A
Força Nacional de Segurança e as Forças Armadas vão reforçar o esquema
de segurança em 11 cidades de quatro estados do país no segundo turno
das eleições, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
São
elas: Fortaleza, no Ceará; São Luís, no Maranhão; Maringá, Curitiba e
Ponta Grossa, no Paraná; e Rio de Janeiro, São Gonçalo, Nova Iguaçu,
Belford Roxo, Duque de Caxias e Niterói, no Rio de Janeiro.
Segundo
o Ministério da Defesa, que coordena a atuação das Forças Armadas, o
objetivo do apoio durante o final de semana das eleições é manter as
condições necessárias para que a população possa votar com
tranquilidade.
Para o Nordeste, foi solicitada a
presença das tropas nos estados do Maranhão e Ceará, onde o efetivo será
de cerca de 4,2 mil militares do Exército, segundo o Ministério da
Defesa. Desse total, 600 serão alocados em São Luís e 3,6 mil em
Fortaleza.
Os pedidos de reforço na segurança
foram feitos nas duas cidades por causa de ocorrências registradas no
primeiro turno. Em São Luís, ônibus e escolas foram incendiados por
criminosos que promoveram uma onda de ataques na cidade. Já em Fortaleza, os juízes que fizeram o pedido relataram oito episódios de "excessos e omissões por parte de policiais".
Na
região Sudeste, o pedido do TSE para atuação das Forças Armadas foi
para o estado do Rio de Janeiro. Lá, cerca de 6 mil militares atuarão em
seis cidades. Já na região Sul, as Forças Armadas atuarão no Paraná,
nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa e Maringá, com aproximadamente 1,5
mil militares.
Na região Norte, apenas a cidade
de Manaus contará com o apoio de tropas federais. Cerca de mil militares
deverão reforçar a segurança nos locais de votação e apuração.
São
57 cidades com segundo turno neste domingo (30). Para o primeiro turno
das eleições, realizado no dia 2 de outubro, o TSE autorizou o envio de
tropas da Força Nacional e das Forças Armadas para 467 municípios de 14
estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul,
Pará, Piauí, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e
Tocantins.
Tribunal
abriu brecha para compensação do corte em caso de acordo e diz que
punição não pode ocorrer se a greve ocorrer por conduta ilícita do poder
público
Por
Da redação
Para o ministro Luís Roberto Barroso, "quem
quer faz greve não pode terceirizar o ônus (...) A paralisação não pode
ocorrer sem maiores consequências" (VEJA.com/VEJA/VEJA)
Por 6 votos a 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira que servidores públicos em greve
deverão ter descontados em suas folhas de pagamento os dias decorrentes
da paralisação. O STF, no entanto, abriu brecha para a compensação do
corte em caso de acordo, além de determinar que o desconto será
incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta
ilícita do próprio poder público.
O caso em discussão pelo plenário do STF girou em torno de um recurso
apresentado pela Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de
Janeiro (Faetec) contra decisão do Tribunal de Justiça fluminense, que
impediu a efetuação do desconto em folha de pagamento de trabalhadores
que aderiram a uma greve entre março e maio de 2006.
“O administrador público não apenas pode, mas tem o dever de cortar o
ponto. O corte de ponto é necessário para a adequada distribuição dos
ônus inerentes à instauração da greve e para que a paralisação, que gera
sacrifício à população, não seja adotada pelos servidores sem maiores
consequências”, disse o ministro Luís Roberto Barroso.
Para o ministro, o desestímulo à greve só virá se o servidor souber,
desde o início das paralisações, que “ele tem esse preço a pagar”. “Quem
deve bancar a decisão política do servidor de fazer greve? Eu acho que
quem quer faz a greve não pode terceirizar o ônus”, comentou o ministro.
Barroso, no entanto, ressaltou que o corte de ponto não pode ser
feito em caso de conduta ilegítima do poder público. O ministro citou
como exemplo a paralisação de servidores da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj), em virtude do não-pagamento de salários de boa
parte dos funcionários terceirizados.
“Quem paga a greve é o contribuinte, porque a escola do menino fica
sem aula, o serviço público do cidadão fica sem funcionar”, disse o
ministro Luiz Fux.
O ministro Gilmar Mendes, por sua vez, destacou o “tumulto enorme”
provocado pela greve de peritos do INSS e pelas paralisações nas
universidades, que se arrastam por meses. “Essas pessoas têm o direito
de ter o salário assegurado? Isso é greve, é férias, o que é isso? Não
estamos falando de greve de um dia. A rigor, funcionário público no
mundo todo não faz greve. O Brasil é um país realmente psicodélico”,
disparou Mendes.
Além de Barroso, Mendes e Fux, votaram a favor do desconto nas folhas
de pagamento dos servidores públicos em greve os ministros Dias
Toffoli, Teori Zavascki e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
Prejuízo
Os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Marco Aurélio Mello e Ricardo
Lewandowski votaram contra. “O exercício de um direito não pode
implicar, de início, prejuízo, e prejuízo nessa área sensível que é a
área do sustento próprio do trabalhador e da respectiva família”,
ponderou Marco Aurélio.
Para Lewandowski, a decisão de cortar o salário não pode ser
unilateral, precisando ser submetida à Justiça. “Tenho muita resistência
a estabelecer condições unilaterais para o exercício de um direito
constitucional”, afirmou Lewandowski.
O julgamento do caso no STF foi iniciado em setembro de 2015, quando o
ministro Dias Toffoli, relator do processo, defendeu como regra o
não-pagamento de salários a servidores que aderem ao movimento grevista,
a menos que os dias parados fossem compensados e se estabelecesse uma
negociação dos descontos entre ambas as partes. (Com Estadão Conteúdo)
Os advogados do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva
divulgaram nota nesta quarta-feira (26) afirmando que o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDC) aceitou
a denúncia protocolada por eles no dia 28 de julho de abuso de poder
por parte do juiz federal Sergio Moro e os procuradores federais da
Operação Lava-jato.
De acordo com a nota, a denúncia passou por um primeiro juízo de
admissibilidade e foi registrado no ACNUDH. O mesmo comunicado informa
que o governo brasileiro foi intimado também para apresentar
“informações ou observações relevantes à questão da admissibilidade da
comunicação” no prazo de dois meses.
Na denúncia, os advogados afirmam que houve violação da Convenção
Internacional de Direitos Políticos e Civis por Moro ter violado o
direito de Lula à privacidade, de não ser preso arbitrariamente e o
direito à presunção da inocência.
Para sustentar a denúncia, os advogados listaram os seguintes fatos: a
condução coercitiva do dia 4 de março de 2016, vazamento de dados
confidenciais para a imprensa, a divulgação de gravações e recurso
abusivo a prisões temporárias e preventivas para a obtenção de acordos
de delação premiado, segundo a defesa de Lula.
Confira a íntegra da nota dos advogados de Lula: Na qualidade de advogados do ex-presidente Luiz Inacio Lula da
Silva recebemos hoje (26/10/2016) documento emitido pelo
Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, informando
que o comunicado individual feito em 28/07/2016 em favor de Lula passou
por um primeiro juízo de admissibilidade e foi registrado perante
aquele órgão. O mesmo comunicado informa que o governo brasileiro foi
intimado também nesta data para apresentar “informações ou observações
relevantes à questão da admissibilidade da comunicação” no prazo de dois
meses. Na peça protocolada em julho, foram listadas diversas violações
ao Pacto de Direitos Políticos e Civis, adotado pela ONU, praticadas
pelo juiz Sergio Moro e pelos procuradores da Operação Lava-Jato contra
Lula. Tal Pacto assegura, dentre outras coisas: (a) proteção contra
prisão ou detenção arbitrária (Artigo 9º); (b) direito de ser presumido
inocente até que se prove a culpa na forma da lei (Artigo 14); (c)
proteção contra interferências arbitrárias ou ilegais na privacidade,
família, lar ou correspondência e contra ofensas ilegais à honra e à
reputação (Artigo 17); e, ainda, (d) do direito a um tribunal
independente e imparcial (Artigo 14). A ação pede ao Conselho que se pronuncie sobre as arbitrariedades
praticadas pelo Juiz Sergio Moro contra Lula, seus familiares,
colaboradores e advogados. As evidências apresentadas na ação se
reportam, dentre outras coisas: (i) à privação da liberdade por cerca de
6 horas imposta a Lula em 4 de março de 2016, por meio de uma condução
coercitiva sem qualquer previsão legal; (ii) ao vazamento de materiais
confidenciais para a imprensa e à divulgação de ligações interceptadas;
(iii) a diversas medidas cautelares autorizadas injustificadamente; e,
ainda, (iv) ao fato de Moro haver assumido em documento enviado ao
Supremo Tribunal Federal, em 29/03/2016, o papel de acusador, imputando
crime a Lula por doze vezes, além de antecipar juízo de valor sobre
assunto pendente de julgamento. A ação cita precedentes da Comissão de Direitos Humanos da ONU e
de outras Cortes Internacionais, os quais mostram que, de acordo com a
lei internacional, o Juiz Moro, por já haver cometido uma série de ações
ilegais contra Lula, seus familiares, colaboradores e advogados, perdeu
de forma irreparável sua imparcialidade para julgar o ex-Presidente. Avançamos mais um passo na proteção das garantias fundamentais do
ex-Presidente com o registro de nosso comunicado pela ONU. A data é
emblemática porque justamente hoje nos encontramos em Boston, para
discutir o fenômeno do lawfare com especialistas da Universidade de
Havard. É especialmente importante saber que, a partir de agora, a ONU
estará acompanhando formalmente as grosseiras violações que estão sendo
praticadas diariamente contra Lula no Brasil. Cristiano Zanin Martins
O presidente do Senado, Renan Calheiros, vai protocolar amanhã uma ADPF no Supremo contra a ação da PF no SenadoFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) disse vai entrar
amanhã (26) com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para
questionar a ação da Polícia Federal que resultou na prisão de quatro
policiais legislativos. Renan argumentou que a ação feriu o princípio da
separação de poderes e que provavelmente vai ingressar na corte com uma
uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).
Segundo Calheiros, o pedido será protocolado após a reunião com os
chefes de poderes e que reunirá, além de Renan, a presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, o presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente da República, Michel
Temer, marcada para amanhã às 11h no Palácio do Planalto. “Vamos dar
entrada amanhã, logo depois da conversa com os representantes dos
poderes, nessa ação que é fundamental para que nós tenhamos o contorno
da democracia brasileira, o limite na separação dos poderes”, disse
Renan.
Na reunião, Renan quer discutir ações que ele considera “abusivas”,
incluindo a realização da Operação Métis, que resultou na prisão do
chefe da polícia do Senado, Pedro Ricardo Carvalho, junto com outros
três policiais legislativos, suspeitos de prestar serviço de
contrainteligência para ajudar senadores investigados na Lava Jato e em
outras operações.
Renan criticou a decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª
Vara da Justiça Federal, no Distrito Federal, que autorizou a operação
no Senado e ordenou também a suspensão das atividades funcionais dos
acusados.
O peemedebista também disparou contra o ministro da Justiça,
Alexandre de Moraes. Após a operação, Moraes disse que os policiais do
Senado “extrapolaram o que seria de sua competência” e “realizaram uma
série de atividades direcionadas à obstrução da Justiça”.
Para Calheiros, a decisão de realizar a operação nas dependências do
Senado não seria da competência de um juiz de primeira instância e
deveria ter passado pelo Supremo. “Houve uma decisão equivocada de um
juiz de primeira instância. A decisão deveria ter partido do Supremo
Tribunal Federal. Foi uma operação duvidosa. Hoje é Senado, amanhã pode
ser a Presidência da República”, disse.
Na ação, Renan pede que o Supremo se manifeste quanto as competências
de cada Poder. A proposta recebeu o apoio do presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Cada um está defendendo a sua
instituição. A ministra Cármen Lúcia defendeu a independência do
Judiciário. Renan Calheiros defendeu a independência do Legislativo.
Agora cabe garantir a harmonia entre os Poderes, pois só essa harmonia
pode tirar o Brasil da crise”, disse Maia. Reunião A reunião com os chefes de poderes foi marcada em caráter de
urgência e busca minimizar o clima de mal estar intensificado desde
sexta-feira (21), quando Moraes, Renan e Cármen Lúcia protagonizaram
trocas de farpas públicas após a operação da Polícia Federal nas
dependências do Senado.
Ontem (24), no final da tarde, durante entrevista coletiva, Calheiros
subiu o tom e criticou a ação do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da
10ª Vara da Justiça Federal, no Distrito Federal, que ordenou também a
suspensão das atividades funcionais dos acusados. O peemedebista também
disparou contra o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
Durante a entrevista, Calheiros disse que Moraes não tem se portado
como ministro de Estado, “no máximo”, como um “chefete de polícia” e
chamou Vallisney de “juizeco”.
As declarações de Renan foram rebatidas por Cármen Lúcia que chegou a
dizer que se um juiz é agredido ela também se sente agredida, e que o
Judiciário deve exigir respeito. “Não é admissível aqui, fora dos autos,
que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse,
quando um juiz é destratado, eu também sou”, afirmou a ministra, no
início de sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Ao falar sobre a reunião, Renan fez a “tréplica” à presidente do STF e
disse que a ministra tomou a mesmo atitude que ele enquanto presidente
do Senado de defender a instituição. “Eu acho que faltou uma reprimenda
ao juiz de primeira instância que usurpou a competência do STF e toda
vez que um juiz de primeira instância usurpa a competência do STF, quem
paga a conta é o Legislativo e sinceramente, não dá para continuar
assim”, rebateu.
A grave crise financeira e humanitária
no país vizinho causa uma onda de migração inédita para o Brasil e deixa
claro ao mundo por que Nicolás Maduro deve sair
DESESPERANÇA: Num cenário desolador, a população não vé sinal de melhora
Cilene Pereira
É possível tirar pelo menos uma conclusão a respeito do
lamentável momento histórico que atravessa a Venezuela: não há concessão
possível a Nicolás Maduro, o ditador que comanda uma política
sistemática de aniquilamento da oposição, de supressão dos direitos
individuais, da liberdade de expressão, do desrespeito às instituições e
que mantém o país sufocado e paralisado por uma grave crise humanitária
. “O povo venezuelano está morrendo de fome e de doenças”, sintetiza a
psicóloga social venezuelana Yorelis Acosta, da Universidade Central da
Venezuela. ROTINA: Na fronteira com o Brasil, venezuelanos encaram filas para poder comprar alimentos e combustível
Nas últimas semanas, o Brasil conheceu mais de perto os reflexos da
derrocada patrocinada por Maduro. E pelo lado mais doloroso: o da
tragédia humana. O país registra uma onda sem precedentes de migração de
venezuelanos, exaustos com a falta em suas cidades de produtos
essenciais como alimentos, remédios e combustível. Aqui, procuram uma
vida melhor. Ou, pelo menos, esperam poder comprar um quilo de arroz
para alimentar a família que ficou do lado de lá. O problema é que,
muitas vezes sem conseguir nem uma coisa nem outra, acabam perambulando
pelas ruas de municípios de Roraima – sua porta de entrada –, pintando
um triste cenário caracterizado pelo subemprego ou pela mendicância em
terras brasileiras. MALUQUICES DE MADURO O presidente venezuelano é dado a cometer algumas bizarrices
• Em campanha eleitoral, disse que seu antecessor e padrinho, Hugo
Chavez, havia lhe aparecido na forma de um passarinho para “abençoá-lo”
• Em meio à escassez de energia elétrica, pediu às mulheres que
deixassem de usar secador de cabelo. Na concepção estética de Maduro,
mulher bonita é aquela que deixa o cabelo secar naturalmente
• Também transformou as sextas-feiras em feriados, em outra medida que considerou fundamental para economizar energia GABINETE DE EMERGÊNCIA
Os dados a respeito da entrada de venezuelanos no Brasil nos últimos
tempos ainda não estão claros. Segundo a Polícia Federal, do ano passado
até agora foram solicitados 1,8 mil pedidos de refúgio no País. Mas há
uma imensidão de gente que entra clandestinamente, portanto não
contabilizada. As cidades mais procuradas são Boa Vista, capital de
Roraima, e Pacaraima, fronteira com a Venezuela. Lá, o afluxo é maior.
Todos os dias, forma-se do lado venezuelano uma fila de carros esperando
para entrar no Brasil. Nas ruas, o espanhol se confunde com o
português. Os que vêm abastecer a despensa ou o automóvel rodam de
mercado em mercado, de posto em posto de gasolina, procurando o melhor
preço.
Aqueles que vêm para ficar se dividem em dois grupos. Os que têm
parentes se abrigam com os seus. Os que não conhecem ninguém se juntam
em quartos onde dividem o aluguel, ou ficam pelas ruas mesmo. Arrumam
dinheiro nos semáforos, trocando a limpeza de pára-brisa por uns
trocados, ou trabalhando na descarga de caminhões. Uma consequência
infelizmente comum em circunstâncias tão difíceis é a entrada na
prostituição de meninos e meninas que não encontram alternativas. Em
Pacaraima, isto já preocupada as autoridades.
A situação da invasão venezuelana se agravou tanto que, na semana
passada, um gabinete de emergência foi montado pelo governo de Roraima.
“Os problemas estão surgindo”, contou o coronel Doriedson Ribeiro,
secretário-executivo da Defesa Civil de Roraima. Muitos procuram os
hospitais e as escolas brasileiras, acarretando uma sobrecarga em
sistemas que não conseguem dar conta sequer da demanda interna.
“Precisamos de apoio para que possamos absorver essa nova população.”
Do lado de lá, dentro da Venezuela, cresce o número de miseráveis. Em
2013, meses depois de sua posse após a morte de Hugo Chavez – seu
padrinho político-ideológico – , Maduro prometeu que acabaria com a
pobreza. Como toda promessa feita em cima de balelas populistas e não em
sólidas consistências técnicas, não chegou nem perto de ser cumprida.
Naquele ano, o índice de venezuelanos que viviam em extrema pobreza era
de 5% da população. Em 2015, era de 9,3%. Segundo levantamento da
Universidade Católica Andrés Bello, de Caracas, no ano passado a pobreza
havia chegado a 73% dos lares venezuelanos.
No ano passado, a pobreza havia chegado a 73% dos lares venezuelanos
A degradação social a que Maduro conduz seu próprio povo atinge,
claro, outras áreas fundamentais da vida. Os índices de criminalidade
dispararam de 25 assassinatos por cem mil habitantes em 1999 para 82
homicídios por cem mil habitantes em 2014. Pessoas são assaltadas na rua
simplesmente porque carregam produtos do cotidiano, como pão, arroz e
papel higiênico. Recentemente, a imagem chocante de recém-nascidos
acomodados em caixas de papelão dentro de uma maternidade deu a exata
dimensão do desastre na assistência à saúde patrocinado pelo ditador. MISÉRIA: O desemprego obriga muita gente a trabalhar em lixões
Os números da ruína econômica são igualmente impressionantes. Neste
ano, a inflação na Venezuela deve ultrapassar 700%, e o bolivar, a moeda
nacional, hoje vale menos do que um centavo de dólar. O índice preços
ao consumidor havia subido mais de 140% entre setembro de 2014 e 2015.
Parte da falência venezuelana se deve à queda no preço dos barris de
petróleo registrada nos últimos anos, de cerca de US$ 100 para menos de
US$ 30. A diminuição foi a pá de cal em uma economia na qual mais de 50%
de sua riqueza vem da exportação do combustível. Para se ter uma ideia,
em 2014 o país somou US$ 75 bilhões em exportações. Em 2016 o ganho não
ultrapassará os US$ 27 bilhões.
É simplista demais, porém, atribuir apenas às circunstâncias
econômicas internacionais o desmonte venezuelano. Ele é resultado de uma
política consistente de destruição que começou com Hugo Chavez, em
1999, e que continuou com Maduro, discípulo do que se convencionou
chamar de “chavismo”. Por essa doutrina, entende-se uma visão
ultrapassada segundo a qual o Estado deve ter um tamanho gigantesco na
economia, o culto à personalidade e a distribuição de benesses aos mais
carentes são os truques para ter apoio entre a base social mais baixa e
os oposicionistas simplesmente devem ser calados. É a cartilha clássica
pela qual rezaram outras figuras lastimáveis da história, como os
ditadores Muamar Kadafi, na Líbia, e Pol Pot, no Camboja. PRESSÃO MUNDIAL
O último golpe de Maduro no caminho da democracia foi dado na semana
passada, quando uma manobra feita por seus apoiadores adiou para 2017 as
eleições para os governos estaduais, marcadas para o fim do ano. Maduro
sabe que pode perder feio, como perdeu nas eleições para a Assembleia
Nacional, em 2015, quando a oposição conquistou 112 dos 167 assentos. O
venezuelano quer também ganhar tempo e empurrar o quanto puder a
realização do referendo revogatório de seu mandato. Planejada pela
oposição, a ação pode tirar Maduro do poder, mas para ser iniciada
precisa ter o apoio de pelo menos 20% dos eleitores. “O governo de
Maduro sabe que está em uma situação muito difícil. Há uma tragédia
política e social no país”, diz o cientista político venezuelano Rafael
Villa, professor da Universidade de São Paulo. As assinaturas pedindo o
referendo serão coletadas na semana que vem.
O mundo observa com atenção o que está acontecendo e pressiona para
que a ditadura de Maduro chegue ao fim. Na América Latina, os países
fundadores do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai –
proibiram a Venezuela de assumir a presidência rotativa do bloco sob o
argumento de que o país não cumpriu normas vigentes da associação. O ato
tem um forte simbolismo e sinaliza que, da forma como é governada, a
Venezuela dificilmente se integrará aos demais países. Luis Almagro,
secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, foi direto.
Pediu o fim do que chamou de tirania no país sul-americano. “Não há hoje
na Venezuela nenhuma liberdade fundamental nem nenhum direito civil ou
político”, afirmou. “Ultrapassou-se um nível, que significa o fim da
democracia. A comunidade internacional é clara ao pedir não mais tirania
no céu. Um céu que já não existe.”
Fotos: John Moore/Getty Images; Avener Prado/Folhapress; Marco Bello
O policial legislativo Paulo Igor denunciou as ilegalidades na Polícia Federal
Thiago BronzattoHugo Marques
Policial Paulo Igor denunciou embaraço às diligências da Polícia Federal
A
operação da Polícia Federal que prendeu o diretor da Polícia Legislativa
do Senado, Pedro Ricardo de Carvalho, apaniguado do presidente do
Congresso, Renan Calheiros, foi possível graças a uma denúncia do
policial Paulo Igor Bosco Silva. Em uma notícia-crime enviada à
Corregedoria da Polícia Federal, Paulo Igor denunciou que a Polícia
Legislativa do Senado utilizou seu pessoal para “embaraçar diligências
investigativas” da PF e do Ministério Público Federal em relação a
senadores e um ex-parlamentar graúdo envolvidos com o esquema criminoso
da Operação Lava Jato. VEJA teve acesso à íntegra do inquérito da
Operação Métis. Paulo Igor denunciou
que o diretor da Polícia do Senado enviou equipes em julho de 2014 para
encontrar escutas ambientais e interceptações telefônicas nos endereços
particulares do senador Edison Lobão Filho e do pai dele, Edison Lobão,
então ministro de Minas e Energia, nos endereços de Brasília e de São
Luís, no Maranhão. O senador Edison Lobão é investigado por receber
propina de empreiteiras envolvidas com os desvios bilionários na
Petrobras. Na capital maranhense, os policiais foram deslocados para os
escritórios da família Lobão nos bairros Olho D’Água e Quintas do
Calhau. O policial narrou a preocupação dos colegas que tinham ido a São
Luís no momento em que passaram pelos detectores de metal no aeroporto,
com o material de varredura do Senado. As varreduras ilegais
da Polícia do Senado, que funcionavam como contrainteligência às ações
legais da PF, também foram feitas a pedido dos senadores Ciro Nogueira,
Gleisi Hoffmann e Fernando Collor de Mello, todos investigados como
beneficiários de recursos do esquema de corrupção descoberto pela Lava
Jato. Gleisi recebeu 1 milhão de reais do esquema fraudulento
administrado pelo doleiro Alberto Youssef. A varredura preventiva em
favor de Collor de Mello foi feita na “Casa da Dinda”, como é chamada
sua residência no Lago Norte, em Brasília. A equipe da Polícia do
Senado, segundo Paulo Igor, tentou impedir o acesso de policiais
federais e dos procuradores da República durante busca e apreensão
determinada pelo Supremo Tribunal Federal tanto na Dinda quanto em um
apartamento funcional do senador Collor. O ex-senador José
Sarney também foi beneficiado com a varredura preventiva, em julho de
2015, em seu escritório particular no Edifício Office Tower, no Setor
Hoteleiro Norte de Brasília. Na época, Sarney não desempenhava nenhum
cargo legislativo. O político também é acusado de embolsar dinheiro do
esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato. Para o Ministério
Público Federal, trata-se de uso ilegal da estrutura do Senado para
realizar medidas de contrainteligência.
Versão cearense da Oktoberfest une gastronomia e diversão neste fim de semana
Diego Benevides - Repórter
Os Transacionais agitam o primeiro dia da Oktoberfest Ceará
Realizado em diversos países do mundo, sempre no mês de outubro, a
Oktoberfest reúne em um só lugar gastronomia, feirinhas e apresentações
musicais para todos os gostos.
A regionalização da tema é a proposta da quarta edição da Oktoberfest
Ceará, que acontece neste fim de semana no Salinas Casa Shopping, com
foco na cultura nordestina, sem esquecer das referências originais
alemãs.
Segundo Célio Paiva, um dos idealizadores do evento, a Oktoberfest
Ceará foi concebida para celebrar a nossa própria cultura. "Desde o
início, pensamos nela como uma festa alemã com sotaque nordestino, com
esse toque especial da comédia e da comida regional", afirma.
A primeira edição aconteceu em Guaramiranga, em 2009, superando as
expectativas de público. Cerca de 20 mil pessoas passaram pelo evento,
que foi se reformulando até encontrar novos lugares para ocupar na
cidade.
A quarta edição da Oktoberfest Ceará oferecerá uma megaestrutura com
quatro bares e dois contêineres (um 'taptainer' com 20 torneiras e um
'babytainer' com 12 torneiras) e bar de cervejas especiais engarrafadas,
com ampla variedade de rótulos.
Paiva conta que o movimento de cervejas artesanais tem crescido
bastante, por isso será dada atenção especial aos cervejeiros que
preferem essas bebidas.
Os participantes também poderão harmonizar a cerveja com o cardápio
especial da praça de alimentação. Uma área infantil será montada para o
lazer da criançada. Música
A programação musical não poderia deixar de ser mais um atrativo da
Oktoberfest Ceará. "Na hora de escolher as bandas, decidimos convidar
aquelas que entenderiam o espírito da festa, da mistura de ritmos, como a
Oktoberband, que vai trazer os músicos caracterizados de alemães",
conta Paiva.
Além da Oktoberband, o destaque de hoje é a banda Os Transacionais, que encerra a noite após a discotecagem do DJ Doido.
Amanhã, a Oktoberfora Ceará começa um pouco mais cedo, às 15h, com três
bandas agendadas: Oktoberband, Os Muringa e o bloco Bons Amigos, do
Amicis, além do DJ Doido repetindo a folia do dia anterior.
De acordo com o organizador, a expectativa é reunir cerca de 5 mil
pessoas nos dois dias do evento, flexibilizando o espaço para trazer
conforto e diversão ao público cearense. Mais informações Oktoberfest Ceará
Sexta (21), a partir das 18h, e sábado (22), a partir das 15h, no
Salinas Casa Shopping (Av. Washington Soares, 909, Edson Queiroz).
Ingresso (1º lote): R$30 (para um dia) e R$40 (para os dois dias).
(3278.2851)
Luís Cláudio
Lula da Silva foi apresentado como preparador físico das categorias de
base do Juventud de Las Piedras, da primeira divisão uruguaia
Por
Da redação
Luís Cláudio Lula da Silva será o novo
preparador físico do Juventud (CA Juventud/Filho caçula de Lula é
contratado por clube de futebol uruguaio)
Investigado na Operação Zelotes, o filho caçula do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Luis Cláudio, acaba de ser
contratado pelo Juventud de las Piedras, clube da primeira divisão do
Uruguai, para trabalhar nas categorias de base da equipe. Segundo o
presidente do clube, Yamandú Costa, afirmou à imprensa local, o filho
mais novo de Lula, que é preparador físico, trabalhará em “projetos
desportivos e sociais” do time sob “um conceito progressista da formação
dos atletas”.
Ainda de acordo com Costa, a contratação do caçula do ex-presidente
foi possível graças ao vínculo entre o clube e a Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), da ONU.
“O Juventud vem desenvolvendo um programa inovador no futebol uruguaio,
com forte investimento na infraestrutura e trabalho em valores”,
vangloria-se o cartola, segundo quem, graças à parceria, os
jogadores das categorias de base do clube têm “zero porcento de evasão
escolar”.
Em entrevista ao portal uruguaio Ecos, Luís Cláudio Lula da
Silva, que no Brasil já trabalhou em equipes como Corinthians,
Palmeiras, Santos e São Paulo, relatou que inicialmente havia sido
convidado por Costa para passar apenas uma semana no Uruguai. “Conheci a
infraestrutura do clube, os jogadores e a comissão técnica. Fiquei
surpreso com as instalações e o compromisso que o clube tem. Tudo me
pareceu bom”.
Ainda não está definido, no entanto, se Luís Cláudio se mudará ao
Uruguai. “Estamos considerando as possibilidades de viver aqui ou
continuar no Brasil, viajando frequentemente”, pondera o filho mais novo
de Lula.
Ele é investigado na Zelotes porque sua empresa, a LFT Marketing
Esportivo, recebeu 2,4 milhões de reais do escritório de lobby Marcondes
Mautoni por uma consultoria que, descobriu-se, não passava de material
copiado da internet.
'Não há prova idônea de que ele esteja extremamente debilitado por motivo de doença grave', assinalou o juiz
Por
Da redação
O ASSESSOR - Braço-direito do ex-ministro
Antonio Palocci, o sociólogo Branislav Kontic desempenhou papel central
na gestão Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo (Reprodução/VEJA)
O juiz Sergio Moro negou o pedido da defesa do
ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, para ser transferido para a
prisão domiciliar após ele ter tentado suicídio na carceragem da Polícia
Federal, em Curitiba, no dia 1 de outubro. O magistrado entendeu que
Brani, como é conhecido, não se enquadra nas situações que permitem o
regime domiciliar, pois “não se encontra ‘extremamente debilitado por
motivo de doença grave'”, assinalou Moro.
A decisão foi tomada ontem e tornada pública nesta terça-feira pelo
juiz, que analisou os relatórios médico e psicológico juntados pela
defesa de Brani e que afirmam que o investigado toma medicamento para
tratar de depressão e ansiedade e que também faz terapia há 12 anos.
Para os advogados de Brani, o investigado apresenta “grave quadro
patológico ansioso e depressivo”.
“A situação de saúde do investigado de fato demanda cuidados, porém,
não há prova idônea de que ele esteja extremamente debilitado por motivo
de doença grave”, segue Moro em sua decisão, ponderando que poderão ser
autorizadas “saídas provisórias” de Brani para hospitais privados.
Para o juiz da Lava Jato, “o Complexo Médico Penal é local adequado
para a situação do custodiado, eis que lá ele dispõe de acesso a
medicamentos e tratamento médico, se necessário”. A decisão vai ao
encontro do posicionamento da força-tarefa da Lava Jato, que também
defendeu a manutenção da prisão de Brani.
Além da situação de saúde, Moro ressaltou ainda que o investigado
teve um habeas corpus negado pelo desembargador Márcio Antônio Rocha, do
Tribunal Regional Federal da 4ª Região e que, por isso, os
“pressupostos e fundamentos da prisão preventiva permanecem hígidos”,
aponta o magistrado.
Prisão
Brani foi preso em regime temporário no dia 26 de setembro com o
ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e
Dilma), ambos alvos da Operação Omertà – desdobramento da Lava Jato
sobre propina de R$ 128 milhões da empreiteira Odebrecht, parte
supostamente destinada ao PT e para cobrir despesas da campanha
presidencial que elegeu Dilma pela primeira vez, em 2010.
Na sexta-feira, 30 de setembro, o juiz Moro converteu em preventiva a
prisão temporária de Palocci e de Brani, ou seja, ambos ficarão presos
por tempo indeterminado. No dia seguinte, Brani ingeriu dezenas de
comprimidos e teve de ser levado a um hospital de Curitiba, onde foi
medicado.
O ex-assessor de Palocci é apontado pelas investigações da Lava Jato
como um dos responsáveis por ter auxiliado o ex-ministro em seu contato
com a Odebrecht para favorecer a empreiteira no governo federal em troca
de propinas.
Defesa
“A situação poderia ser encarada pelo Estado com um pouco mais de
humanitarismo, tendo em vista se tratar de um quadro comprovado por
documentos médicos”, afirmou o criminalista José Roberto Batochio, que
defende Brani. (Com Estadão Conteúdo)
Índice de atendimento no Ceará em 2015 foi o terceiro melhor do Brasil. Em 2015, país tinha cerca 74 milhões de processos em tramitação.
Do G1 CE
Índice de atendimento do TJCE é o terceiro maior
do país (Foto: Madson Fernandes/TJCE)
O índice de atendimento à demanda no Tribunal de Justiça do Ceará em
2015 foi o terceiro maior do Brasil e ficou acima do número de casos
registrados no ano, conforme o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De
acordo com o órgão, isso significa que, o Ceará conseguiu atender a um
número equivalente ao de novos casos e ainda registros dos anos
anteriores.
O índice de atendimento no Ceará, ainda conforme o CNJ, foi de 126%, o
que significa que, se o estado continuar com a mesma eficiência, os
processos ser em três anos. O número total de processos pendentes não
foi divulgado no estudo "Justiça em Número", divulgados nesta
segunda-feira (17). O
documento, elaborado anualmente, faz um diagnóstico dos tribunais do
país nas diversas esferas: cortes superiores, federais, estaduais,
trabalhistas, eleitorais e militares – não inclui o Supremo Tribunal Federal1'(STF). No
encerramento de 2015, fim do período que compreende o levantamento,
cerca de 74 milhões de processos estavam em tramitação no país. No ano
passado, esse estoque cresceu 3%, uma alta de 1,9 milhão de ações em
relação ao fim de 2014. Produtividade nacional
Após a apresentação dos números, na sede no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), nesta segunda, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST)
Nélio Bentes ponderou que, apesar da quantidade de processos à espera
da decisão, a Justiça tem se mostrado positiva na produtividade.
Neste ano, o número de casos baixados (com solução definitiva) foi de
28,5 milhões, superior ao número de processos novos apresentados aos
tribunais, 27,3 milhões. O saldo positivo foi possibilitado sobretudo
pela queda de casos novos, que, em 2014, chegaram a 28,9 milhões.
Cercado por todos os lados, o
ex-presidente vê ruir por completo a estratégia de atribuir suas
desventuras na Justiça a Sérgio Moro. Na última semana, o petista virou
réu pela terceira vez, de novo por decisão de um juiz do DF. No STF, ele
foi incluído no “quadrilhão”
Aguirre Talento
Às vésperas de completar 71 anos, amargando o ostracismo e derrotas
políticas humilhantes, o ex-presidente Lula está sufocado por um
infindável número de ações na Justiça, que poderá torná-lo ficha suja
até as eleições de 2018, tirando-o do páreo. Na última semana, foi
escrito mais um capítulo de sua derrocada. Atendendo a uma denúncia do
Ministério Público Federal, desta vez sob acusação de tráfico de
influência para liberar recursos do BNDES a obras da empreiteira
Odebrecht em Angola em troca da contratação da empresa de seu sobrinho
Taiguara Rodrigues por R$ 20 milhões, o juiz Vallisney de Oliveira, da
10ª Vara Federal do DF, transformou Lula em réu pela terceira vez na
quinta-feira 13. “O órgão acusatório reitera que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva teria recebido milhões de reais pagos pela
Odebrecht para realizar viagens e palestras em Cuba, República
Dominicana e Angola, o que seria na verdade pagamento em contrapartida
por possível tráfico de influência, dentro de uma organização criminosa
de que faziam parte os réus indicados”.
Com a sentença desfavorável ao petista, a segunda da lavra do
magistrado do DF, mais uma das narrativas do ex-presidente cai por
terra. Lula passou os últimos meses dizendo-se vítima de uma implacável
perseguição do juiz de Curitiba, Sérgio Moro. Como se vê, agora, não é
apenas o magistrado integrante da “República de Curitiba” que vê
indícios de ocorrência de práticas criminosas pelo ex-presidente. O
petista é alvo de ações em várias frentes e a percepção geral é de que
as investigações vão ser aceleradas. Na Justiça do DF e no Supremo
Tribunal Federal. Na mais alta corte do País, o relator do Petrolão,
Teori Zavascki, fatiou o inquérito que apura a formação de quadrilha no
Petrolão – chamado pelos investigadores de “quadrilhão”. Com a decisão,
Lula passou a ser alvo da investigação. O juiz do Distrito Federal,
Vallisney de Oliveira, também é responsável pela primeira ação penal
contra o petista, que o acusa de comandar a compra do silêncio do
ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, obstruindo a Lava Jato. Na
semana passada, a audiência do petista foi marcada para o dia 17 de
fevereiro de 2017. Será a primeira vez que Lula se sentará no banco dos
réus. Defesa perdida
Os procuradores, também do DF, se dedicam a outras investigações
sobre possível tráfico de influência do petista para obras de
empreiteiras em países da América Latina. Entre eles, Equador, Panamá e
Venezuela. A suspeita é que houve pagamento de propina por meio da
contratação de Lula também para palestras. De 2011 a 2014, ele recebeu
R$ 30 milhões pelos supostos serviços. Os procuradores acham que os
recebimentos foram para “dissimular vantagens indevidas”, como no caso
de Angola. Mais perdida que cego em tiroteio, a defesa do petista
insiste na tese de que Lula nada tinha a ver com o BNDES, algo no mínimo
risível.
Em Curitiba, Lula já é réu no caso do tríplex do Guarujá e deve
voltar a enfrentar problemas em breve. A força-tarefa da Lava Jato agora
se dedica ao caso do sítio de Atibaia, sob suspeita de que reformas
pagas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht foram propinas em troca de
benefícios dados pelo petista enquanto era presidente. É pior do que
inferno astral.
Papéis
sigilosos da Embaixada da Venezuela em Brasília dão detalhes de como o
ex-presidente brasileiro fez lobby em favor de João Santana
Por
Leonardo Coutinho
O então embaixador da Venezuela no Brasil,
Maximilien Arvelaiz, e o ex-presidente Lula no funeral de Hugo Chávez,
2013: conversas secretas para o apoio do Brasil nas campanhas
venezuelanas (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Documento mostra como Lula
atuou na reeleição de Hugo Chávez)
“Eu durmo tranquilo porque sei que Chávez está ali (na presidência),
mas também, às vezes, perco o sono pensando que Chávez poderia perder
as eleições de dezembro de 2012”, foi assim que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva manifestou sua preocupação com o desfecho das
eleições na Venezuela, conforme relatou o então embaixador da Venezuela
no Brasil Maximilien Arveláiz em um e-mail enviado para Caracas. O texto
faz parte de um conjunto de documentos da diplomacia venezuelana ao
qual VEJA teve acesso.
A conversa relatada por Arveláiz ocorreu na manhã do dia 24 de
fevereiro de 2011, em um hotel de São Paulo. Lula havia deixado a
presidência menos de dois meses antes. Segundo registrou o diplomata
venezuelano, para Lula “uma derrota de Chávez em 2012 seria igual ou
pior que a queda do muro do Berlim”. A revelação que sugere que o
petista se ressentia do evento que marcou a derrocada do comunismo.
Como estratégia para tentar fortalecer Chávez na disputa eleitoral,
Lula planejou a criação de um comando de campanha sediado no Brasil que
ele coordenaria pessoalmente ao lado de José Dirceu. Além disso, Lula
definia como “fundamental” a entrada da Venezuela no Mercosul. “Se
conseguirmos o ingresso seria uma grande vitória política”, anotou
Arveláiz.
O diplomata afirma que, além do lobby pelo ingresso no Mercosul, Lula
avisou que enviaria João Santana (equivocadamente grafado nos
documentos como Joel Santana) para coordenar a campanha presidencial de
Chávez.
Trechos de telegrama diplomático
redigido pelo então embaixador da Venezuela no Brasil Maximilien
Arveláiz, em 2011. Lula plantou o marqueteiro João Santana (grafado como
Joel no documento) na campanha chavista (Arte VEJA/Documento mostra
como Lula atuou na reeleição de Hugo Chávez)
Em maio de 2011, Arveláiz enviou ao então chanceler Nicolás Maduro um
telegrama que voltava a tratar das questões eleitorais registradas pela
diplomacia venezuelana quatro meses antes. Ele ressaltava que Lula
desembarcaria em Caracas para um evento patrocinado pela Odebrecht que
seria aproveitado pelo brasileiro para uma reunião privada para tratar
da eleição.
Deu certo. Em 2012, João Santana comandou a vitória de Chávez, que
não chegou a tomar posse por causa de um câncer terminal. No ano
seguinte, o marqueteiro fez a campanha de Nicolás Maduro, o atual
presidente da Venezuela.
Relatório produzido pelo embaixador
Arveláiz sobre encontro com o ex-presidente Lula (Arte VEJA/Documento
mostra como Lula atuou na reeleição de Hugo Chávez)
O lobby internacional de Lula em favor de empreiteiras envolvidas no
escândalo da Lava-Jato já é alvo de investigações das autoridades
brasileiras. O que os documentos venezuelanos sugerem é que o
ex-presidente fez muito mais que simplesmente indicar João Santana para a
campanha venezuelana. Lula atuou como lobista em favor do marqueteiro.
Em agosto, uma reportagem de VEJA revelou
que Santana prometeu ao MPF, dentro das negociações de sua delação
premiada, informações que comprovariam como as empreiteiras OAS e
Odebrecht, investigadas no escândalo do Petrolão e que possuíam
contratos bilionários com o país vizinho, pagaram clandestinamente as
despesas de campanha dos chavistas.
Na semana passada, Veja.com publicou trechos de um telegrama da
diplomacia brasileira que comprovaram como Dilma Rousseff e Lula
atuaram para cooptar o Congresso do Paraguai para que aprovasse a
entrada da Venezuela no Mercosul.
O valor é bem superior ao informado pela Oi na recuperação judicial. Agência pediu ainda sua exclusão da lista de credores da empresa.
Do G1, em Brasília
Oi deve R$ 20,2 bi em multas aplicadas pela anatel (Foto: Nacho Doce / Reuters)
A Oi deve R$ 20,2 bilhões em multas aplicadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O valor foi divulgado na noite desta quinta-feira (13) pela Anatel e é o
dobro dos R$ 10 bilhões que a empresa informou, em seu processo de
recuperação judicial.
Endividada, a Oi fez o maior pedido de recuperação judicial da história
do Brasil em 20 de junho, envolvendo R$ 64 bilhões em bônus, dívidas
bancárias e responsabilidades operacionais.
Segundo a Anatel, desse total, R$ 15,65 bilhões são de multas já
aplicadas e R$ 4,58 bilhões são de processos ainda em tramitação. O
valor das multas que ainda estão em tramitação refere-se apenas aos
processos que a empresa pediu para incluir nos Termos de Ajustamento de
Conduta (TAC), que prevê a troca de multas por investimentos.
Em nota, a Anatel informou ainda que pediu a sua exclusão da lista de
credores da Oi. Segundo a Anatel, a dívida que a empresa tem com a
agência não se submetem aos mesmos critérios de negociação das demais e,
por isso, “não devem ser contempladas no Plano de Recuperação
Judicial”.
De acordo com a agência, agentes públicos não têm autorização para
realizar negociações similares às de credores privados. “Os créditos
públicos federais, como os da Anatel, estão sujeitos a regramento
específico, não tendo os agentes públicos autorização para realizar
negociações similares às dos credores privados, os quais gozam de ampla
liberdade para dispor de seus direitos”, informou a Anatel.
A ação,
tratada com "legítima defesa", é a primeira investida militar direta dos
Estados Unidos contra as milícias xiitas houthis
Por
Da redação
Navio da Força-marinha norteamericana USS Mason - 03/08/2016 (Divulgação/AFP)
Os Estados Unidos bombardearam três radares pertencentes às milícias xiitas houthis no Iêmen, nesta quinta-feira, após o lançamento de mísseis contra um destróier da Marinha americana
nos últimos dias, informou o Pentágono. Os ataques, autorizados pelo
presidente Barack Obama, representam a primeira ação militar direta de
Washington na guerra civil iemenita.
“Os alvos dos ataques eram radares que participaram do recente
lançamento de mísseis que ameaçou o USS Mason e outros que operam em
águas internacionais do Mar Vermelho e próximo de Mandeb”,
anunciou Pentágono, em comunicado. A nota oficial adverte que os Estados
Unidos “responderão” a qualquer ameaça futura, “conforme apropriado”.
“Estes ataques limitados em legítima defesa foram realizados para
proteger nosso pessoal, nossos navios e nossa liberdade de navegação”,
disse o porta-voz, Peter Cook.
Aliados do Irã, os houthis estão sendo atacados pelo governo do
Iêmen, em uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e outras nações
sunitas. Os rebeldes xiitas parecem ter aumentado suas investidas
violentas, após um ataque aéreo saudita a um funeral na capital do
Iêmen, Sana, onde morreram 140 pessoas. No funeral estavam presentes
importantes líderes de facções tribais anti-sauditas.
Até hoje, a administração de Obama tentou lidar com cautela em
relação ao conflito no Iêmen. O governo americano fez pressão pública
por um acordo de paz, enquanto discretamente fornecia apoio militar a
Arábia Saudita contra os rebeldes. Desde o ano passado, os Estados
Unidos pareciam evitar que o país fosse levado a participar de forma
mais ativa no conflito crescente, porém, o cenário pode estar mudando
com os ataques recentes. (Com Reuters e EFE)
A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira, 10, em primeiro
turno, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que
institui um teto de gastos por 20 anos. Em plena segunda-feira, dia de
quórum reduzido no Legislativo, o governo conseguiu levar 366 deputados
favoráveis à Casa, contra 111 votos contrários da oposição. Houve ainda
duas abstenções.
Após a abertura do painel, houve comemoração entre os deputados
governistas presentes no Plenário. “Ganhamos, ganhamos!”, gritavam. A
medida ainda terá de passar mais uma vez pelo crivo dos deputados, mas o
governo já contabiliza nova vitória. O segundo turno está marcado para o
próximo dia 24.
Depois de uma maratona de almoços, cafés e jantares, a estratégia de
articulação e convencimento de indecisos foi bem-sucedida. O
corpo-a-corpo rendeu 58 votos a mais do que os 308 necessários para
aprovar a proposta, uma demonstração de força e coesão em torno do
ajuste fiscal defendido pelo presidente Michel Temer. Três ministros do
governo atual foram exonerados e voltaram à Câmara para votar a favor da
medida: Bruno Araújo (Cidades), Marx Beltrão (Turismo) e Fernando
Coelho Filho (Minas e Energia).
Essa sinalização é considerada crucial pelo governo, que buscou
programar a votação da PEC, pelo menos em primeiro turno, para uma
semana antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),
responsável por indicar os rumos da taxa de juros no País. Como o Banco
Central já indicou que o quadro fiscal é importante para a tomada de
decisão, o governo quis mostrar austeridade e abrir caminho para a
primeira redução de juros desde 2012.
O texto-base aprovado prevê que o crescimento das despesas do governo
estará limitado à inflação acumulada em 12 meses até junho do ano
anterior por um período de 20 anos. A exceção é 2017, quando o limite
vai subir 7,2%, alta de preços prevista para todo o ano de 2016, como já
consta no Orçamento.
A partir do décimo ano de vigência, a regra da PEC poderá ser
alterada uma vez a cada mandato presidencial. Saúde e educação, por sua
vez, têm critérios específicos: despesas nessas áreas manterão seu pisos
constitucionais, que tomarão como referência os mínimos previstos para
2017 e serão atualizados pela inflação. Com isso, no ano que vem, o piso
da saúde será de R$ 113,7 bilhões, e o da educação, de R$ 51,5 bilhões.
O rol de penalidades em caso de descumprimento do limite de despesas –
ainda mais duro do que na proposta enviada pelo governo – também foi
referendado pelo plenário da Câmara. As principais delas é a proibição
de reajuste do salário mínimo além da inflação (em caso de estouro do
teto pelo Executivo) e o congelamento de salários do funcionalismo
público. Ritmo acelerado
A votação da PEC estava prevista inicialmente para a madrugada de
terça-feira, mas governistas impuseram desde o início um ritmo acelerado
à apreciação da medida. A ideia foi “tratorar”, passar por cima das
manobras regimentais que a oposição tentou emplacar sem sucesso. Com
isso, a votação do texto-base da proposta ocorreu 23 minutos antes da
previsão mais otimista para o início da votação, que era 22h. Após o
texto-base, restam seis destaques, sugestões de mudanças no texto
apreciadas em separado.
Nos últimos dias, o governo intensificou o corpo-a-corpo para
convencer indecisos a votar a favor da PEC. Desde ontem, Temer ligou
para deputados que ainda não tinham posição formada, além de ter
oferecido um jantar no Palácio do Alvorada. Hoje, escalou os ministros
dos Transportes, Maurício Quintela, e da Saúde, Ricardo Barros, para
garantir o apoio de suas bancadas, PR e PP respectivamente.
No plenário, líderes de partidos alinhados com o Palácio do Planalto
economizaram minutos preciosos ao adotarem comportamento semelhante ao
implementado na comissão especial na última semana: reduzir os discursos
e deixar a oposição falando sozinha na tribuna. Para ganhar tempo, o
líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), orientou todas as bancadas
aliadas em uma das votações de requerimentos, quando o costumeiro é cada
líder direcionar seus liderados.
Para anular o “kit obstrução” da oposição, os governistas chegaram a
antecipar manobras que PT, PCdoB, PDT, Rede e PSOL tinham prontas para
usar na sessão. O próprio líder do governo, André Moura (PSC-SE),
apresentou um requerimento de retirada da proposta da pauta para que a
base votasse contra. Embora parecesse um contrassenso, o objetivo era
inviabilizar todos os pedidos dos partidos de oposição nesse sentido.
Com pouco espaço para obstruir a votação, a minoria disse que a
pressa se deve à intenção do governo de não querer discutir a PEC com a
população. “A PEC já tem um defeito congênito: ela não é proposta por um
governo eleito e não foi debatido com a população. Essa PEC é uma
imposição por duas décadas de um arrocho, ela tem de ser chamada de PEC
do corte de investimentos”, disse o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
Lançamentos de smartphone e outros
eletrônicos mostram que o gigante de buscas está de olho no mercado
dominado pela marca de Steve Jobs
PIXEL Smartphone teve hardware e software criados pelo Google - igual a Apple faz com o iPhone
Ana Carolina Nunes
Na terça-feira 4, em um evento em São Francisco, nos Estados
Unidos, o gigante de buscas Google reuniu sete mil pessoas para
apresentar a sua visão a respeito do futuro da empresa. Não demorou para
ficar evidente uma importante mudança nos rumos da companhia. Se antes o
Google concentrava seus esforços nas inovações em serviços (como um
sistema operacional mais inteligente para smartphones, e-mail com novas
funções e buscas mais abrangentes), agora o foco passou a incluir
aparelhos eletrônicos concebidos, produzidos e vendidos pela corporação.
“O Google não quer mais ser uma empresa só de software”, diz o
professor de tecnologia da informação Fernando Meirelles, da Fundação
Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP). Mais: a mudança de foco
(evidenciada no lançamento, também na terça-feira, do Pixel, smartphone
construído por engenheiros do Google para rodar softwares do Google)
aproxima o gigante fundado por Sergey Brin e Larry Page de outra
potência do Vale do Silício: a Apple.
Desde que foi fundada, a companhia de Steve Jobs manteve controle
total sobre a produção e o funcionamento de seus produtos. Até hoje, a
Apple faz questão de vender um pacote fechado, com computadores,
celulares e players de mídia aptos a rodar apenas os sistemas
operacionais da empresa. Com o Pixel, o Google parece seguir lógica
parecida, já que no novo smartphone, hardware e software foram
desenvolvidos juntos e também chegarão ao consumidor como um pacote
fechado.
Para Meirelles, da FGV, a decisão do Google de investir em
eletrônicos pode se encaixar em um esforço para criar novas fontes de
renda para a empresa (hoje, mais de 90% da receita anual do Google vem
de propaganda). Já outros analistas sugerem que o mergulho do Google no
mundo dos gadgets seria apenas mais uma forma da empresa criar demanda
por seus serviços – que virão instalados, de fábrica, nos eletrônicos.
Nesse sentido, um celular seria só mais um canal para a empresa exibir
anúncios e ganhar com propaganda. Ainda que não se saiba o objetivo do
Google com os anúncios feitos na terça-feira, uma coisa é certa: a
empresa se parece, cada vez mais, com a Apple. (1)De
27.09.2014 a 26.09.2015 (2)Em 07/10/2016 (3)De 01.01.2015 a 31.12.2015
(4)Em 07.10.2016 Fontes: Bloomberg.com, Apple.com e Alphabet.com
Foto: Eric Risberg/AP
Furacão, que tinha categoria 4 quando atingiu Haiti, caiu para categoria 2. Fenômeno matou mais de 800 pessoas no Haiti; na Flórida, houve 4 mortes.
Da EFE
Onda quebra em parede no mar em Charleston à medida que o furacão Matthew chega à Carolina do Sul (Foto: Jonathan Drake/Reuters)
O furacão Matthew, que caiu para a categoria 2, avança em direção à Carolina do Sul, nos Estados Unidos, após atravessar a costa do estado da Geórgia,
onde causou inundações e cortes de energia elétrica, além de fortes
ventos, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês).
Quando atingiu o Haiti, o furacão era classificado com a categoria 4 (em uma escala de 1 a 5). Perto da Flórida, já tinha caído para a categoria 3.
Em seu último boletim, divulgado às 2h (horário local), o NHC informou
que Matthew se deslocava a 75 km/h ao sul de Hilton Head e a 155 km/h ao
sul-sudoeste de Charleston, ambos municípios na Carolina do Sul.
O NHC afirma que o furacão seguirá para o norte, em direção à costa
durante a manhã deste sábado (8), depois virará para o norte-nordeste e
posteriormente para o nordeste durante a tarde.
O "olho" do Matthew "continuará se movimentando sobre a costa da
Carolina do Sul durante a manhã e o litoral do sul da Carolina do Norte à
noite", afirmou o NHC.
Mortes na Flórida
Na Flórida, houve ao menos quatro mortes relacionadas à passagem do
furacão Matthew, segundo a Reuters: duas pessoas foram mortas pela queda
de árvores e um casal de idosos morreu de intoxicação por monóxido de
carbono emitido de um gerador ao se abrigar contra a tempestade na
garagem.
Mais de um milhão de pessoas ficaram sem energia na Flórida e 23 mil pessoas estavam em 180 abrigos nesta sexta-feira.
Morador verifica danos a sua cozinha após passagem do furacão Matthew
em Ormond Beach, na Flórida (Foto: Reuters/Phelan Ebenhack)
Georgia
Em sua passagem pela Geórgia, o furacão Matthew deixou sem energia
elétrica mais de 210 mil pessoas, segundo a companhia George Power, na
área de Savannah - uma das mais afetadas pelos ventos e tempestades ocasionadas pelo furacão.
Em Savannah, a maré tinha alcançado o segundo nível mais alto dos
últimos 80 anos, de acordo com dados do Serviço Nacional de
Meteorologia.
A direção atual de Matthew pode fazer de Savannah, no limite da Geórgia com a Carolina do Sul,
a cidade mais afetada nos EUA devido à passagem do furacão, que até
agora contornou a costa do sul da Flórida - estado em que 1,1 milhão de
casas se ficaram sem luz.
Charleston, na Carolina do Sul, também sofre com inundações. Mortes no Haiti
No Haiti, a passagem de Matthew deixou mais de 800 mortos, tornando-se no pior desastre natural no país desde o terremoto de 2010, que matou 300 mil pessoas.
Euler Andrey/AFP
O juiz federal Sérgio Moro determinou a transferência do antigo
assessor do ex-ministro Antonio Palocci da Superintendência da Polícia
Federal no Paraná para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região
metropolitana de Curitiba, onde estão os presos da Operação Lava Jato.
Preso na Operação Omertá na última semana de setembro, Branislav Kontic
tentou suicídio na cela da PF, ingerindo 40 comprimidos no sábado, 1º de
outubro.
Brani, como é conhecido, foi levado ao Hospital Santa Cruz, em
Curitiba, “para acompanhamento médico e a realização de exames”, segundo
a PF. Ao pedir autorização para remover Brani, o delegado Igor Romário
de Paula argumentou que no Complexo Médico, o ex-assessor de Palocci
ficará “sob acompanhamento especializado e a disposição deste juízo”.
Na segunda-feira, 3, Moro autorizou o deslocamento de Brani para o Complexo Médico Penal.
A investigação da Omertà afirma que Palocci, com “importante e
constante auxílio” de Branislav Kontic atuou em favor dos interesses do
Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões
tomadas pelo governo federal.
Segundo o Ministério Público Federal, a atuação do ex-ministro se deu
inclusive no período em que exerceu relevantes funções públicas,
envolvendo constante interlocução e diversos encontros.
A força-tarefa da Lava Jato aponta que e-mails e anotações
apreendidos durante a operação indicam que os acertos de pagamentos das
contrapartidas eram tratados entre Antônio Palocci em reuniões
presenciais.
Os encontros, de acordo com a Procuradoria da República, foram
realizados “por diversas vezes” nos endereços residencial e profissional
do ex-ministro – agendadas por intermédio de contato telefônico ou por
e-mail com seu assessor, Branislav Kontic. Além do auxílio de Kontic,
apurou-se que o recebimento dos recursos ilícitos contou também com a
atuação de Juscelino Dourado, seu ex-assessor.
O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovaram hoje (5), por unanimidade, o parecer do
ministro José Múcio Monteiro, relator do processo que analisa as contas
de 2015 do governo federal, recomendando ao Congresso Nacional a
rejeição das contas da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Durante a leitura do seu voto, o ministro relator disse que as
auditorias das contas da gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff
trouxeram à tona um rol de irregularidades graves. Segundo Múcio, as
contas da ex-presidenta não observaram princípios legais, em particular a
Lei Orçamentária Anual (LOA).
O ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro durante o julgamento de contas de 2015 do governo Dilma RousseffReprodução/TCU
Em seu relatório preliminar, José Múcio já havia apontado 17
irregularidades, entre elas “graves irregularidades que tiveram como
consequência a manutenção ou expansão dos gastos públicos em um cenário
onde a legislação orçamentária e fiscal impunha uma maior restrição na
execução dos gastos”.
Para o ministro, ao abusar da abertura de créditos suplementares ao
longo de 2015, o governo federal se valeu de atos “que afetaram os
princípios da transparência” e “dificultaram a atuação dos órgãos de
controle”, como o Congresso Nacional.
“A banalização do uso de MPs [medidas provisórias] pelo governo
camuflou as despesas e dificultou o controle”, disse José Múcio. Segundo
ele, ao examinar os fatos e atos realizados em 2015, o TCU procura
“resgatar a dignidade da questão orçamentária no país”.
O advogado de Dilma Rousseff, Ricardo Lodi, disse que o TCU deveria
ter feito apenas uma ressalva nas contas do governo do ano passado, e
não a rejeição total das contas. Segundo ele, o esforço fiscal que o
governo federal fez em 2015 não foi adequadamente considerado pelo
Tribunal de Contas.
“Não me parece que se possa admitir que houve uma reiteração daquelas
irregularidades apontadas em 2014. O ano de 2015 foi muito diferente,
houve o maior contingenciamento fiscal da história do Brasil e isso
infelizmente não foi considerado. Mas compreendo que o ambiente político
sugere que os fundamentos do impeachment dificilmente seriam revistos
pelo Tribunal de Contas da União”, ressaltou Lodi.
Desde 2013, Supremo Tribunal Federal avalia se aceita acusação da Procuradoria-Geral da República contra o presidente do Senado
Por
Thiago Bronzatto
O presidente do Senado Renan Calheiros
(PMDB-AL) durante sessão que decide pelo afastamento de Dilma Rousseff -
11/05/2016 (Ueslei Marcelino/VEJA/VEJA)
Há três anos o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa se o presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) deve sentar no banco dos réus. Alvo
de uma denúncia apresentada em 2013 pela Procuradoria-Geral da
República (PGR), o parlamentar é acusado de ter praticado os crimes de
peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. A investigação
foi instaurada em 2007 após VEJA revelar que o senador utilizava um
lobista de uma empreiteira para bancar despesas pessoais da jornalista
Mônica Veloso, com quem tem uma filha. Até agora, porém, as acusações
feitas pela PGR não foram analisadas pelo STF. Diante da letargia do
caso, em meados de junho, o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, requisitou “urgente inclusão do feito na pauta de julgamentos do
Plenário do Supremo Tribunal Federal para deliberação acerca do juízo de
admissibilidade da acusação”, segundo documento obtido por VEJA. A
manifestação enviada ao ministro Luiz Edson Fachin, relator do caso no
STF, evidencia que Janot tem pressa. Afinal, o tempo é o grande aliado
de Renan nesse inquérito. Ao longo do período da investigação, uma parte
da documentação privada utilizada para comprovar a acusação da prática
de falsidade ideológica prescreveu. No material constam, por exemplo,
notas fiscais de vendas de gado emitidas por empresas inativas para
justificar o patrimônio do presidente do Senado. Além disso, o
parlamentar pode se safar da acusação de prática de peculato, o crime
mais grave que consta da denúncia apresentada contra o peemedebista. A
pena por essa infração varia de dois a doze anos. Em geral, o Judiciário
tem aplicado punições mais próximas da condenação mínima, ainda mais
quando se trata de réu primário. No caso de Renan, o suposto desvio de
dinheiro público ocorreu em julho de 2005, conforme sustenta a PGR. Se o
peemedebista for condenado pela pena mínima por essa irregularidade, a
prescrição, na verdade, já ocorreu — em 2009. “A
conclusão lógica, portanto, é de que a presente causa está pronta para
deliberação, pelo Pleno dessa Corte, acerca da admissibilidade da
acusação formulada pelo Ministério Público. Por tais razões, vale
destacar que não é necessária a reabertura de novo prazo para defesa se
manifestar, uma vez que esta já teve oportunidade de apresentar todos
os seus argumentos de que dispunha”, escreveu Janot em sua manifestação,
que foi acolhida pelo ministro Edson Fachin como aditamento da denúncia
apresentada contra o presidente do Senado. O inquérito tem 45 volumes e
soma quase 9 000 folhas de documentos, petições e despachos empilhados
desde agosto de 2007. No dia 2
de agosto, o ministro Edson Fachin decidiu conceder mais prazo para a
defesa de Renan Calheiros se manifestar sobre a denúncia apresentada
pela PGR, porque tem dúvidas sobre quem é o atual advogado do senador.
Ao longo do inquérito, o parlamentar já teve dezessete representantes
legais. Em fevereiro deste ano, o caso quase teve um desfecho. Quando o
ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF, sinalizou que
poderia pôr em votação uma denúncia contra o então presidente da Câmara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), feita pela PGR no fim do ano passado, Fachin
resolveu liberar o processo envolvendo o presidente do Senado para a
análise do plenário da corte. O ministro relator assumiu o caso no ano
passado, quando foi empossado no STF. Antes dele, o procedimento estava
sob a responsabilidade do ministro Ricardo Lewandowski, atual presidente
da corte, que o manteve em seu gabinete até ser substituído por Fachin.
Alguns dias depois de decidir colocar o caso de Renan em pauta, Fachin
voltou atrás e o retirou. O
presidente do Senado Renan Calheiros está entre os políticos recordistas
de inquéritos da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A
lista de investigações envolvendo o parlamentar está acima da média:
até o momento, há ao menos oito procedimentos em curso, que apuram de
corrupção a lavagem de dinheiro. Em junho, a PGR pediu a prisão de Renan
e outros integrantes da alta cúpula do PMDB por tramarem contra a
Lava-Jato, baseada em gravações feitas por Sérgio Machado, apaniguado do
parlamentar alagoano na presidência da estatal Transpetro. Em sua
última edição, VEJA revelou que o
empresário e advogado cearense Felipe Rocha Parente, apontado por
Machado como a pessoa responsável por entregar dinheiro vivo a
integrantes do PMDB, fechou um acordo de delação premiada.
Em sua colaboração, o “homem da mala” confirmou que distribuía propinas
destinadas ao presidente do Congresso Renan Calheiros e ao senador Jader
Barbalho (PMDB-PA). Os dois parlamentares negam as acusações.
Com
quase a totalidade dos votos apurados neste domingo (2), o PMDB
continua o partido que mais elegeu prefeitos neste ano. O PSDB e o PSD
cresceram e o PT encolheu no primeiro turno das eleições municipais de
2016 --perdeu mais da metade das prefeituras em quatro anos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nas
capitais, o PSDB foi o que mais elegeu prefeitos no primeiro turno
--João Doria, em São Paulo, e Firmino Filho, em Teresina-- e é o que vai
disputar mais prefeituras no segundo turno: oito ao todo. O PMDB é o
segundo com mais disputas no segundo turno: 6.
Desgastado
pela Operação Lava Jato e após o impeachment de Dilma Rousseff, o PT
elegeu apenas um prefeito em capital: Marcus Alexandre, em Rio Branco.
Em 2012, foram quatro. O partido só vai disputar uma prefeitura em
capitais no segundo turno.
Esse panorama dificilmente deve mudar no país no segundo turno, que ocorrerá em 55 cidades neste ano.
O PSDB está em 19 disputas à prefeitura. Em seguida aparecem o PMDB,
com 14, PSB, com 9, PDT, com 8 e PPS, PSD e PT, com sete cada.
Se
consideradas apenas as maiores cidades com país, com mais de 200 mil
habitantes, o PSDB lidera com 14 prefeitos eleitos, contra 7 do PMDB e 3
do DEM. PP, PSD e PPS somaram dois cada. O PT, que elegeu apenas um
prefeito em cidades grandes, havia eleito nove em 2012.
Em
municípios do interior, o PMDB também lidera, seguido pelo PSDB, PSD e
PSB. O PSDB avançou em comparação com 2012 nessas cidades, passando de
685 para 791 prefeitos eleitos. O PT, que tinha eleito 629 prefeitos
naquele ano, passou a 255.
Sem doações de empresas e com a imagem
ligada a escândalos de corrupção, má gestão e desemprego, legenda de
Dilma e Lula sai das eleições municipais como a maior derrotada
Mel Bleil Gallo
Na primeira eleição municipal em que os candidatos não
puderam contar com doações de empresas, e para a qual dispuseram de
apenas 35 dias de horário eleitoral gratuito, há muitos vencedores, mas
um só perdedor: o Partido dos Trabalhadores. As pesquisas de intenção de
voto asseguram que os petistas e seus aliados saem das urnas no dia 2
com o pior desempenho dos últimos 20 anos. O fracasso na disputa pelas
463.374 cadeiras de vereador e 5.568 prefeituras do Pais é capaz de
comprometer não apenas os planos do PT para 2018 como a própria
existência do partido — que corre o risco de perder seu registro na
Justiça.
Raul Pont foi surpreendido pelos candidatos do PMDB e PSDB
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FORTALEZA: Luizianne Lins foi rejeitada na primeira capital a eleger um prefeito petista
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SÃO PAULO: Na maior cidade do País, Haddad não decolou na campanha pela reeleição
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MACEIÓ: O deputado federal Paulão terminou a campanha com 3% das intenções de voto
A novela petista segue um roteiro desenhado na origem do processo que
levou ao impeachament da ex-presidente Dilma Rousseff. A impopularidade
de seu governo, que levou a economia brasileira à pior recessão da
história, contaminou não apenas as candidaturas de seus correligionários
como levou para o debate eleitoral temas nacionais, com destaque para
corrupção, desemprego e inflação. As denúncias da operação Lava Jato,
cujas investigações fecham cada vez mais o cerco em torno do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, somada à inépcia do governo
Dilma para retomar o crescimento econômico, forneceram munição de sobra
para as campanhas dos candidatos do PSDB e do PMDB, principais
adversários do PT no Congresso Nacional. Enquanto isso, os petistas veem
seu mais tradicional eleitorado de esquerda migrar para outras siglas.
No Rio de Janeiro e Salvador, capital de um estado governado pelo PT, o
partido sequer lançou candidato próprio.
“Fernando Haddad, candidato petista à reeleição em São Paulo, se manteve
na rabeira nas pesquisas e com o maior índice de rejeição: 40%”
Em São Paulo, maior cidade do País, o candidato petista à reeleição,
Fernando Haddad, só liderou as pesquisas em um aspecto: é dele o maior
índice de rejeição, acima de 40%. Longe de ajudá-lo a decolar, como na
disputa de quatro anos atrás, o apoio do ex-presidente Lula parece
incomodar. Desta vez, o ex-sindicalista não apareceu em nenhum programa
exibido por Haddad e restringiu sua participação à campanha de rua. Lula
também não participou da campanha em São Bernardo do Campo (SP), cidade
onde criou a base da militância petista. Nas últimas pesquisas, o
candidato aparecia em quarto lugar, atrás de João Dória (PSDB), Celso
Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB).
Na capital fluminense, o PT perdeu sua principal aposta local quando
Alessandro Molon trocou a legenda pela Rede Sustentabilidade, com a qual
disputa a prefeitura. Os petistas decidiram então apoiar a deputada
federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que se destacou entre os
parlamentares pela defesa acirrada a Dilma Rousseff na votação do
impeachment. O arranjo também esbarrou na alta rejeição à candidata. Ao
todo, 38% do eleitorado dizem não votar de jeito nenhum na comunista. A
participação da própria Dilma na campanha de Jandira, nos últimos dias,
funcionou como uma pesada âncora a jogar a candidata do PC do B ainda
mais para baixo nas pesquisas. Em capitais do Nordeste, como Maceió e
João Pessoa, os candidatos do PT tiveram campanhas pífias, alcançando
apenas 3% das intenções de voto. Em Natal, pesquisas apontam 5%. SEM MÁQUINA
Sem o financiamento privado, a expectativa de muitos candidatos era
de que a máquina pública fosse contribuir positivamente nas eleições.
“Em tese, uma campanha modesta favorece quem tem a máquina. Mas, neste
momento de grande crise e desgaste do Executivo, vai haver uma alta
renovação”, afirma o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR). Em Porto
Alegre, o candidato Raul Pont chegou permaneceu boa parte da campanha
na segunda posição, atrás de Luciana Genro (PSOL). Ambos foram
ultrapassados por Sebastião Melo (PMDB) e Nelson Marchezan Júnior
(PSDB). Entre os prefeitos de capitais com chances reais de reeleição,
apenas um é petista. Trata-se do acreano Marcus Alexandre, de Rio
Branco. Em João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD-PB), que chegou à
prefeitura pelo Partido dos Trabalhadores, deixou a legenda após as
denúncias da Lava Jato. O caso é semelhante em Belém, onde o favorito
nas pesquisas é o atual deputado pelo PSOL Edmilson Rodrigues (PA), que
por duas vezes foi prefeito da cidade pelo PT.
“O fracasso na disputa municipal compromete não apenas os
planos do PT para 2018 como a própria existência do partido”
Entre os demais candidatos à reeleição com chances reais de vitória
estão atuais adversários petistas: ACM Neto (DEM), em Salvador; Geraldo
Júlio (PSB), no Recife; Rui Palmeira (PSDB), em Maceió; João Alves
(DEM), em Aracaju; Luciano Rezende (PPS), em Vitória, entre outros. Para
ex-prefeitos e importantes quadros que já brilharam à sombra da estrela
petista, como Luizianne Lins, de Fortaleza, João Paulo, de Recife, e
Fernando Haddad, de São Paulo, a chama vermelha de outrora parece
definitivamente apagada.