30 de abr. de 2009

OMS muda nome da gripe suína para evitar sacrifícios de porcos


O nome oficial da gripe suína será "influenza A (H1N1)" a partir desta quinta-feira, por determinação da OMS (Organização Mundial de Saúde). Essa mudança é motivada por reclamações das indústrias do setor alimentício que temem uma queda nas vendas de carne suína e por defensores dos animais, que temem eventuais sacrifícios de porcos.
"Estamos abandonando a denominação de gripe suína por gripe A (H1N1) porque o vírus está cada vez mais humano e cada vez menos tem a ver com o animal", disse o porta-voz da OMS, Dick Thomson.
De acordo com Thompson, diversas indústrias do setor alimentício pediram a mudança. Gana, Rússia, China, Equador e Ucrânia decidiram impor restrições às importações de carne suína do México e dos Estados Unidos. A pressão aumentou depois de o Egito anunciar que irá sacrificar toda a população de porcos do país, calculada em cerca de 300 mil animais. Mais cedo, a Federação dos Veterinários da Europa (FVE) soltou um comunicado onde afirma que o vírus "nunca foi detectado nos porcos" e que, por isso, a doença deve ter o nome alterado para "nova gripe". Durante o anúncio do aumento do alerta, a OMS pediu para a população comer carne de porco e deu recomendações que o alimento deve ser consumido "bem cozido". Segundo o órgão, a temperatura de cozimento (acima de 70ºC) mata o vírus.
Cautela
O vírus é transmitido como o de uma gripe comum, de pessoa para pessoa, mesmo dias antes de os sintomas aparecerem ou depois de eles terem sumido. Por isso, ao visitarem doentes, familiares devem ter acesso limitado e seguir as mesmas precauções adotadas pelos profissionais da saúde --usar óculos e até uma "blindagem" facial. Em todos os casos, a recomendação é para que pessoas com sintomas de gripe fiquem em casa.
Os sintomas em humanos são parecidos com os da gripe comum e incluem febre acima de 39ºC, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas com a gripe suína também relataram ter apresentado catarro, dor de garganta, náusea.
Nesta quarta-feira, o presidente mexicano, Felipe Calderón, pediu que as pessoas aproveitem o feriado de 1º de maio para ficar em casa e evitar mais transmissão do vírus. "Quero exortá-los todos que nestes dias de folga que vamos ter, nesta ponte que irá de 1º a 5 de maio, fique em tua casa com a tua família; porque não há lugar mais seguro para evitar contagiar-se do vírus da gripe suína que tua própria casa", afirmou Calderón em um discurso à nação na véspera de completar uma semana de declarada a emergência sanitária.
México
Para evitar as concentrações, o governo do México suspendeu as aulas em todo o país, assim como as apresentações culturais e artísticas. Na capital permanecem fechados os bares e restaurantes. O presidente afirmou ainda que fechou todos os serviços não essenciais do governo e prédios de empresas privadas, enquanto o número de doentes passa de 2.500. O Ministério da Saúde informou que subiu para quatro o número de casos suspeitos da gripe suína no Brasil nesta quinta-feira. Outros 42 estão sendo monitorados em 12 Estados do país. Até ontem eram dois casos suspeitos e 36 em monitoramento.
Do total, três pessoas estão internadas no Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e outro no hospital Emílio Ribas, em São Paulo. Elas chegaram de países onde a doença foi registrada e apresentaram algum dos sintomas da doença.

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