11 de fev. de 2015

Kátia Abreu não vê caos na produção de alimentos por causa da falta de água

A ministra evitou, no entanto, comentar as consequências de um eventual rodízio de água na produção paulista

AE
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Depois de reunião na Casa Civil para tratar dos impactos da questão hídrica na produção agropecuária, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse nesta quarta-feira, 11, que não vai faltar alimentos no País e que o Palácio do Planalto não vê um cenário de "caos", mas reconheceu que a ausência de água trará impactos negativos sobre a produção de laranja em São Paulo. A ministra evitou comentar as consequências de um eventual rodízio de água na produção local, ressaltando que cabe ao próprio governo de São Paulo decidir pelo rodízio.
"Não estamos vendo crise profunda na produção de alimentos. A soja em janeiro já foi colhida, estamos iniciando a segunda safra de milho e algodão. É hora adequada para o produtor tomar decisão", disse a ministra, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. "Não vemos caos diante dos nossos olhos."
 
Segundo a ministra, a reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, serviu para discutir os impactos da questão hídrica, tanto do ponto de vista do produtor, que tem suas safras financiadas e precisa pagar as contas, quanto do ponto de vista do abastecimento, para garantir que os produtos não faltem e não gerem inflação.
 
"Fizemos a leitura do clima atual e das perspectivas pros próximos três meses. No Nordeste, sabemos que especialmente no Ceará, em Paraíba e em Pernambuco, poderá ter forte seca no semi-árido, uma ausência de chuva nos próximos três meses. Em Bahia, Alagoas e Rio Grande do Norte, terá dificuldade (de falta de chuva), mas não tão forte", comentou a ministra.
 
Ao avaliar o quadro geral, a ministra disse que o governo não está com uma postura de "otimismo exacerbado", mas de "torcida realista".
 
"Com as chuvas de fevereiro, estamos otimistas. Com commodities, de modo geral, não há problema. Nosso problema não é hídrico com relação a pecuária de corte, mas a preços internacionais", analisou Kátia Abreu.
 
Preços
 
Indagada sobre o impacto da questão hídrica nos preços dos alimentos, a ministra respondeu que qualquer variação se trata de "coisa sazonal". "Não é estrutural, já vimos no passado no caso do tomate, não é estrutural. Estamos com expectativa de que perímetros irrigados do Nordeste e de Goiás deverão produzir o suficiente pra não termos problemas com tomate, batata e cebola", afirmou.
 
Rodízio
 
A ministra evitou comentar o impacto que um eventual rodízio de água em São Paulo teria sobre a produção local. "Isso é decisão do Estado de São Paulo, do governo de São Paulo. Tenho certeza de que o governo de São Paulo vai saber tomar a decisão adequada para atender a população", afirmou.
 
De acordo com Kátia, será feito anúncio de safra nesta quinta-feira, 12, às 9h, na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que não deverá sofrer alteração em relação ao que já foi anunciado em janeiro.

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