jato, chamada de Operação Sothis. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, o ex-gerente e parentes dele são suspeitos de terem recebido cerca de R$ 7 milhões em propinas pagas pela NM empresa de engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014.
Em entrevista à imprensa, a procuradora Jerusa Burmann disse que foi montado "um cartel de empresas para ganhar licitações dentro da Transpetro" e manutenção de altos cargos.
De acordo com a procuradora, há indícios de que o ex-gerente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, repassava parte da propina para o PT.
Segundo a procuradora, ele tinha ligações com o movimento sindical e com o partido, embora não tivesse vínculo formal. Porém, de acordo com a procuradora, parte dos valores era revertido para o partido paralelamente "de modo independente dos pagamentos feitos pela mesma empresa a pedido da presidência da Transpetro, e que eram redirecionados ao PMDB. O ex-gerente se desligou da subsidiária da Petrobras recentemente".
A procuradora não informou quanto do montante investigado foi para o ex-gerente e para o PT e nem quem eram os destinatários na legenda. De acordo com ela, não há indicativo de que o dinheiro tenha abastecido campanhas eleitorais.
A prisão temporária do ex-gerente foi autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro. A operação foi deflagrada na Bahia, em Sergipe, em Santa Catarina e em São Paulo. De acordo com a PF, um dos investigados foi detido no Recife.
Defesas
Em nota, o PT diz que "mais uma vez a Lava-Jato busca os holofotes da mídia para fazer acusações ao PT". Já a Transpetro informou que apura as denúncias de irregularidades. O advogado Fernando José da Costa, que representa a NM Engenharia, informa que parte das informações prestadas pelo MPF é resultado da colaboração premiada celebrada por sócios da empresa".

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