26 de out. de 2017

Hillary teria financiado parte de dossiê antiTrump

Ligações do republicano com a Rússia foram alvo de um relatório que a equipe da campanha da democrata encomendou
Pessoas ligadas à democrata Hillary Clinton foram citadas em uma investigação sobre a interferência da Rússia na última eleição presidencial dos EUA ( Foto: AFP )
Washington. A campanha da democrata Hillary Clinton à Presidência dos EUA pagou parte da pesquisa de um dossiê sobre a ligação do atual presidente, Donald Trump, com a Rússia, informou, ontem, o jornal "The Washington Post".
O relatório, revelado em janeiro, continha encontros de membros da campanha de Trump com pessoas relacionadas ao líder russo, Vladimir Putin, e informações comprometedoras, como uma suposta orgia do hoje presidente com prostitutas.
Segundo a publicação, os recursos foram pagos por Marc Elias, advogado da campanha de Hillary e do Comitê Nacional Democrata, a uma empresa chamada Fusion GPS, que contratou o ex-agente de inteligência Christopher Steele.
Anteriormente a pesquisa havia sido financiada por um cliente republicano ainda desconhecido. Membros da empresa dizem que os democratas mantiveram os pagamentos até o final de outubro de 2016, dias antes da eleição. Além do relatório de Steele, Elias recebeu outros documentos, cujos detalhes não foram divulgados. Também não se sabe se os comandos da campanha e do partido estavam a par do contrato de Marc Elias com a Fusion.
Outra informação desconhecida é o montante pago. Elias recebeu em honorários US$ 5,6 milhões da campanha e US$ 3,6 milhões do comitê democrata entre junho de 2015 e dezembro de 2016 -suspeita-se que parte do dinheiro possa ter sido usada para pagar a pesquisa.
O dossiê foi um dos primeiros documentos que levantaram as suspeitas do elo da equipe de Trump com os russos. Nas semanas seguintes à posse, agentes de inteligência vazaram que vários membros do governo eram investigados.
O "Washington Post" afirma que os agentes confirmaram parte da informação do dossiê, mas não as partes mais comprometedoras. Trump nega qualquer envolvimento de sua equipe com os russos e afirma ser vítima de uma "caça às bruxas". Porém, as suspeitas cresceram depois que o presidente demitiu em maio o então diretor do FBI, James Comey. Hoje a interferência russa na eleição é investigada por uma comissão independente e no Senado. Na terça (24), o Twitter, uma das empresas sob escrutínio dos parlamentares, anunciou que passará a colocar etiquetas em anúncios relacionados a eleições e quais são seus compradores, medida similar à tomada pelo Facebook.
As duas redes e o Google foram os principais meios usados pelos russos em 2016.

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